quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Exigência


Era noite e havia luar,
Quando passámos pela Capelinha
E juntinhos fomos até ao mar.
Deitados na areia, entre o céu e a água
Sonhávamos que a vida era poesia.
Havia paz na noite
E no ar que nos trazia a maresia.
Na tela pintada ao natural,
Só o marulhar da vaga cortava
O desvelo com que olhava
Os contornos ternos do teu rosto.

Dos teus lábios vinha a frescura.
Eram mais rubros que a papoila.
Cantavam a vida imaginada
Onde o mar não fosse enfurecido
E o dia se não escondesse enevoado.
Para que o barco por nós conduzido
Transformado ilha flutuante
Aportasse ao mundo mágico, acordado,
Onde a água fosse tão límpida
Que permitisse ver nossas mãos entrelaçadas
Reflectindo no cristal
Tanto amor a exigir eternidade.

S.F.Fev 2008




Aviso da Paróquia

Lembrem-se que quinta-feira começará a catequese para meninos
e meninas de ambos os sexos.


-----------------------------------------------

ASSIM NÃO VAMOS LÁ...
.

Como certamente muitos portugueses segui com a maior atenção os «Prós e Contras», de segunda-feira passada.

Problema terrível este ,em que desde 1974 andámos a brincar ao ensino ,destruindo muito de bom que, apesar de tudo, existia .Por exemplo :- o verdadeiro empenho dos professores ,que mesmo mal pagas exerciam com a maior dedicação o seu mister.

Destruiu-se só …e nada se construiu de válido.

Em nome da Liberdade os professores perderam toda a autoridade .Também por serem todos iguais –e todos muito bons ! assim se clasificavam entre pares- a maior parte deles nunca mais soube o que era se actualizar ,estudar , ou preparar-se ,para, com proficuidade, transmitirem o que deveriam saber ,mas que de facto não sabiam.(Claro que há muitas, muitas excepções ,mas esses não estavam lá …nos P&C)

A molhada levou a que os ditos conselhos directivos nada mais fossem que grupos de amigos, prontos a facilitar a vida aos colegas ,num nacional porreirismo em que somos especialistas e que levou à indecorosa falta de assiduidade do professorado que deve ter batido todos os recordes de outra qualquer actividade.

Então como as regras se pretendem mudar ,surge agora a indignação.

No debate uns deliraram optando por adjectivar em circunlóquio .Provar o que se dizia:-nada. Provar afirmações zero .Sabiam porque ouviam dizer .Talvez bons profes ..mas péssimos alunos .Se aqueles eram a amostra dos professores que temos (salvo o Prof. Arsélio),então não se poderia dar pior e mais indecorosa imagem da classe.

Brilhante o Prof Arsélio, nosso vizinho, o que nos honra, porque era o único que sabia o que queria e porque pareceu de imediato ser o único naquele grupo açulado – então aquela prof da Moita que lia a adjectivação era pior que uma pittbul- que falava pela sua cabeça ,com ideias próprias (o que levou á indignação dos colegas quando lhe foi dada a preferência –e bem! –pela moderadora ) pôs com equilíbrio dúvidas que terão de ser avaliadas .
A Ministra foi , além do Prof A. ,outra que falou pela sua cabeça .Com serenidade difícil de enroupar com tanto fel vomitado ,era uma das únicas que sabia bem o que queria. E mostrou à saciedade como há um monte de demagogia que sobrenada este importante e definitivo problema que urge resolver ,sem o qual não iremos a lado nenhum .

Resolver divergências ?:-claro .Ver como aliviar a burocracia ? óptimo .Nenhuma grande transformação nasce isenta de defeitos. Corrige-se ….andando…, identificando processos e agilizando procedimentos. Faz-se, fazendo-se.

Lá virão, agora , as marchas de protesto.

Mas esta classe profissional que pensa ter direito a emprego saído da Faculdade, sem se sujeitar a análise de vocação e ou a preparação pedagógica dirigida, e que parecendo dizer querer ser avaliado –sendo certo que não o quer, mesmo !-um dia vai ter o desgosto de se ver encurralada na Escolas com os Pais e alunos açulados contra o seu reaccionarismo.Ouviram aquela posição do representante das Assoiciações de Pais?
Agora querem convencer-nos que está em causa a Liberdade. «Liberdades»...talvez

Aladino

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Aviso da Paróquia


“O preço do curso sobre “Oração e jejum” inclui as comidas.”


--------------------------------------------------------------------------------

Eu já o sabia, há muito..

O ex-ministro da Justiça, Aguiar Branco, do PSD, só ontem descobriu – e disse-o em voz alta – a pequena dimensão de Ribau Esteves (Publico de hoje).

Iniciaram – se, às claras, fortes movimentos nas hostes PSD -PPD’s visando dar um pontapé no dito há este grupelho de populistas desbocados, líricos e impúdicos, que pensavam ser tão fácil enloilar o País, como o era ensandecer as clientelas partidárias locais.

