segunda-feira, julho 23, 2007

«FUÇANGUISSE» ….JÀ !...


O País ,di-lo a Estatística ,corre o risco de extinção por não se fazerem meninos .

O Estado resolveu incentivar a «produtividade » dos portugueses, estabelecendo um prémio ,mesmo antes que os meninos dêem o berro do costume .A isto chama-se ter confiança no produto.
Passadas as férias,em Setembro ,mãos (?!) à obra.
Imaginemos o discurso do nosso Primeiro, a anunciar a medida


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Portugueses !

É chegada a hora. Agora é que vamos tirar meças à Vossa glosada – ou gulosa?- capacidade (olhai que para tal hora , mesmo as «pequeninas» ,também servem ).É num momento como o de hoje, em que a Pátria vos pede a suprema demonstração da Vossa apregoada, incensada e glorificada virilidade efectiva –que os números parecem querer desmentir insinuando a Vossa pouca adesão ao acto -,que se avalia quem está com Ela ,ou contra Ela. Todos!..., seremos ( ainda) poucos ,para dar (O) corpo a esta ciclópica tarefa. Se necessário dai bom acolhimento aos imigrantes para tão patriótica tarefa.

Portugueses e Portuguesas…

F….

A hora é a de salvar a pátria em vias de extinção, gerada pelo Vosso pouco empenho na «fuçanguisse com as V patroas», constatado nos últimos anos .
A bandalheira politica ,os Reallity Shows da TVI , o Sporting e o Benfica , o « Orelhas» e «o «Pintinho» ,não Vos podem distrair da V. obrigação .Do Portas não espereis exemplo algum.É só fumaça .Quanto ao «baixinho»:-atenção ! .. a brincadeira não é para meninos, e as pedófilas andam por aí .Com o Jerónimo ,tende cuidado ,que ele é daqueles que comem criancinhas ao pequeno almoço, e lá se vai o V. esforço. Esquecei o exemplo da Carolina ,que só quis brincadeira ,mudando de enxerga para enxerga em marmelada alternada, e depois ainda se queixou que a falta era de « galo» (que era só «pintinho»).

Agora ,nesta hora de transcendente importância , a Pátria não vos pede brincadeira ,mas exige empenho ,suor, ranho e baba , para a suprema tarefa de fazer meninos .Olhai que a Pátria Vos vai pagar para tal . A cambalhota, a partir de hoje ,deixa de ser considerada brincadeira ,decretada que é ,ser um dever patriótico .

Quem não os fizer por não se «astrever» ou por falta de comparência ao desafio , será deportado para a Madeira .Aqui não serão vocês – os mouros ! - a F…
Será o Jardim que vos F…


Boa noite a todos …
E vamos à vidinha …que são horas da deita.
Aqui , todos os « canudos» serão poucos, para salvação da Pátria…
«Canudos» , erguei -Vos! .... .

A Pátria Vos contempla e Vos agradece (e Vos paga )…


Aladino
A ANEDOTA da sillicon-season



O Correio da Manhã, noticia que Ribau Esteves vai ser o concorrente de Marques Mendes , nas directas do PSD ,em Setembro .
Este Ribau só «briga» com os pequenitos….
A saga segue em frente - como o disse várias vezes, aqui- ,até que :

-Mãe sou, finalmente !.., Ministro»….

Oxalá fosse já amanhã ,para ver se Ílhavo acorda do pesadelo.

--------------------------------------------------------------------------------------------O MUSEU DOS «ílhavos» EM FESTA

... E EU TAMBÉM

A Comunicação Social, local ,traz hoje largas referências á próxima iniciativa do Museu ,na comemoração dos seus setenta anos .
E refere o Museu como «o Museu dos ílhavos ».
Anunciando –finalmente !- uma exposição sobre a notável saga migratória daquelas gentes ,ao longo de litoral português .
O «Ílhavo - Ensaio Monográfico» (q.e.d.) está, pois, mais que justificado .Valeu a pena. Há um ano que se começou a intuir -ainda que uns assobiassem para o ar -,que um dia se iria perceber que :

