quinta-feira, maio 31, 2007

RIMA EM RODAPÉ


Falacioso pregador de tortuosa venta
Alarve esgoto de prosápia impúdica
Na asneira douto, na palavra estúpida
Feroz se mostra à assistência atenta.


No púlpito d’ Assembleia onde se apresenta
Ao Povo tolhido , em vão sussurro
Aponta o dedo em estrondoso urro
Escoiceando asneiras em que arrebenta



Quatro edis ao ouvirem os seus brados
Não justaram que gritasse contra modas
O pecador, de todos o mais descarado

Ouve tassalho ,com tal pregação não colhes
Jamais iremos esquecer
Os desmandos, com que diariamente nos… tolhes (1)




(1) Rima livre na Glosa a ELMANO


Aladino

quarta-feira, maio 30, 2007

GREVE GERAL

UM DESASTRE

Creio ser iniludível que esta greve geral foi um fracasso .Total .E quando tal acontece ,isso é grave para os trabalhadores .

Creio que a mesma foi preparada atabalhoadamente ,com algum fito que não dar resposta às sérias questões enfrentadas pelos trabalhadores ,nos tempos difíceis que ocorrem .

Parece que a estrutura corporativa Sindical não percebe o que é fundamental para resistir ao novo problema que aflige o mundo do trabalho ,neste era da Globalização. .Fazer politica sindical como se fazia há dez, ou vinte anos, é um erro que sairá muito caro aos trabalhadores .Porque hoje –e para já -não hás alternativas consequentes ao sistema ,que ultrapassa claramente um País que não pode distanciar-se dos passos seguidos pelos outros, sem riscos de se auto-aniquilar .
Os Sindicatos (e em especial a CGTP) não perceberam que eles próprios têm de mudar de estratégia ,se quiserem empatar «o jogo». Mudar de estratégia ,implica mudar as suas estruturas corporativas e as caras que desde 74 ocupam inalteravelmente os posto nas ditas .Hoje uma Europa convive, toda ela ,mais ou menos do mesmo modo e com as mesmas respostas e fazendo um mesmo percurso ,tentando em conjunto minorar os problemas que em catadupa recaem sobre as economias locais. O patronato deixou de ter rosto, parecendo tornar-se cada vez mais ,apenas e só, uma entidade :O MERCADO.

O Estado ,que em ultima instância servia de albergue para todos –fossem bons ,óptimos ou maus –dando-lhes os mesmo incentivos, acabou .Ele próprio se vai sujeitando ao seu Patrão :O Mercado .O Estado tem que produzir, bem e barato .è a nova Lei .Tem de separar águas e olhar para a produtividade da sua produção .Senão desaparece e passa a ser comandado pelo dito Patrão sem rosto. Disso não tenhamos dúvidas .

Por isso os tempos que se avizinham serão dramáticos. Eu compreendo-o porque sempre vivi em risco ,em afirmação. Odiei, e afastei-me logo ,dos locais onde a promoção era por antiguidade e não por mérito, mesmo que na altura, ficar, fosse o mais cómodo .Mesmo depois de aí ter rompido com todas as barreiras – ao afirmar claramente que o queria fazer e provar – subvertendo o sistema, o que me deu enorme gozo .Mas nem assim fiquei satisfeito .E fui-me á procura de novos desafios.

Os tempos que aí vêm serão, isso ,mesmo de grande desafio .

Conhecer ,saber ,nunca parar de aprender, melhorar dia a dia a qualificação ,é necessário .Senão vegeta-se. Os Sindicatos devem ter o primeiro lugar nessa luta pela melhoria do conhecimento .Ou correm o risco de se tornarem associações de excluídos .

O movimento sindical português perdeu hoje ,claramente o seu tempo de validade ,tal como está. Tem de repensar o novo tempo ,no sentido de minorar o choque traumático da mudança.

O Governo tem que meditar .Esvaziado de oposição ,fica-lhe o caminho livre para todos os desmandos .Pode parecer tentador. Mas não é por aí que deve ir. Se falhar as culpas não serão distribuídas; serão, única e exclusivamente ,suas .

Tempo de parar um pouco .Para uns e outros reflectirem para no futuro .

Politicamente,o PCP vai sofrer com esta derrota .É incrível como este partido não percebeu que os tempos são outros e que não é desta esquerda que os trabalhadores precisam .