Fico preocupado.Penso mesmo escrever uma carta aberta aos que se propõe chutar os ditos, devolvendo-os à procedência, para, encarecidamente, lhes pedir que os deixem lá ficar. Deixem-nos ir uma vez por outra Televisão – ao programa da Maya, por exemplo – e isso será o bastante lhes alimentará o ego. Mas por favor não o devolvam…

----------------------------------------------------

Relatório da SEDES


Este relatório da SEDES é preocupante. Porque dizendo coisas óbvias, não se percebe, muito bem quem acusa. O Santana Lopes que se deveria ver atingido pelo que lá se diz, afirma-se muito preocupado com a situação. Como se ele não fosse um dos grandes culpados desta borrada toda.

De facto o tempo não dá para antever coisas boas. O futuro é preocupante. O tempo em que vivemos só nos traz pequenos títeres a substituir outros pequenos títeres. Parece que já nem destes há títeres a sério. Parece que a sociedade politica é hoje o esgoto imundo, onde só vasa a sordidez, a cobiça material, o assalto ao poder a todo o custo, o descalabro da falta de ética, o despautério da sem vergonha.

Por isso temo o desencanto. E não sei como se vai conseguir ultrapassar este desencanto, esta maledicência que vai engrossando, com uma comunicação social que se revê na desgraça, empolando-a, exorcizando-a. Vendendo-a sofregamente.

É contudo verdade: há uma abismal diferença entre o que se diz e o que se faz. Com uma impunidade que parece não envergonhar os palradores.


Aladino

quinta-feira, fevereiro 21, 2008


Pérola literária

Há dias, alguém amigo fez-nos o favor de enviar a carta que reproduzimos abaixo, guardada desde há muito.Chamava-nos a atenção para a notabilíssima pérola literária que a mesma é .Indubitavelmente. Difícil manobrar melhor e com mais estro a pena. É uma peça literária plena de graça, irónica, na abordagem de drama íntimo, sério, para a resolução do qual se pede mais que tratamento clínico adequado à maleita, mas empenho solidário. A lembrança levou-me a partilhá-la com os leitores deste Blog.
Dirão os meus caros :finalmente ,coisa boa no Blog !.Seja…
Não posso – ou não devo adiantar muito mais –, senão alertar que em breve nos vai ser dada a oportunidade de aceder a um conjunto de inéditos de Frederico de Moura, por onde perpassa, em vigoroso –e muito próprio – mas não menos excepcional, estilo, as vivências do médico empenhado, do cidadão livre, do intelectual assumido, figura de dimensão homogénea cuja memória nos honra recordar.
Para já fiquemos com esta deliciosa entrada:
----------------------------------------------------------------------------------

Carta dirigida pelo Dr. Frederico de Moura, ao Dr. Nogueira de Lemos, Médico Cirurgião de Aveiro



Meu caro Lemos,


É coisa axiomática que o pénis não obedece a freio; e é coisa de esperar que, a natureza o tenha dado a animal que lhe não obedece. Mas como a esta estuporada profissão que exercemos só aparecem anormalidades, aberrações e coisas em desacordo com a natureza, surgiu-me hoje no consultório esse rapazinho que lhe envio, com um freio de tal dureza e de tal conformação que o insubmisso pénis, tradicionalmente indomável, não teve outro remédio senão ceder. Calcule os mistérios e os paradoxos desta ladina natureza! Esse moço, na casa dos 20 anos com uns corpos cavernosos que devem estar isentos de qualquer esclerose ou de qualquer obstrução, e concerteza dispondo de uma libido afinada capaz de lhe fazer sair, erecto, o próprio umbigo, resolve ir para o casamento com os seus (dele) três vinténs e confirma, então a suspeita que já tinha, de que no auge da metálica erecção, o pénis fica em crossa como o báculo de um bispo, por incapacidade de vencer a brevidade e a dureza do freio que lho verga para a terra. Calculará o meu prezado Lemos, as acrobacias de alcova que este desgraçado terá de realizar para conseguir a penetração de um membro viril, quase tão torto como uma ferradura, na vagina suplicante da consorte.

De modo que o rapazinho veio pedir-me socorro, e eu condoído peço-lhe a sua colaboração em favor da harmonia conjugal, com a certeza de que por isso ninguém nos irá acoimar de chegadores. Condoa-se a cirurgia de braço dado com a medicina que, por intermédio deste fraco servidor que eu sou, já se condoeu e endireitemos o pénis torto (e nada de confusões, que não é mole pelo que me afirma o proprietário). Lembremo-nos, sobretudo, ao praticarmos esta obra, que vem aí um tempo em que um pénis destes, mesmo em arco ou em forma de saca-rolhas, nos faria um jeitão, e ajudemos o pobre rapaz que se compromete comigo a fazer bom uso dele, emprenhando a mulher da primeira vez que o usar, depois da operação ortomórfica que o meu amigo lhe vai fazer sem sombra de dúvida.

Desculpe mandar-lhe desta vez uma tarefa fálica! Ouvi uma mulher um dia dizer que um Phallus é um excelente amu1eto e que dá sorte verdadeira. Se quiser tirar a prova não tem mais que endireitá-lo... e jogar a seguir na lotaria. Desculpe, pois, a remessa de bicho tão metediço que eu por mim prometo, logo que possa, e em compensação, mandar-lhe uma vulva virgem e nacarada como uma concha de madrepérola.