- O REI VAI NÚ…
e com isso,significar que há contas a acertar nos fins e objectivos traçados para o actual Museu ,que tem dado uma imagem redutora da história dos «ílhavos» ( vidè Blog- 2006, de 20 de Outubro)

O Director daquele tem- com humildade-, de perceber que ao contrário do que por vezes–erradamente - pensa , tudo já existia antes dele aparecer em cena ,e que lhe cumpre ,isso sim ,propor novos caminhos por onde Museu possa mostrar nova oferta cultural, mais diversificado , retirando-lhe a carga exagerada da uma «unicidade» redutora.Entenda-se,contudo, de que, pelo menos no sentido de abertura do Museu ao exterior, o seu trabalho tem sido meritório .E ,sem duvida ,também o tem sido numa certa organização documental que, de facto,tardava em aparecer
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Que bonito esta recuperação do termo «os ílhavos»!(custou ,mas foi!...) . Se todos intuíssemos o que essa designação significa ,tenho a certeza de que um dia haveríamos de encontrar novo desígnio.Lá iremos …

--------------------------------------------------------------------------------------------ÁGUA MOLE….

Por me parecer importante, recordo, aqui, a carta que enviei em Outubro de 2006,ao director do Museu:
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Caro Director :
Tive a oportunidade de ouvir, hoje, a sua intervenção na Rádio Terra Nova .Desde já lhe digo com franqueza que gostei : muito bem estruturada ,servida por uma explicação convincente, sabendo claramente a vereda por onde quer prosseguir .Optando ,o que é uma imensa - para mim -, inquestionável virtude .
Descortinei durante a mesma que, eventualmente, poderia estar englobado numa citação feita “aos que discordam “ do actual trilho planificado para o futuro do Museu .Não é verdade ; não estou nesse grupo .
Há uma lamentável confusão que, por mais que tente, não tenho conseguido evitar. Por incapacidade minha -certamente – não tenho conseguido fazer passar a mensagem do que penso e, verifico amiúde, citações que estão desconformes com o meu pensamento .No sentido de esclarecer,
1) Aprecio -e já por diversas vezes tive ocasião de me manifestar nesse sentido -o seu louvável trabalho (e empenhamento) à frente do Museu que Lhe entregaram para dirigir .Julgo que o tem feito muito bem, de uma forma muito competente, e até, com raro sentido por vezes ausente nos académicos para, de um modo objectivo, descer do estrado e aplicar os conhecimentos, à prática . .
2) Quando lamento a imagem redutora da politica cultural desta terra, não me refiro a qualquer culpa ou ausência do Museu (ou do seu Director ) na sua concretização , outrossim, na omissão de outras entidades ; leia-se promotor cultural (Câmara ) ,agentes institucionais (Biblioteca ,Centros de Cultura ) e/ ou ,ausência de preocupação por parte das Associações privadas .
3) Assim, é minha opinião que o Museu tem, de uma forma altamente competente, passado a mensagem que lhe é solicitada. E- que fique claro de uma vez por todas - concordo inteiramente com a especialização de um Museu .E do seu enfoque num determinado (e não em todo) passado histórico; não, num museu de muitas e variadas coisas .Esse é outro tipo de escolha para servir outros fins .Isso não me impediu de , na altura, ter manifestado uma visão diferente que tinha para a solução , aquando da cisão do Museu Regional, transformando-o em Museu Marítimo .
Havia outras soluções –disse-o – que, indo ao encontro do que refiro anteriormente, poderiam e deveriam ter sido equacionadas .Mas na altura ; não agora .Consumada esta opção, faça-se o melhor para, assim, se alcançarem os objectivos a que se propuseram, antes da sua chegada. Um dia chegará o tempo em que outras iniciativas recuperarão o resto ( que é muito!) da nossa história.
4) E já agora com a frontalidade habitual, peço-lhe licença para um reparo ,esse sim ao status quo , e que me parece útil aqui introduzir .O Museu Marítimo pode alargar o seu campo de perspectiva histórica .Tenho essa perspectiva .Uma outra Faina –se Lhe quiser chamar «Menor que a Maior» – merecia , e deveria, estar retratada no «nosso Museu» .E recuperada como a outra, até porque, foi nas malhas dessa que se teceu e construiu a singularidade do «ílhavo» .E porque foi da Menor que nasceu «a circunstância» da nossa preponderância na Maior .Com algum esforço e atenção , poderíamos –julgo !- integrá-la e, mais importante, divulgá-la .
Finalmente …