Nova IDEDOLOGIA,precisa-se .Já …enquanto é tempo

Aladino

segunda-feira, maio 28, 2007

O MUNDO ESTÁ PERIGOSAMENTE DO AVESSO .


Leio as coisas que vão sucedendo ,por vezes de um modo bem diferente do habitual .

1- Questão do Professor suspenso


A parte mais grave desta história ,para mim, não é o processo aberto .Processos e ou intenções sempre existiram .
O mais grave é que parece ter havido um delator ,um «pide» dos novos tempos, de que ninguém fala .Isso é que é absurdo ,não castigar exemplarmente.

O referido professor estava há VINTE ANOS na DREN. É obra .Então esses lugares não deveriam ser refrescado com ideias novas ,novos conceitos pedagógicos ,novas motivações? Aquilo mais parece o modelo sindical onde as figuras se eternizam .Assim não vamos lá .

O referido professor ( brincalhão ao que parece ,o que não traz mal nenhum ao mundo) vem dizer que tinha «tudo» no computador do seu gabinete .Tudo? Exactamente, diz : o IRS que estava a fazer (?) ,contactos de amigos ,correspondência particular etc etc .É boa esta ! Vê-se mesmo como era a actividade do mesmo .Brincalhão e certamente com outras distracções durante as suas horas que, se pensa, deveriam ser de trabalho para quem lhe paga .
Atitude que deve ser comum aos outros que por lá estão enganchados ,não porque sejam competentes ,mas porque para lá vão por reforma politica .

Assim não vamos lá ….


2- A Guerra do Iraque

Foi um trágico erro ,este em que o Ocidente se meteu ,conduzido por um fanático que não soube lidar com o problema .

Mas agora temo que estejamos à beira de novo erro, com consequências ainda mais desastrosas .Deixar tudo aquilo como está, é o pior que se possa imaginar para um Ocidente que ,manifestamente, não sabe como lidar com os extremismos islâmicos. Temo que a guerra do Iraque seja um problema sem regresso .Trágico , porque passará de Regional a Internacional .


3 –A G.A.M.A e o abandono da Ria


A G.A.M.A. ,veio hoje, pela voz do seu Presidente, colocar o problema do abandono da Ria nas mãos do Primeiro Ministro. Não se percebe o que é a G.A.M.A. ,e porque é que ainda existe .E muito menos que autoridade lhe sobra para distribuir agenda pelos Ministros.

Mas o que importa sublinhar, é a questão do abandono .È que o que eles ( na G.A.M.A.) o que querem ,afinal ,é destroçar o cadáver abandonado, repartindo a sua carne pelo seu apetite devorador .

O que eles estão a ver é que já alguém percebeu as suas intenções ,e parece disposto a dar-lhes a volta .

Repare-se :

O assoreamento que Ribau Esteves queria provocar com o seu Investimento Imobiliário da Barra ,era superior a todo o assoreamento sucedido nos últimos dez anos ,no Canal de Mira, na tal Ria abandonada.

Mais vale abandonada que mal acompanhada .

Nas mãos destes abutres ,não a matavam :destroçavam-na.

Desavergonhados .Servem-se do palco ,para, pintados de alvaiade, parecerem cordeiros .

Percebem agora, porque por tudo e por nada, se exibe a dentuça?

Tens um dentes tão grandes......



ALADINO

sexta-feira, maio 25, 2007

O MAR E O ARRAIS



Que trazes no farfalho da vaga que lá vem?

Com que dimensão, com que medo me queres aterrecer,

Ou com que inquietação me queres saber?

Não aceitas (?), danado ,quem medo de ti não tem .


Podes vir de breu, negro e ameaçador

Podes trazer contigo o vento a chiar e rugir,

Relâmpago ou trovão a zunir .

Podes trazer tudo ,Mar sem fundo.

Mar de todo mundo

Vem estipôr!

A tudo direi basta

Que o medo é breve, mas a glória vasta.



De ti , minh’alma não teme fugir

Nem dor colher, sorriso ou afago.

Chegada a hora de te fruir

Bebo-te , mostrengo, de um só trago

Vem danado

Se a tua grandeza é vasta

Para a dominar, uma mão me basta



Pois tu , afinal - ó Mar! –

És tão pequenino

Que a tua imensidão

Cabe aqui, todinha,

No seio da minha mão.