Um abraço do seu amigo certo
Frederico de Moura



P.S. - Como a minha letra é muito má segundo a sua opinião, e como o assunto desta carta é muito importante para duas pessoas, uma das quais do sexo fraco, entendi do meu dever dactilografá-la. Assim. não haverá nenhuma razão para que o meu amigo dizer que não entendeu o que eu queria e, por partida, deixar o aparelho na mesma ou pior ao rapaz.

Quero ainda dizer-lhe que para sua compensação, tenciono depois do êxito que o seu ferro cirúrgico vai alcançar, comunicar o seu nome à mulher beneficiada que, por certo, lhe ficará eternamente grata, ficando sempre com a sua pessoa presente na memória nos momentos - e oxalá que sejam muitos! - em que se sentir penetrada por um pénis que só o meu Amigo conseguiu endireitar. E nem sei se o Estado virá louvar a sua acção, se lhe for dado conhecimento que os filhos que saírem daquele casal são devidos em grande parte (não ao seu pénis) mas, sem dúvida, à sua mão.

E filhos com a mão nem toda a gente se poderá gabar de os fazer!



Creia-me seu afeiçoado,
Frederico
27/3/1958

---------------------------------------------------
---------------------------------------------------
PS- Hoje, por razões óbvias, não há «Aviso da Paróquia». Voltará no próximo
Aladino

quarta-feira, fevereiro 20, 2008




Avisos da Paróquia

"O torneio de “basquet” das paróquias vai continuar com o jogo da próxima quarta-feira.
Venham aplaudir, vamos tentar derrotar o Cristo Rei!"


-----------------------------------------------------------------

De um prato de lentilhas fazem um bodo aos pobres (de espírito)!..


«O Ilhavense» de hoje trouxe uma boa noticia. A confirmar que, se não é apreciado o valor dos «ílhavos» cá por casa, isso é fruto, apenas e só, de avançada miopia. Escandalosa, e mais grave tenebrosa: porque intencional.

Diz-nos «O Ilhavense» que Ana Maria Lopes foi convidada pelo Museu da Marinha para consultora técnica do mesmo.

Tenho verificado o enfado doentio, para não dizer doesto, como a referida AML tem sido tratada em actos públicos recentes. Que vai do esquecimento, pura e simples, do facto de AML ter sido a Directora do Museu -sem suborno a qualquer politica, portanto iniciativa sua -responsável pela viragem que conferiu a forma museológica, marítima, que hoje, aquele ostenta.Ou até, ao desfastio da citação distante, à vol d’oiseau, rápido e fugidio, de por lá ter passado antes dos dez anos que para alguns, abrem a história daquela casa.


Nesta Terra, onde nada se faz (actualmente), antes se preferindo comprar tudo feito – até «O Livro» – é bom que se tenha consciência da notícia.
Os valores por aqui não faltam. O que falta é o seu aproveitamento.

É verdade: esta terra parece-se com aqueles apregoadores das virtudes da limonada. Quando estão secos vão à tasca encharcar-se de tintol. Nem que seja zurrapa.

O saber seguro, produto do estudo atento e curioso, muito minucioso e pormenorizado, de AML, que lhe permitiu a produção de «O Vocabulário Marítimo Português» – extensa e esgotante leitura da actividade piscatória do litoral português –, e de «O Moliceiro» -o único verdadeiro e exaustivo trabalho publicado sobre esta embarcação – para lá da sensibilidade à faina no largo – «Faina Maior» -,serão por certo de muita utilidade ao Museu da Marinha.
Por cá de um prato de lentilhas fazem um bodo aos pobres (de espírito).
Et voilà…

-------------------------------------------------------------

Sonho curto …mas sonho

Se não piorar, vou acabar num desespero de não ter conseguido resolver as equações da minha vida.
Começo, por falta de compagnons de route, a olhar demasiadamente para mim. E agrido-me. Às vezes sem necessidade. A vida quando se alheia de algumas coisas que se movem à nossa volta começa a ser estranha. Parece que nem os prazeres sou já capaz de os viver, intensamente. A vida parece que já não nos empolga. Até deixamos de ser agressivos.
Mau sinal quando é necessário sê-lo, porque as coisas não melhoram: -pioram.

Eu não quero enfeitar o passado Não! Não procuro branqueá-lo. Aceito os erros. Na verdade o que eu queria -e teimo apesar de. -era sonhar com o futuro. Ainda que fosse curto o sonho.

---------------------------------------------
Há Câmaras e Câmaras


Tenho andado envolvido na leitura das actas Camarárias, na recolha de elementos que me façam perceber, e depois escrever(vamos a ver) o «Ílhavo – Ensaio Monográfico II Parte 1900-1974».