A abordagem histórica que temos vindo a fazer à Faina Maior ,contém perigosos hiatos .Um dia chegará a verdadeira história, aquela em que as personagens virão ombrear em dimensão com os «actores» de hoje .E a contarão segundo uma nova perspectiva . Com um novo «remake» .Estamos ainda na fase do romantismo ;virá o dia –não tenha duvida, a história repete-se, como sabe – em que a visão realista chegará com o distanciamento temporal aos factos .Aí, claro, nem só os actores e produtores de hoje serão criticados ; os espectadores também o serão ,por ausência de espírito critico .Ou de coragem ,se o quiser .Aceito a minha quota – parte .
Um abraço
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Nada mau ,pois .Vamos a ver o que vem a seguir.


--------------------------------------------------------------------------------------------ARTE ? ....OU ESPECULAÇÂO?

Há dias aproveitei a oportunidade para visitar o Museu Berrado . No final confesso –e cheguei a comentá-lo – que se me dessem para trazer para casa, 90% do que lá estava –sem que eu soubesse das cotações atribuídas pelo mercado de arte -, teria sérias duvidas em aceitar a oferta .
Dir-se-á , talvez com propriedade : -ignorância e falta de sensibilidade modernista para apreciação de arte surrealista .
Por acaso, até julgo que nem é .Ainda há dias adquiri um trabalho, a meu ver notável , a preço de pechincha. Isto é :há coisas que me tocam e outras que nada me dizem ,mesmo que se afiance a sua qualidade artística.
Neste tipo de expressão artística, ou gosto logo na primeira leitura(olhar) ,ou pouco me impressionam as explicações dos mais entendidos.
Ora acabo, há minutos, de receber um mail notável de Rosa de Melo.Que afinal me acaba por dar certa tranquilidade, posto perante a incomodidade aquela possível, minha, insuficiência .

Refere –e mostra-se em vídeo -a experiência feita com alunos (crianças do pré –escolar ) de um estabelecimento de ensino espanhol que, em grupo, com as mãos, borraram a seu bel-prazer uma tela .Essa tela foi exposta numa exposição internacional de pintura como se tratasse de um quadro pertencendo à mesma , de autoria de consagrado fazedor de arte, embora não identificado.Acontece que foi dos quadros mais valorizados e admirados, na referida exposição. Pedidas opiniões avalizadas sobre o mesmo, foi-lhe reconhecida extrema qualidade artística . Um intelectual – daqueles que consegue descortinar o que lá não está -chegou mesmo a ver nele ,expressões «muito trabalhadas» de traumas sexuais, reprimidos ,do autor(?!).
E, ainda :- foi atribuído ao quadro um valor de mercado de dezenas de milhares de euros.
Estou mais descansado com a minha falta de sensibilidade que só me levou a descortinar, uma notável qualidade ,em apenas uma reduzida quantidade das peças Berardo.


ALADINO

sexta-feira, julho 20, 2007

Saciado, mas não farto


Esta é mais uma noite em que me embriago

Em ti ,e de ti, Ria

Olho-te no reflexo da lua que me atordoa os sentidos.

Revejo-te em todos estes anos vividos

Nos ciúmes de outros , que como eu ,amorosamente te cativam.


Estás hoje diferente do que me mostraste ontem.

E sei que amanhã serás de novo diferente .

E é por isso que tão estranhamente

Me apaixono, por quem repetidamente , me mente.


