quinta-feira, setembro 25, 2008

Ponto de ordem

Num dos últimos Blogs fiz uma aproximação (?!) de R.E. ao Major. Referia-me ao caso das obras do parque desportivo que o Autarca de Gondomar teria feito sem licenças, nem concursos, nem com respeito, ao que parece, pela propriedade privada.
Falava assim, de erros técnicos graves, com sérios prejuízos, futuros, para a edilidade
Ora hoje, na Comunicação Social, o mesmo Major, num novo processo, é acusado de eventuais práticas que configuram burla intencional e gravosa (agravada), com eventual prática de ilícitos de enriquecimento no exercício do cargo.
Ora relativamente a RE, posso ter muito má impressão sobre uma certa irresponsabilidade na condução dos actos autárquicos. Os erros, em minha opinião, são mais do que muitos. Mas não tenho – que fique claro - nem objectivamente nem subjectivamente, qualquer indício de práticas de ilícitos, envolvendo actos do tipo dos que pendem agora sobre o Sr. Major. Erros sim; apropriação de algo por vias de abuso do poder, não tenho o mínimo indício de tal.
Que fique, pois, claro.

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A HECTACOMBE FINANCEIRA

Espanta-me como alguns Sábios ainda duvidem que mais tarde ou mais cedo, a crise, directa e indirectamente, vá chegar ao País. Vai!..e já vão ver como…
A crise neste momento tem ainda, quase e só, uma dimensão financeira. Se o plano Bush for em frentes na hora em que rabiscamos o blog, parece que foi aprovado- o Estado Americano (todos os contribuintes americanos) vai (vão) adquirir os activos podres dos Bancos, fazendo implodir a tal bolha especulativa imobiliária. Só que, ficando o Estado com milhões de prédios na mão, a pergunta é:- o que irá fazer com eles? Ora dos anteriores donos que por não poderem satisfazer os seus compromissos viram os seus prédios hipotecados, serem executados, só uma pequena parte se irá candidatar a adquirir novamente o que perdeu, mas em condições exigidas de muito mais segurança.Será uma percentagem mínima que conseguirá voltar a ter habitação própria. Em consequência a construção e actividade imobiliária descerão inexoravelmente Atrás delas virá um abrandamento que se reflectirá em outros centros de produção. O crédito apertar-se-á cada vez mais, as grandes indústrias (automóvel, aeronáutica e muitas outras) abrandarão, e a recessão será inevitável.
Ora neste quadro – para mim evidente - o dinheiro que vinha dos EUA alimentar os grandes bancos europeus deixará de atravessar o Atlântico. Será todo preciso do outro lado.
Em consequência os Grandes Bancos Europeus irão limitar os empréstimos ao pequeno Banco Nacionais.porque lhes falta liquidez. Então a crise financeira chegará aos pequenos Paises.E depois e pelo mesmo modo, a seguir virá um abrandamento (maior ou menor) da actividade económica, o desemprego subirá, e a recessão estará aí em breve.

Porque é que isto sendo o BABA da política económica parece ser difícil de intuir, e levar a tomar medidas quanto antes?
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Intervenção dos Orgãos Reguladores? - Sim e depressa


O Presidente da CMVV dizia hoje algo profundamente errado. Dizia Carlos Tavares que a situação não exigia maior regulação, mas sim maior transparência nos produtos financeiros. Ora parece ser bem claro que há que passar ao crivo os produtos financeiros oferecidos (fundos, seguros, capitalização, etc.) mas para o fazer é preciso muita proximidade e intervenção constante do Órgão regulador (e fiscalizador).
Pois acreditamos que tenha de ser nessa maior intervenção que possa estar um dos instrumentos mais valiosos para antecipar a crise e diminuir-lhe os efeitos.

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Recessão Económica já chegou hoje á Europa

A recessão económica começou já a chegar. A Irlanda – lembram-se como ainda há meio ano era dada como exemplo de desenvolvimento sustentado- entrou em colapso. Parece que Alemanha e Espanha se seguirão – é lógico. Juntamente com A Grã-Bretanha eram os países que têm a economia mais ligada(dependente) do sistema fiduciário americano. Foram as primeiras a apanhar os efeitos do Tsunami.

Portugal está muito ligado aos empréstimos Ingleses e alemãers.Se aquelas entrarem em quebra notória, ninguém nos vai valer.
E isto seja qual for o governo que lá esteja. E para situações difíceis e muito complicadas o certo é que só este deu, ainda, mostras de encarar as dificuldades com grande coragem e sentido de responsabilidades.
Imaginemos numa crise destas termos lá o Pedrito ou Luís F. Meneses .E o Ribau!?