Em 1922, em acta, a Câmara de Diniz Gomes subscreve um agradecimento a António da Rocha Madail pelo seu trabalho Monográfico, que viria a servir de base ao Brasão.
Bonito, não é?
A Câmara, claro, dado o tipo de trabalho, editou-o às suas custas.
Não, não quero comparar trabalhos. Quero é comparar atitudes.
Por agora dinheiro só para « A Obra»...o Livro!..o tal.Que eu paguei honradamente .E o leitor pagou...claro ...e não bufou.. ?
--------------------------------------------------
Antes e Depois …

Tinha essa ideia.
Era eu rapazito, aluno no Colégio, e num trabalho que ganhou um prémio, (já) referi então que Diniz Gomes teria sido um notável Presidente da Câmara.E enumerei as razões. Não o refiro pelo prémio (os dois livros de «Costumes e Gentes de Ílhavo», que guardei religiosamente, li e reli, vezes sem conta), mas porque, oriundo de uma casa, de uma família que desde tempos ancestrais sempre se opôs a Diniz Gomes, politicamente, isso não impedia que aos mais novos não fossem referenciadas as virtudes, mesmo dos opositores. Foi assim que fui educado. Discordar, mas respeitar. Um opositor pode ter ideias diferentes, mas não é um inimigo.
Ora hoje, vida passada, não tenho dúvidas.
Ílhavo divide-se em dois períodos:
Antes de Diniz Gomes …e depois de Diniz Gomes…

Quando muito, hoje, fico satisfeito por aquilo que está dedicatória dos referidos livros da autoria de Diniz Gomes: o louvor à «precocidade» do puto, patente no que tinha escrito no referido trabalhinho.
É assim Em pequeno mostra-se muito do que vamos ser, depois, na vida. Os pais devem, por isso, estar atentos. Para corrigir...ou para incitar. Nunca alheados ou distantes do processo evolutivo da personalidade dos seus rebentos.
O meu Pai sempre me disse:
-nunca«os» poupes. Se te derem com uma mão na face ..dá-lhes um murro ..ou uma dentada. Nunca a outra face. Mas respeita-os…se pensarem diferente de Ti.


Aladino

domingo, fevereiro 17, 2008

Aviso da Paróquia (7)


" Lembrem nas suas orações todos os desesperados e cansados da nossa

paróquia".

-----------------------------------------------------------

Bons governantes ou governantes bons?

Continuo a olhar o mundo com pena de não ter tempo – e às vezes agora, paciência – de gozar o deslumbramento que sinto com a vida, mesmo que agora vista (já) a uma certa distância.

Deslumbro-me; mas sinto medo do que virá aí para as novas gerações. Não sei se estas irão perceber os novos tempos.

Há uma falta clara de grandes figuras a orientá-lo. Washington., Gandhi, Mandela, Churchill…foram-se. Mesmo que ainda houvesse meia duzia de «Mários Soares», já me alegrava.

Não.Hoje já não há figuras com dimensão ética, politica e humana, que possam ombrear com aquelas (e outras) que desbravaram o árduo caminho por onde o homem se foi emancipando, adquirindo alforria e direitos, e compreendeu haver deveres a cumprir.

A polémica que corre no Reino Unido com as declarações absurdas do arcebispo da Cantuária, Rowan Williams que são uma espécie de capitulação civilizacional, deixam-me perplexo. Isto é: ou afirmamos sem complexos que as conquistas conseguidas sobre o domínio da religião(dona de todos os valores até então) só foi possível por uma iluminação do pensamento europeu do séc. XVII, e que, custe o que custar, não estamos dispostos a deixar soçobrar essa «superioridade temporal», ou voltaremos a um mundo tenebroso, obscuro, que não aceita o multiculturalismo, e que a breve trecho está exposto,de novo, à cegueira do fanatismo religioso.

Parece que se tem medo e se começam a fazer concessões perigosas. Em nome de uma pseudo aceitação das tradições menores, desprezamos as conquistas maiores.

Por este caminho fazemos desta destruição de conquistas uma espécie de emblema de liberdades.

Bons governantes ou governantes bons? O que queremos de facto.

-----------------------------------------------------------------------

Sonho curto …mas ainda sonho (nem que seja em Mirandês)

Se não piorar, vou acabar num desespero de não ter conseguido resolver as equações da minha vida. Quando a vida se despedir de mim – sim, porque o contrário julgo que me não acontecerá – não terei tido tempo de resolver, e ou encontrar o X=……

Começo, por falta de compagnons de route, a olhar demasiadamente para mim. E agrido-me, interiormente. .Às vezes sem necessidade. A vida quando se alheia de algumas coisas que se movem à nossa volta começa a ser estranha. Parece que nem os prazeres somos já capazes de viver. A vida parece que já não nos empolga. Até deixamos de ser agressivos para os outros…e apenas o ser para nós mesmos.
Mau sinal quando é necessário (ainda) sê-lo, porque as coisas não melhoram: - pioram.

Eu não quero enfeitar o passado Não!.. não procuro branqueá-lo. Aceito os erros. Na verdade o que eu queria -e teimo apesar de, -era sonhar com o futuro. Ainda que fosse curto o sonho.