Sigo as tuas formas de mulher esquiva,

quando despida das tuas águas me mostras os recantos do teu corpo

E me desatinas

No desejo irrecusável de nele mergulhar - Mulher viva!

A sorver impudicamente a tua maresia , minha boca feita , teu porto.


Saciado, mas não farto, deslizo sobre os teus seios, e beijo-os sofregamente

Até que me digas basta .

Na promessa de que amanhã tudo recomeçará de novo

E que o teu desejo volte, renovado, a provocar o meu ,

Que pode ,eu sei, estar cansado, por peripécias da vida

Mas para Ti jamais estará ,meu desejo ,meu corpo, morto.

Costa –Nova ,18 Julho ,2007
Senos Fonseca
Há razões- que a razão explica e justifica - destes dias de ausência .


Voltemos, pois , à conversa .

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SE ISTO É DEMOCRACIA EMPENHADA ;VOU ALI E VOLTO JÁ….


Assisti com alguma perplexidade ,às eleições para a Câmara de Lisboa .E ,estupefacto ,vi alguns sorrirem-se, apregoando efectivas e estrondosas vitórias .Pode ter sucedido que uns ganharam mais do que outros ;mas ,se feita reflexão cuidada ,perderam todos ,sem que alguns dêem por tal :-ou finjam não dar .

A democracia ,uma vez mais ,veio apenas dizer que é o menos mau de todos os sistemas. Mesmo quando o povo (os cidadãos) se não deixa(m) convencer das virtualidades propostas -e ,como foi o caso -, dão uma nega à sua participação.
Pelo menos, assim , mostra(m) o seu direito à indiferença .

A meu ver ,este assomo dos independentes –afinal todos travestidos –não me parece de ser levado a sério .Por enquanto…,entenda-se. Mas desejável, e quanto mais depressa melhor. Os partidos funcionam numa lógica de mercado .Sem concorrência ,estagnam. Em ideias e em pessoas …

Ganhou claramente quem tinha mais aptidão para o desempenho do cargo ;nisso não tenho a mínima dúvida. Mas a indiferença coloca em causa a afirmação de que haveria um claro entendimento da necessidade destas eleições .
O grande exame de António Costa ,irá ter lugar dentro de dois anos .E aí ,a indiferença ,não vai -não pode! - ser a mesma.
Senão, é caso para dizer : -democracia para que te quero?!.

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O mundo está povoado de …

COISAS DESINTERESSANTES


Foi-me gentilmente oferecido o Livro de João Simões ,cujo titulo inicial na década de 40 era «Os Grandes Trabalhadores do Mar »e que agora passa a «Heróis do mar»(lembram-se do Filme do mesmo nome?;não houve ,pois grande originalidade, para –assim - resolver o imbróglio criado por Valdemar Aveiro)).

Tricas e trocas ,da «porcaria» em que anda metida a guerrilha na «Feira das Vaidades» na Santa Terrinha.

Espantosamente ! :- edição paga pela Câmara Municipal e Museu. Parece isto despiciendo ou uma frioleira sem significado ?

Ora aí digo ,clara e frontalmente ,que não .

Tinha em casa a edição do autor ; agora tenho a edição de co-autoria de João Simões e Álvaro Garrido .Não percebo -ou faço que não percebo -esta novidade editorial. Mas , concerteza ,a nota do prefácio é bem mais elucidativa -e importante - do que o livro.Esteve bem A.G.no prefácio ,mas...
O livro é mais do que inócuo . É mistificador. Conjunto de Crónicas de uma superficialidade que confrange .O autor mesmo quando se vê envolvido no limiar do heróico ,é claramente incapaz de o relatar com autenticidade . A mais não era obrigado. A «encomenda» não era para ser autêntico ,mas panegírico.
Bem escrito? O que é isso ?

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Ora quando o livro « Faina Maior » está esgotado ,porque desviar a atenção ,e os esforços ,e entrar numa guerrilha sem sentido ?...