Senos Fonseca

Maio 2007

quinta-feira, maio 24, 2007

E A VIDA LÁ CORRE ...OU MELHOR, CÁ CORRE .



Chegamos a uma altura em que qualquer dia é bom para morrer …e mau para viver .

Não estou obcecado com isto .Para já ,não estou .Como a minha Mãe me dizia ,com o tempo vamos cortando ligações , distanciando-nos das coisas e pessoas ,e só nos resta a dignidade .Há que a manter .

Mas é certo que nisto de finações qualquer dia serve ,se bem que é , atendível que para os que cá ficam ,para os amigos, sempre é mais cómodo um dia da semana .Mas não é isso que aqui me traz .

Agora chegados aqui ,qualquer dos dias me começa a parecer mau-ou pelo menos muito difícil - para viver .Engendrar coisas diferentes para os viver de um modo diferente , é coisa difícil. Insuportável .Sempre me esforcei –e esforço –para que todos os dias fossem diferentes do anterior .Irrepetíveis. Por isso em cada um tentei dar de mim o melhor –e por vezes o pior !-mas sempre diferente. Tento e lá vou conseguindo, manter viva essa chama ,às vezes a muito custo .Até quando?..essa é a questão.

Ser diferente …mas sempre igual. Diferente para mim , para o que me ofereço ,ou desafio .Mas igual para os outros a quem me dou.


Por falar em distanciamento …

Hoje é-me insuportável , suportar as futilidades e o desútil . E nem me dou ao trabalho de o encobrir .

O socialmente correcto, é-me pouco mais do que indiferente .As coisas ou valem a pena ,ou não vale a pena perder tempo com elas.

Com as pessoas …o mesmo.

Se não fui capaz de mudar as coisas por aqui –e não fui! - não desisto de manter –e preservar –toda a minha liberdade interior .

Refugio-me na minha casa e, de lá, atento contra tudo que seja postiço , inverdadeiro,e contenha exclusão .

Por vezes o silêncio pesa ,mas sempre é melhor que ver e ouvir estupidez desbragada.

------------------------------------------------------------------------------------------------

Do tempo em que se ouviam, nesta Terra , grandes pregadores egrégios .sermoar com a palavra e o gesto ,veio-me à ideia a história de um famoso frade que, ao apontar as profundezas do inferno, o fazia com a destra erguida ,dedo espetado dirigido aos céus .Ao contrário, quando das moradas divinas enaltecia as virtudes, exortando o seu caminho aos atentos ouvintes, fazia-o apontando ,hirsuto e decidido ,o chão.

Inquirido das razões da inadequação do gesto com o verbo, o frade apenas disse :

-Há céu e inferno em todos os lados ; façam como eu conto ,não liguem ao que eu aponto.

Vem isto a propósito de quê ?, perguntar-se -à

Ora bem: há dias ouvi um prolixo palrador, em tão demorada como redonda prédica ,que á partida se propunha com o fim próprio e intencional de evocação de alguém desaparecido –ainda por mais amigo ,julgo eu! - a afivelar, do principio ao fim ,um sorriso azamboado ,despropositado, algo imbecil, por norma patente em patologias bi-polares . .Mesmo quando dirigiu à família do «ausente» as condolências pelo seu desaparecimento -o que afirmou ,e eu acredito, sentir profundamente - não escondeu, antes sublinhou e aprofundou ,o referido despropósito .

Não é a primeira vez que me confronto com tal esgar .Que me perturba profundamente.

Não há ninguém que diga ao frade falhado –ele o disse – para adequar o gesto, à palavra farta?

Neste caso ,apetece dizer :

-Olha como ri ,não ouças o que ele diz …

ALADINO

segunda-feira, maio 21, 2007

A data do lançamento do Ensaio foi alterada

Nada que eu não desconfiase .Estava a achar rapidez a mais .Solicitaram-me uma adiamento de duas semanas .Terei ,dizem ,as novas datas ainda esta semana.

Confesso que estou naturalmente cansado, com tantas idas e vindas .

Não me apetece fazer nada .O que é caso raro .

------------------------------------------------------------------------------------------------

Esta de quando se está com disposição ,todas as horas serem boas para trabalhar ,faz-me lembrar aquela resposta de Séneca acerca das boas horas para comer :
- Para um rico todas ;para um pobre ,aquela em que tiver algo para levar à boca .