Glosando Amadeu Ferreira

You inda num sou de ls que me quedo ,pus num me falta que fazer, mas que balor le dana l que un biello faç?Morremos-nos, mesmo ,mesmo ,quando yà naide mira para nós. Se cuntinamos a andar porqui ye porque I semitério inda num mos qiuier

--------------------------------------------------------------------------

A vida é como uma maçã

Tudo por causa da trincadela de uma delas…
Só que é verdade,

A vida é como descascar uma maçã. Só depois de aberta (depois de vivida) encontramos uns podres. Se não forem muitos, vale a pena ,ainda, dar-lhe uma trincadela. As ( maçãs ,e as vidas ) mais saborosas, são mesmo as que têm alguns podres.
Se estão todas podres, o melhor é deitá-las no caixote do lixo….

Aladino

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Aviso da Paróquia










"O mês de Novembro finalizará com uma missa cantada por todos os defuntos da paróquia."





----------------------------------------------
----------------------------------------------


UM OLHAR SOBRE A COSTA NOVA (séc. XIX/ inicio séc.XX) - PARTE I


Em 1808 a deslocação da abertura que ligava a laguna ao mar, fixando-a no actual local, trouxe um problema acrescido às companhas que laboravam na costa de S.Jacinto, em frente à Senhora das Areias.

Desde meados do século XVIII que as dificuldades de renovação das águas lagunares trouxeram consigo uma crise profunda a toda esta região; crise económica devido ao quase desaparecimento das espécies, provocada pelo inquinamento das águas interiores. Mas e também, uma crise desesperada, motivada pelas pestilências que tal situação provocou nas gentes ribeirinhas, ceifando um número apreciável de vidas daquelas gentes desprotegidas para resistir a tal flagelo.

Os pescadores tiveram de saltar para a borda do mar, deixando a laguna,então morta, levando consigo as redes do chinchorro e as bateiras, procurando rápida e laboriosamente o sustento nas águas do mar. As condições eram penosas e perigosas, tão penosas como o era o alar das redes feita à força do braço. Mas logo com engenho e arte, sonharam – e realizaram – uma embarcação capaz de ir mais longe, que saltasse na quebra da vaga, encabritando-se até aos céus para logo descer em segurança (?!), e assim ultrapassar essa dificuldade primeira. Aprontado o meia-lua, meteram-lhe no enorme bojo as artes maiores – a xávega – redame que os galegos lhes tinham ensinado a manejar, saltaram-lhe dentro agarrando-se ao punho dos remos, segurando -e segurando-se – no reçoeiro, entrando mar adentro em volta larga antes de virem abicar praia.

Ora a abertura da nova barra trouxe uma nova e inesperada dificuldade; a correnteza da maré tornava difícil, ou até problemático e muito inseguro, principalmente de noite, o acesso a S Jacinto. Luís Santos Barreto – Luís da «Bernarda», alcunha da sua mãe – e seu irmão José, valentes e venturosos arrais da xávega, resolveram tentar a sua sorte a sul. Luís aportou á Costa Nova, varando nas dunas desertas, ali defronte ao local onde mais tarde foi implantado aquele que foi o palheiro habitado por «José Estêvão». O irmão José, esse, mais temerário, continuou. E só parou na costa de Lavos, aí se fixando.

A pesca correu tão bem ao Luís - mesmo que feita em dia chuvoso! - que logo outros companheiros puseram mão aos remos e trouxeram as suas tralhas, dispondo-as na costa. Para a diferenciar da antiga, logo a apelidaram de COSTA-NOVA, cujo acesso feito por travessia de barca na «Maluca»,era muito mais cómodo e fácil.

Criou-se ali uma comunidade piscatória, relevante. Em 1837 eram seis as acompanhas em laboração, empregando seiscentos e trinta e seis pescadores; e outras tantas pessoas (ajudantes, salgadores, peixeiras, mercantéis) que trouxeram movimento desusado àquela zona, até ali, então, deserta. A esta comunidade veio juntar-se o lavrador gafanhão-o labrego-, que trouxe os seus bois à borda para facilitar o alar das artes, numa espécie de ruralização da beira-mar.

Construída a capelinha de tábuas cobertas com caniço,no intuito de glorificar o orago S Pedro, santo protector destas gentes que lhe manifestavam muita devoção e crença, logo em volta da mesma se foram instalando os palheiros. Uns, mais simples e toscos,apenas destinados a resguardo daquelas gentes. Outros de portal largo para acesso dos enxalavares – carros de rodas largas onde se transportava o peixe que eram puxados por uma parelha de bois- e onde se instalaram as novas fábricas de salga – os palheirões. Uma nova técnica que o francês Mijoulle (1773) tinha trazido para a região, permitindo uma utilização do peixe para tempo muito posterior á sua captura. O que traria um acréscimo à importância da sardinha, que se afirmaria o grande alimento de uma época onde os períodos de jejum obrigatórios, longos, incitavam á sua procura, já que era um tipo de peixe que suportava bem tal tratamento de conservação, sem perda de qualidade.

A Faina na borda




1822 trouxe um novo hábito que viria revolucionar mentalidades e costumes: a procura das praias de mar para banhos, que a casa real tinha com o seu exemplo, promovido. Os primeiros banhistas instalaram-se em enxergas postas na areia, nos humildes palheiros, que começaram a posicionar-se para sul das companhas, mais junto à ria.Logo a seguir foram tentados pela aquisição, ora de terrenos – logo que os mesmos passaram da jurisdição de Ovar para Ílhavo (1855) – ou e, dos próprios palheiros, muitos dos quais foram passando para as mãos dos veraneantes.