Insisto : «Faina Maior » é – de longe! –o mais conseguido documento ,sobre «os bacalhaus».Aqui e lá fora .Em minha modesta opinião, este livro já deveria ter sido, promovido «lá fora» .Tem estatuto que justifica o esforço .
«Faina Maior» foi o produto de uma associação irrepetível: ao rigor de Ana Maria na fixação do texto e na organização editorial ,juntou-se o descritivo ,próprio ,incomparável, do Chico Marques .
O livro reduz a heroicidade pacóvia, à realidade da sobrevivência. Exalta ,sem hiperbolizar .Desmistifica ,até :-ninguém lá andou por querer; mas porque era um modo de vida.

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Tinha principiado a noite com uma conversa interessante ,com pessoa interessante, e nada melhor que utilizar a boa disposição para suportar um livro sensaborão ,inócuo, encomendado ao autor com uma finalidade – a de enaltecer a vitória da neutralidade de Salazar na Segunda Guerra ,o que nos permitiu ,em 41, termos a única frota a pescar nos grandes bancos, tarefa que o jornalista do então sinistro Diário da Manhã , se esqueceu porventura, de acentuar .Ao que parece ,os próceres de então ,julgaram suficiente a aventura do jornalista do regime, para o medalhar..
Mas agora ,reproduzi-la ….Para quê ?

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Mas..o mundo está povoado de …

PESSOAS INTERESSANTES

Só que às vezes passam-nos ao lado.

Sucede-nos ,ás vezes ,gravar o imaginário de uma pessoa ,e assumindo esse retrato como definitivo. De repente ,sentados perante a mesma, verificamos que o mesmo ,não corresponde à realidade .E o certo ,é que tudo isto se passou durante uma vida .claramente ,falta de atenção que lhe damos …

Ontem sucedeu-me acertar umas contas com uma dessas pessoas ,com a qual andava intrigado, pois, desconfiava eu , que a imagem que dela tinha –por minha culpa .mas também por culpa dela !-estava errada .E quando uma duvida me assalta ,não descanso enquanto não ponho as coisas a limpo .Inquieto,. gosto de ser justo nas apreciações e para isso não aceito ficar pela superficialidade do que ouço dizer ,mas sim descortinar passo a passo ,a interioridade do «outro ou outra» .Gosto ,enfim ,de conhecer as pessoas (interessantes ) por fora e por dentro .E isso só o consigo, se as confrontar directamente.

Interessante ,pois ,verificar eu próprio, quanto enganado estava .
Ter respeito , consideração e estima por reconhecimento da validade intelectual de uma pessoa,… já é bom .Mas ,muito melhor, é juntar a essa estima distante ,uma estima de simpatia pessoal, próxima. Podemos ,assim ,se necessário , ser úteis, apoiando o seu esforço.

Foi o exercício que pretendi e ao qual «a visada» correspondeu sem fastio. Penso!

A vida tem coisas bonitas .E eu que andava enjoado de um tempo rico (paupérrimo…) em futilidades, enchi o «papo».



Aladino

quinta-feira, julho 19, 2007


saciado,mas não farto




Esta é mais uma noite em que me embriago

Em ti ,e de ti.

Olho-te no reflexo da lua que me atordoa os sentidos.

Revejo-te em todos estes anos vividos

Nos ciúmes de outros , que como eu ,amorosamente te cativam.


Estás hoje diferente do que me mostraste ontem.

E sei que amanhã serás de novo diferente .

E é por isso que tão estranhamente

Me apaixono, por quem repetidamente , me mente.


Sigo as tuas formas de mulher esquiva,

quando despida das tuas águas me mostras os recantos do teu corpo

E me desatinas

No desejo irrecusável de nele mergulhar - Mulher viva!

A sorver impudicamente a tua maresia , minha boca feita , teu porto.


Saciado, mas não farto, deslizo sobre os teus seios, e beijo-os sofregamente

Até que me digas basta .

Na promessa de que amanhã tudo recomeçará de novo

E que o teu desejo volte, renovado, a provocar o meu ,

Que pode ,eu sei, estar cansado,

Mas para Ti ,jamais estará , morto.


Senos Fonseca

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...