É bem verdade .Agora como estou, as horas sobram-me .Dantes faltavam-me.

__________________________________________________________________

Esta candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa espanta-me ,porque me parece irracional .Sem sentido ,envolvendo enormes riscos pessoais e politicos .

O que pode passar pela cabeça ,e arriscar um bom ministro num cargo ,que se desenha ingovernável ?.Eu sei que a politica é um risco em permanência ;mas aqui talvez seja demais .

A propósito de politica ,e de convites para a mesma , a melhor resposta é a de Santiago Ramón e Cajal(1852-1934) , prémio Nobel que quando convidado para Ministro ,respondeu :
-Não tenho tempo nem para ir ao café ,nem para estar com a família ,quanto mais tempo para tonterias .
---------------------------------------------------------------------------------------------


O caso da pequena inglesa desaparecida no Algarve , impresiona-me . Hoje as coisa são complicadas .Esta nova maneira de viver , com algum facilitismo ,choca-me

Quando olho para trás e me relembro da minha liberdade ,e até da que dei ao meu João ,tremo ;fico descorçoado com este novo tempo .

A Internet é um verdadeiro perigo à solta .E não sei como a chegaremos a controlar,se pensarmos que com isso estamos a cercear as liberdades individuais .

Há que fazer qualquer coisa .É urgente .

--------------------------------------------------------------------------------------------

E por cá ?

Igual a ontem ,que já foi igual a antes de ontem , e assim sucessivamente .

Não dá para imaginar tanta falta da mesma de interesse.

Em Ílhavo .não se morre uma vez ;morrem-se vezes sucessivas .

E quando me perguntam :

- Então que fazes ?

- Resisto ..

E ouço responder :

-É incrivel como ainda há gente para tudo!

Sorrio-me ...

Até dá para pensar que é algo fora de moda, a lembrar Ortega e Gasset.


Aladino

quinta-feira, maio 10, 2007

Ílhavo a Apodrecer




Nem amor ,nem ódio, nem guerra
Desenha o perfil ,o ser
Desta triste e pobre Terra
Que é Ílhavo a apodrecer

Ninguém sabe o que quer que seja
Ninguém alma mostra ter,
Nem saber
O que é mau ,ou o que é bom.
Ninguém chora
Tudo é distante , inverdadeiro
Ílhavo não sorri por ora
Cobre-nos cerrado nevoeiro.


S.F -5/07

segunda-feira, maio 07, 2007

«RIALIDADES »

MAIS UM «EMIGRANTE» OBRIGADO A MOSTRAR O SEU TRABALHO EM AVEIRO.




Tive o prazer –é sempre prazer deleitar os olhos, fixando-os sobre a paisagem lagunar – no sábado passado, de assistir à apresentação da exposição de Rui Bela –«RIALIDADES».

O conjunto é de enorme valia ;mas ,claro ,há imagens que se destacam ,com nível inusitado .Rui Bela é um excelente profissional ,dotado de capacidade invulgar para disparar no momento certo ,dentro do melhor enquadramento . E depois ,com enorme jeito para apresentar «o trabalho» com superior qualidade.

Assisti á presença em peso, da Câmara de Aveiro ,Governador Civil e outros ,que deram á exposição a importância que a mesma merecia. Comparações para quê ?

Dei comigo a pensar : Aveiro ,inteligentemente ,está a captar o interesse e a acarinhar os Ilhavenses ,que ,sem condições de mostrar os seus trabalhos, aqui ,empurrados ,se vão acolhendo á boa receptividade da cidade vizinha . Só nos últimos meses deste ano assisti já a três actos de afirmativo valor ,exibidos por Ilhavenses em Aveiro.

Por cá tudo na mesma .Eles não captam o interesse dos que têm algo para mostrar. Eles afastam ostensivamente .Não vá alguém compará-los na Praça Pública.

Contentam-se com as pacovices de pacotilha .

Parabéns Rui .E continua, pois há muito a fazer .

_______________________________________________________________

«PCP» escrito sem Ç (cedilhado) ,afasta hipóteses de autoria



Ontem no Blog falei nas pinturas rupestres que me afixaram nas paredes da casa da Costa-Nova .Recebi uma mensagem a querer saber porque assim as classificava.