Nos finais do século XIX, a «Costa Nova», que entretanto anexara o «do Prado» à designação inicia, para sua identificação, começou a adquirir tiques cosmopolitas, tornando-se local privilegiado de visita ou estadia de políticos, escritores, figuras da igreja e da sociedade civil, para o que foi vital a acção de José Estêvão, notável e cativante anfitrião, impulsionador de tais convívios, profusamente referidos à época.

O século XX iria fazer da Costa Nova do Prado um ponto de encontro e divertimento, para gozo em férias. Foram criados locais de encontro: -as famosas Assembleias, os Salões – em que o mais famoso se designou Salão Arrais Ançã - Clubes, todos locais onde grupos disputavam acirrada e galhardamente a notoriedade das suas festas – bailes, conferências, concursos de beleza, concertos, promovendo touradas, circuitos de motos, regatas, e claro, as famosas chinchadas da época. Locais de convivência alegre e despreocupada de elites, deram origem a uma intensa vida social, onde era primordial o doce chilreio da graça feminina, o que serviu para fazer da Costa – Nova, um local e um sítio prazenteiro, cheio de cor vida e graça.


A diversão no «Bico»
Ao pé descalço, e a perna ao léu, e a sem gravata , foram sendo substituídas pelo rigorismo pedante que a envolvem num banho de volúpia e num beijo enorme de desejos sensuais, escrevia-se num postal de ali enviado.

Os Jornais da época, principalmente de Ílhavo, Aveiro e Águeda – mas e também as Gazetas de Lisboa – disponibilizam espaço para laudas e laudas de notícias, postais, crónicas e croniquetas, que alimentaram o mito do local mais cosmopolita da região – a Costa Nova – local da gente polida da época, sociedade do chiquismo, onde todos se desejavam ver – para gozo da maravilhosa e pródiga natureza – mas e também para serem vistos, por vezes até, anunciada a sua chegada em largas parangonas: - «nos próximos dias chegará para gozo de férias , S. Exª etc.…acompanhado da esposa e… »-era habitualmente lido, nos jornais locais.
A Costa –Nova era Sol, muito sol, sempre sol. Amplidão de frescura e água onde apetece mergulhar. uma tela onde a luz tem o papel principal: - dizia-se à época
No mar


Ílhavo seria bem diferente se não tivesse de entre as suas jóias, esta, a mais bonita da coroa.
Seria diferente naquilo que tem para oferecer e cativar o visitante; mas seria diferente porque foi ali -na Costa Nova – nesse convívio privilegiado, se gerou a geração de 20 ,uma geração de ouro que se afirmou e lhe conferiu um destaque, por de entre os seus filhos,surgirem figuras que se viriam a afirmar no panorama nacional nos mais variados campos ; das letras ,das artes, dos ofícios e saberes.

S F.(2008)

Jan 2008











sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Não contes...


Não contes do meu
Sorriso
Que corre para ti, hoje.

Nem que fecho
A cortina
Para a tua ternura ficar comigo


Deixa que te envolva,
Ao menos,
No carinho de um suave abraço

Não contes a ninguém
O desvelo
Com que o faço

Deixa ficar o segredo
E com ele
O nó sem laço

Deixa passar o vento
Abre a janela
E deixa-me entrar

Um dia havemos de ir
Como os rios
Correr direitos ao mar

Para ouvir um búzio
Na praia
Dizer, que bom é amar


SF

DEZ 2007

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Avisos Paroquiais


"Assunto da catequese de hoje: “Jesus caminha sobre as águas”

Assunto da catequese de amanhã: “Em busca de Jesus”

-----------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------

Comemoração dos 110 Anos de Independência

do Concelho de Ílhavo.



Anexação e Desanexação do Concelho de Ílhavo
(1895-1898)


Em 1865, à profunda crise politica viria juntar-se a pior colheita agrícola de sempre. O desemprego e a criminalidade atingiram níveis nunca alcançados; o país via nos suicídios individuais que grassavam por todo o lado, a aproximação do suicídio colectivo. Os tumultos surgem por toda a parte, em particular pela região de Aveiro, com o povo a indignar-se contra o imposto de consumo, entretanto criado. Tentado um plano de emergência e de estabilidade, não se vislumbraram, contudo, quaisquer consequências positivas. Importadas do exterior vão chegando as criticas demolidoras do liberalismo. Oliveira Martins é um dos arautos da transmissão desse estado de espírito, acusando os políticos, o parlamentarismo e os partidos, de serem «a causa de todos os males». A politica – afirmava-se – quando reduzida a uma mera competição partidária e parlamentar, era um estorvo, sendo por isso preciso, inadiável, – apregoava-se nos últimos anos do século – «engrandecer a realeza» para a transformar no poderoso agente da civilização, necessário para defrontar os «novos» desafios. Era assim justificada a necessidade de um novo governo que apoiado na «autoridade real», e sustentado pela apoio e pela adesão das camadas populares, fosse capaz de pôr de lado as práticas conciliatórias, empreendendo reformas vigorosas, musculadas, que permitissem ir de encontro aos interesses instalados.

Desta situação irá surgir, de novo integrado num governo regenerador, João Franco, que assumirá papel determinante na função legislativa, ainda que levada a cabo com o Parlamento encerrado o que pré- configurou a prática de uma ditadura, desculpabilizada com o facto de ser provisória e condicional. João Franco vai assim proceder a uma profunda reforma administrativa com que pretendeu acabar com os influentes e com o interesse dos «campanários», na qual, para lá das mudanças no ensino, reformulou o exército, estabeleceu quotas de representação no parlamento, e introduziu profundas mudanças Constitucionais. Assim classificou os Concelhos por ordem (1ª, 2ª e de 3ª categorias), fixando que os pequenos concelhos sem capacidade para satisfazer as necessidades básicas, deverão ser agregados aos maiores: e é nesta mudança, neste novo panorama administrativo, que se irá decretar a inclusão do Concelho de Ílhavo no de Aveiro.
Para a esquerda progressista os concelhos deviam ser comunidades independentes; para Franco, «positivista», o que contava “eram os factos históricos”: - os municípios e paróquias só faziam sentido, “conforme tivessem, ou não, recursos para prestar serviços de modo a poderem cumprir uma função social”. Por isso, na sua ideia, haveria que acabar com os municípios inviáveis, integrando-os nos grandes municípios.

Mas o que a reforma administrativa – que centralizou o País em trinta e três círculos eleitorais – visaria, seria, acima de tudo e fundamentalmente, controlar o voto, no sentido de a que a votação dos grandes centros urbanos não fosse pulverizada pelos votos rural (normalmente reaccionário, clerical).

O decreto de 28 de Março revogando a Lei eleitoral vai permitir que a área dos círculos eleitorais coincida com os distritos administrativos, com o que se pretendeu conceder representatividade às forças minoritárias. Para conseguir esse desiderato, alguns pequenos concelhos irão ser anexados aos concelhos mais representativos da área.

O decreto de 21 de Novembro de 1895 vai nesse sentido fixando a anexação do concelho de Ílhavo por Aveiro. Em acta da Câmara Municipal de Ílhavo dessa data [1], dá-se por extinto o Concelho, de que era na altura Presidente, Augusto Oliveira Pinto, e Vereadores João César Ferreira, Henrique Cardoso Figueira e José Maria da Silva Valente, nomeando-se para administrador na nova orgânica, o Dr. Mário Duarte (conhecida figura do desporto aveirense, que contava em Ílhavo com grandes amizades).

Naturalmente, e apesar disso, o facto não foi bem aceite na Terra, tendo-se formado uma «COMISSÃO PARA A RESTAURAÇÃO DO CONCELHO», cujos ecos se fizeram ouvir em toda a imprensa da região, e irão chegar ao Parlamento.

A integração iria durar pouco tempo e não teria nenhuns efeitos perduráveis. A situação económica e financeira do País piorava, e era já previsível a queda do Governo de Hintze Ribeiro e João Franco. A lei eleitoral já em 1896 fora corrigida; Franco reconheceria “que a sorte dos Governos dependia da prosperidade do País”. O próprio Luís de Magalhães ilustre aveirense, seu amigo, ter-lhe-ia afirmado: - «tenho graves dúvidas sobre o êxito da sua politica”·.

Portugal definhava e o rei D. Carlos concluiu que aquele governo já não tinha qualquer préstimo: - nem para o Rei, nem para o País.

O Governo cairá a 6 de Fevereiro de 1897. Era o fim de quatro anos de governo regenerador e o regresso do Partido Progressista com José Luciano de Castro.

Por decreto de 15 de Janeiro de 1898, o concelho de Ílhavo será novamente reformulado e irá recuperar a sua autonomia administrativa. Forma-se nova Câmara; a primeira acta pós este período de anexação, data de 28 de Janeiro de 1898, sendo o cargo de Presidente ocupado por Ferreira Pinto Basto.

Nessa data o «ilhavense» José Barreto·, dedicou ao acontecimento um soneto que por curiosidade aqui se reproduz:

Assente sobre um vasto e fértil plano,
Em ruas amorosamente repartida,
De estradas, largos, praças, guarnecida,
Com mui saudável clima em todo o ano






Perfumada pela brisa do Oceano
Por aldeias Formosas envolvida
Mãe de nautas valentes, cuja vida
É um poema d’ingente esforço humano



Marítima, piscosa, industrial,
Formosa, alegre, activa e ilustrada
De importante labor comercial,

Este é d’Ílhavo a terra abençoada
Hoje enfim, do concelho a capital
«Esta é a ditosa pátria minha amada»





ALADINO

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Aviso da Paróquia – 5

"O coro dos maiores de sessenta anos vai ser suspenso durante o verão,com o agradecimento de toda a paróquia”

-------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------
O AMOR

Algo que não sei definir muito bem.
Mas que ao acaso, ao navegar sem rumo certo, à bolina, encontrei nas palavras desse notável panfletário que foi Maia Alcoforado, no seu «Ílhavo Terra Maruja».( n.b- quem não leu ,deve ler)
Ora digam lá se poesia é rimar, ou se não será outra coisa…
-------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------

O Amor!