Explico.

È que não estando ,como é habitual, lá representados os cavalos ou até os veados ,era nítida que a impressão tinha a marca da pata de quadrúpede (que as pintou ) e era ainda patente nas mesmas , o reflexo da brilhante e ornamentada cabeça, do autor . Essa é a minha única certeza .

Daqui a umas centenas –ou milhares de anos !- quando limparem a pintura descobrirão as obras de arte .E concluirão –em grandes trabalhos de investigação arqueológica –que o autor deveria ser letrado ,pois até sabia escrever« PCP» sem Ç de cedilha. O que logo afasta a hipótese de presumíveis autores que andam para aí, na boca da má língua a serem indiciados .

________________________________________________________________

FROUXIDÂO


Estes camaradas do PS são frouxos .Tiveram aqui uma oportunidade única para sair á rua em

manifestação de protesto ,com entrega pública ao Presidenta da Mesa da A.M.,de uma formal exigência de mudança de atitude e numa afirmação inequívoca de defesa do Jornal ,em nome da Liberdade de expressão .

Mas aos quesitos ...borregaram
ALADINO

A MÃO DO DONO….




No 1ºde Maio, quando de manhã cheguei à Costa-Nova, dei com a casa toda pintada ,exibindo nos mais variados locais as palavras =PCP=.

Confesso que nem sequer me arreliei muito . Não percebi porquê «PCP ?!»;e quando fui participar á policia – pois numa primeira apreciação admiti que aquelas palavras poderiam ser uma sinalética para futuros assaltos - o agente da autoridade sossegou-me e até me perguntou :- O senhor tem alguma coisa a ver com o Partido ?
-Não ,por acaso até não …e se fosse seu militante punha bandeiras não pintava a casa,não é ?! ...

-Então foi brincadeira ,disse-me o graduado de serviço.

Confesso que depois de mandar pintar a frente da casa ,e de lá ter ido nessa noite, à cautela , nunca mais me lembrei do assunto .

Ora ia eu na sexta feira para Ílhavo ,quando ouvi na Terra-Nova uma série de comunicados acerca de pinturas rupestres, idênticas ,feitas cá por Ílhavo ,na mesma noite .E quando cheguei ao Bispo ,fui informado do que se tinha passado por cá .Eles não sabiam o que se tinha passado comigo.

Afinal a brincadeira –não, não era tal - tinha contornos muito diferentes do que a principio pensei..

E ouvi –não sem espanto - das ameaças feitas ao Director de «O Ilhavense» , quer no pista da Assembleia ,quer em visita pessoal ao jornal ,por um desilustre pensador, daqueles a quem é remetida a tarefa de manter entretido o pagode, com eruditos e hiperbólicos exercícios de retórica coxa , de falar de tudo sem que diga coisa que se entenda .Exactamente como faz o palhaço entertainer.

Claro que havia já claras versões sobre o assunto ; ficaram espantados –ou talvez não –porque tais escrituras feitas na minha casa ,idênticas às feitas no Jornal e na casa do Director –e parece que no Partido - tinham agora um fio condutor :-ameaças ao Ilhavense (e director ) e agora ,claro ao Blog, porque parece incomodam. Embora eu, sinceramente.,em relação ao Jornal ,nem percebo porquê



Vamos então comentar a escrituras pintalgadas .

Assim se fazia no Tempo da Inquisição ,assinalando as portas dos hereges ,avisando-os de que a fogueira estava próxima .

Assim se fazia na Alemanha hitleraniana , apontando as casa judaicas :o fuzilamento tinha data marcada .

Aqui o tassalho que agarrou no pincel quis imitar os fascismos dos outros tempos .E feito lobisome, picado pelo sentimento de intolerância ,cupidez e acinte que anda por à solta -e que vem sendo anunciado indiciando para breve explosivas situações – resolveu preparar terreno para uma manobra de diversão .
Esta e não a outra – a da evidencia do autor das mesmas –é a minha leitura .Que venho fazendo de há uns tempos para cá .Julgo ter claras indicações ter tal manobra nascido no próprio seio da maioria, para preparar um ataque insinuo e soes contra R.E.
E vindo de fontes que lhe foram (ou são) muito próximas –que continuando a exprimir-lhe lealdade ,no «Circo» , afinal já o não suportam. .
Agora que Judas foi ilibado no seu Evangelho , já nem se podem comparar estes peralvilhos ,com o pobre Judas.