O avant- propos da história dos ílhavos, foi escrito pelo Amor – talvez V Exªs o não acreditem – é o maior de todos os heróis…Falar desse eterno Herói às mulheres de Ílhavo, é ter de passar em revista os pelotões de lágrimas que o mar lhes tem feito chorar; é ir ouvi-las aos paredões da Barra e às areias da Costa Nova, à hora em que os veleiros de proa ao S.W. começam a marear o pano e a grita comovedora dos adeuses abre chanfraduras de sangue na alma dos que partem e no coração ficam …; é fazer acordar no seio de todos os oceanos, que bordam todos os continentes, as cavernas carcomidas duma multidão de navios, que a fúria das tormentas desmantelou e a guéla hiante dos vagalhões engoliu no meio de risadas infernais…; é ir desvendar os nevoeiros da Terra-Nova, catacumbas do mistério e da solidão, onde jazem mirradas as pranchas dos dorys e os esqueletos dos pescadoresA mulher de Ílhavo só por si é um poema de amor..

(Maia Alcoforado 1932)

--------------------------------------------------
---------------------------------------------------

POESIA versus MURO DE TIJOLO…

Na apresentação do livrinho de João de Almeida, o director da secção cultural de «Os Ílhavos» referiu-se a um conterrâneo que um dia lhe teria dito se pensas que isto de poesia é fazer muro de tijolo a metro…; subentendi que o conterrâneo quereria marcar a diferença – para ele poeta – entre obrar poesia, ou simplesmente (?!), prosa.
Claro que eu compreendo o que o dito quereria dizer ..Muito embora tenha certas duvidas –muitas! - sobre os poetas.Inspiração por inspiração, a prosa é muito mais suada. O poeta faz poesia com um décimo das palavras – o que não deixa de ser uma vantagem – e com uma total liberdade de sugestão. Se quisesse escandalizar – exagerar e glosar – diria que a poesia está para a prosa como a pintura abstracta está para a pintura renascentista. Uma faz-se de um momento, outra é produto de um grande trabalho de escola.
Por isso é verdade(?!) os poetas serem, por norma, preguiçosos…e fingidores
Uns «poetas!..

-----------------------------------------------
-----------------------------------------------

JOÃO DE ALMEIDA-1

(Vista -Alegre a minha terra)

Um interessante livro de memórias, que foi apresentado ,sábado.Ter memória é dar-nos conta dela dum modo singelo, mas amoroso.É q.b.
O livro de J.A merece, pois, todo o respeito. Não é uma obra de história, mas dá-nos o registo de pormenores valiosos. E é, acima de tudo, um trabalho feito com o coração e escrito por alguém que desejou exprimir o viver com solidariedade e em convivência, num mundo que até lhe parece, hoje, ter sido de rosas,e em que participou. Ora um homem que participou deve dizer no que (.) e onde. J.A fê-lo… O livro fez-se perante os gestos de indiferença inexplicáveis… diz V. S. no Prefácio. Inexplicáveis, mas esperados, expectáveis, acrescento eu.
João Almeida lembrou-me o
Um munamuna
Dois rilhós
Três holandês….

Oh! my god…tão longe e tão perto.
Quando se vive numa sociedade vesga e mesquinha é difícil,muito difícil, fazer lembrar que nem sempre foi assim. J.A mostrou-nos outra face desta terra: a que tinha filarmónicas, teatro, mouras encantadas e bispos. Lembram-se? Não?! …então comprem o livro sff
.-------------------------------------------
-------------------------------------------

JOÃO DE ALMEIDA -2

Dias antes da apresentação, li declarações no «Diário de Aveiro», feitas pelo corifeu do regime local. Dizia o troixelo que a Câmara não tinha apoiado o livro porque não se poderia fazer um livro sobre uma empresa privada sem ter desta autorização.
Parecia, pois, que o trabalho de J.A. era «crime» a que a impoluta Câmara-aquele grupo de anj(inhos) não se queria associar.Eu confesso que não percebi o taloca na estridente e opiniosa tarouquice.
Já ouvi muitas coisa parvas .Esta vou registá-la para a história(III).
Ora depois de ler o Livro, das duas, três:

1-Ou o patareco não leu o livro, e opinou como é seu timbre: -de cor e salteado
2-Ou leu; mas como não sabe ler – sim porque isto de ler não é só soletrar consoantes e vogais – não entendeu que o livro de J.A, nada, mas nada!... fala (e quando fala de raspão é só para elogiar) da empresa privada V.A, mas sim e só, da «Vista – Alegre».

3- Ou pois, terceiro e o mais certo:O barnabáu não sabe que foi a Vista – Alegre que deu o nome à Fábrica, e não o contrário.

Tanta ignorância pode ser inexplicável, como diz V S.Já eu diria: - perfeitamente explicável e expectável.

VS tem uma alma de poeta.Eu não...

ALADINO

            Os nós da vida.... ..  INQUIETUDE... A VIDA COMO ELA É ...  Neste cantinho recomendado que, a natureza prodigalizou, e que a e...