Ora todas estas manifestações , que os responsáveis políticos fomentam e exacerbam ,incutindo e acicatando ódios ,exibindo intolerâncias e manifesta falta de respeito, ao comportarem-se em locais públicos como verdadeiros gladiadores da palavra que ofende de morte ,vai acabar mau .Ou nos enganamos muito, ou vai ser em breve.

O tassalho miserável que pintou as paredes parecendo ameaçar –a mim deu-me para rir, não fosse o estrago - talvez nada quisesse desse tipo de procedimento anónimo –ameaçar - pretendendo talvez ,outrossim, criar as condições para o que aí vem.

Ao que se desceu ; que falta de civilidade, que arrogância ,e a que pobreza mental chegámos !

Ílhavo perdeu princípios; viver em Ílhavo começa a ser uma expiação .
As consciências estão podres e não se atrevem a pôr freio nos dentes .O processo da decadência é vertiginoso . A pratica do viver em Ílhavo ,é a da falta de respeito cívico. .Ninguém crê na honestidade moral ,intelectual e material dos responsáveis. E quem o diz são os seus apaniguados.

Vive-se ao acaso esperando o escândalo .Não havendo para onde ir,vai -se ao« Circo» da Vila ver os palhaços e o« Compére» e assistir à imbecilidade ,ao aviltamento da personalidade de uns tantos que se arrastam no lodo da subalternidade despersonalizada, num préstimo feroz de vassalagem por invertebrados ,vil ,mesquinha e vergonhosa prática de subalternidade, perante petulante e procaz prócere do poder .

O rebaixamento moral e intelectual atingiu - pelo que se ouve - níveis imoralmente preocupantes ; o ámen substitui no «Circo», impudicamente, a opinião .E depois, cá fora desculpam-se com desfaçatez ,argumentando disciplina partidária.

E quando alguém crava uma leve bandarilha ,apenas na intenção de deixar um sinal que dê para pensar ,eis que leva em cima com a torpe ameaça ,descarada e irresponsável ,por energúmeno ascoroso,

Há uma décadas ,alvejaram-me a casa em noite eleitora .Muito mais tarde ,um dos co-autores pediu-me desculpa .

Desejava aqui deixar uma mensagem ao Director do Ilhavense: a Liberdade de opinião e ou de expressão não tem preço .Justificam-se todos os sacrifícios para a manter ; é obrigação pagar o que quer que seja, para a manter. Há solidariedade quanto basta para tal acção ,asseguro-lhe . Se lhe voltarem a fazer a ameaça, faça como a Padeira de Aljubarrota ; dê-.lhes umas notitas dos trocos e diga que o resto vai depois.


Senos da Fonseca

quinta-feira, maio 03, 2007


FUTURO



A viver,
Desiludido
Vou porfiando nesta terra,
Centro do meu mundo,
À espera que amanheça
O futuro.


Ser assim
Inquieto,
Mais que tudo,
Mistério intenso e profundo.
Na ânsia que apareça


Força ,
Vontade,
Espírito
Que derrube a indiferença
E o muro,
Deixando ousar
O futuro


A Ousar ,Ousando ,
A Construir ,Construindo ,
A Amar, Amando.

S.F

01-05-2007

quarta-feira, maio 02, 2007


Finalmente

ENSAIO MONOGRÀFICO DE ÌLHAVO SécX –Séc. XX



E pronto .

Está definitivamente marcada a data de 31 de Maio, para a apresentação do livro
« Ensaio Monográfico de Ílhavo».

UF!!!...

Não da maneira que pretendia ,embora comece a perguntar-me se não é lirismo a mais da minha parte ,continuar a pregar aos peixes no deserto

A Editora pretende que a apresentação seja feita ,primeiro em Aveiro ,e só depois –se eu o quiser – em Ílhavo . Tem certamente razão.

Eu é que estava com os habituais pruridos :o livro foi feito ,em homenagem às gentes de Ílhavo –por Elas e para Elas !- e por isso pretendia que a ordem de apresentação fosse diferente.Mas a realidade é o que é .
Ìlhavo ?...porquê…. se nem uma Livraria digna desse nome tem ,disseram-me.E se está proibido de o apresentar na Biblioteca ou outro desses locais ,porquê?


Chegado aqui o que me apetece dizer ?

1- Que estou feliz de ter conseguido chegar ao fim Poucos imaginam os sacrifícios feitos para tal .Foi o culminar de uma vida ,que teve sempre em vista ,indiferente a todos os sacrifícios , em construir algo que fosse útil para os meus concidadãos .As minhas contas de cidadania , estão inteiramente saldadas

2- Que os aspectos que voltam a revestir a apresentação deste livro ,trazem a lembrança dos tempos inquisitoriais .Só não vou para a fogueira ,porque os tempos são outros e há outras maneiras de cozer em lume brando.

Oxalá ,ao fim e ao cabo ,corra tudo bem .Pelo menos farei por isso

Recupero ,para aqui a «INTRODUÇÃO » ao Ensaio .Porque acho que vale a pena .


1. O que é, ou pretende ser, este livro ?
Tão só o diário de bordo de uma viagem através dos tempos, embarcado como moço na grande aventura das gentes desta terra.


.....Ainda Portugal não tinha nascido, e já eu «assistia» ao lavrador descendo à borda, para ali, em jeito de garimpeiro com o botirão, procurar pitadas para acrescento à avara produção dos encharcados terrenos, que, lá no Cimo, surribava ; «descobri-os» a receber - e a aceitar - os que vieram fundear ali na borda, gente mais rude mas como eles disposta a vencer o desafio esgotante de investir contra o meio que, parecendo ingrato, continha, contudo, promessas escondidas no seu ventre ; depois «vi-os» já cidadãos da Pátria - ainda mal esta se sustinha de pé -, (já) apostados em participar num futuro colectivo; «com eles» assisti ao nascer da laguna, e vi-os exauridos a disciplinar a água informe, engolfados em artes de suada magia, a transformar a água na flor alva do sal ; «embarquei com eles» na primeira grande aventura da faina maior, quando o mar era ainda tenebroso, e infindas as suas distâncias - mar nunca dantes navegado! ; «com eles» saltei para a borda e «com eles» fui vogando, mar abaixo, em procura de novos pousios que servissem de alimento para a sua sede de aventura - passando a Taprobana, além do cabo vicentino ; «vi-os» esperar por nova arremetida aos bacalhaus; e enquanto para tal se aprontavam, «entrevi» os que por cá ficavam no cais a rasgar novos horizontes do saber, -desejosos de poder querer -, inquietos na construção de uma nova ordem num novo País - que queria poder ser.
E quando pousei o saco no cais para receber a cédula de desembarque, olhei nostálgico - meu pranto feito doce canto - para aqueles deuses, com a consciência lúcida e perene, no convencimento de que não sendo o que já fomos, poderemos ainda ser o que quisermos. Se o ousarmos, pois que não - importa chegar, mas sim partir…
Ousaremos?!...


3. Não sei se as novas gerações vão procurar o futuro baseando-se numa identidade que veio de trás, de muito longe. Quero acreditar que sim… À cautela deixo-lhes o meu testemunho do que fomos, não para que acreditem, mas para que o discutam.
Para que esta terra - não seja só lugar de estar, mas de ser.


4. Foi um trabalho desarcado. Por vezes esgotante, obsessivo. Uma procura desenfreada por tudo quanto era fonte de recolha de indícios. Não tive - que isso fique claro ! - qualquer intenção de desilustrar o trabalho de outros ; mas tão só o de corrigir o que julgo ser evidência estar errado : e assim, equacionar novas hipóteses para aquilo que foi a ampliação do nosso espaço colectivo, feito pela desmedida inquietação das gentes que o enformaram. A memória do seu quotidiano empolgou-me, fascinou-me, fazendo despertar em mim uma insaciável curiosidade para rastrear, passo a passo, a sua história, para desse modo melhor a degustar. Pena que para a contar - me falte engenho e arte .
Por muito pouco que um individuo saiba, pelo menos a história da sua Terra, essa, deve sabê-la. É o mínimo exigível.

Aladino /Senos Fonseca

            Os nós da vida.... ..  INQUIETUDE... A VIDA COMO ELA É ...  Neste cantinho recomendado que, a natureza prodigalizou, e que a e...