Era o fim da picada…


Aladino

quarta-feira, setembro 24, 2008

Volto,hoje, ao que me aflige:

como mudar ideologicamente o estado do mundo.?
Poderia aqui contar histórias da treta. Era fácil –facílimo !- sustentar essa inutilidade vaidosa. Eu prefiro pensar, e dar conta do que penso, sem outra intenção que não seja a de me sentir bem ,sabendo que enquanto pude, tentei compreender o meu tempo. E saber que me preocupei com ele. Não faço o Blog para que me leiam, mas sim porque gosto de falar e discutir ideias. E agora retirado da vida activa, é esta a maneira de participar.
Dia a dia a observação da convulsão capitalista, confirma o que tantas vezes, nestes anos a blogar, aqui fui dizendo - deixado à solta o capitalismo, devora-se, destrói-se a si mesmo. É auto-fágico quanto deixado sem trela,à solta.
E foi isso o que aconteceu. A engenharia (?) especulativa atingiu níveis impensados. E o certo é que muitos bendiziam o que julgavam ser distribuição de benesses dadas em nome de progresso. E por cá foi-se copiando :- um pouco mais tarde, é certo. E até apareceram Bancos a pagarem 10% das despesas ,diziam, e dizem ,como se eles só não dessem um atilho, a quem lhes desse um porco. Gastem amigos ,nós pagamos era o slogan ,deste e outros incentivadores compulsivos ao gastar desenfreado.
As entidades reguladoras nada fizeram para acabar com o facilitismo. Não havia dia que o telefone não ringasse a oferecer dinheiro; toda a gente parecia querer ser o Pai Natal, de todos os dias. Natal já não era quando o homem quisesse:-era todos os dias ,porque os especuladores assim queriam ,apanhar os últimos trocos.
Muitos –tantos! - sentiram-se experts na especulação bolsista ,que deixavam envergonhados quem se recusava a entrar na jogatina de brincar aos papel pardo das acções. Mesmo que estes, se o fizessem, só arriscassem o que era seu. Enquanto os chico – espertos do ganho fácil arriscavam com o pelo do cão do seu banco, emprestado. Quando chegou a hora da verdade, é que foram elas. Pagar o pêlo do cão do banco ,custou-lhes o próprio pêlo, e o da familia.Tansos…

Ora agora é que é a altura de perguntar :- então tem, ou não, de haver intervencionismo do Estado ,no mercado? Então paras se salvarem milhões de famílias, tem ou não de se SOCIALIZAR a divida contraída? Estamos dispostos - todos! - a entrar nesse empréstimo social? Ou ainda não percebemos que a injecção de triliões de dollars, e ou euros, injectados para suportar activos que se transformaram de repente em passivos, terão de ser pagos por todos nós, proporcionalmente? Ou continuar-se-à a pensar que o dinheiro dos cofres dos Estados, existe mesmo ali ao lado, produto de poupanças geradas, para gastar quando for preciso?

A desgraça, a nosso ver, ainda não chegou cá em toda a dimensão. O tsunami deu-se nos EUA; cá, vai chegar lá para o fim do ano, vão ver….
Há que encontrar outro modelo social, económico e politico. E só a Europa pode consegui-lo.
A convulsão social que vem aí pode ter fins trágicos .E ou depressa se encontram os meios e os métodos –a nova forma - de acabar com a «roleta capitalista», ou entraremos num período que só sabemos como começa ,mas não sabemos como acabará.
É mesmo verdade: basta de discutir falsos esquerdismos. A esquerda se quer salvar a Europa tem de perceber que é agora, ou nunca! Concentre-se essa esquerda no essencial ,deixe com pragmatismo a luta de classes - que já nada tem de realismo - e salve-se o que está por aí esfarrapado.
E deixemo-nos de tonterias : não é um País que mudará o mundo. Todos terão de procurar e aceitar as novas regras. Onde estão os dirigentes que ponham mão á obra? Aqui é que está o busílis. Aqui é que começa a minha primeira dúvida, e o desconforto.
É que neste ponto entrámos em crise , por esse mundo fora.
Aladino

terça-feira, setembro 16, 2008

A Quinta de Alqueidão (2)


Obviamente DEMITA-SE.


A fazer fé nas informações - e no que nos vai chegando pela Comunicação Social -, o processo, famigerado e rocambolesco que envolve a referida Quinta, entrou agora numa fase do vale-se tudo.

A Câmara de Ílhavo (RE) parece ser, agora, acusada de litigante de má fé, e ao Tribunal de Ílhavo foi já remetido o processo (em Agosto Último), visando obter a demolição do que, segundo a autora, está ilegitimamente construído no terreno de que é legalmente a única proprietária .Nada mais nada menos do que a Biblioteca Municipal e o Forum.

E nem sei se a Srªa da Nazaré estará por lá bem, e segura, no seu altar. Deve estar espantada para estes negócios terrenos ,tão diferentes,presume-se,do que se passará lá pelas alturas.

A CMI (vidè RE) é acusado de má fé – o que não é caso virgem! – por no início do propósito da construção, quando o Empreiteiro e presumível legal dono do terreno onde se pretendia edificar a Biblioteca, moveu um processo de impedimento e RE que não tinha pago (isto é cumprido com as obrigações perante as quais o empreiteiro cederia à Câmara ,o terreno) solicitou (particularmente) a suspensão do mesmo para negociar.E o certo é que, parece, nunca o fez com intenção de …mas apenas para ganhar tempo e permitir a consumação da agressão à propriedade alheia(?!).

Reaberto o processo, o Tribunal decidiu, como se informou no Blog anterior, confirmar que «o terreno, não cumpridas as clausulas contratuais era (de facto) propriedade do empreiteiro, e não da Câmara.

É incrível a leveza com que assunto de tal monta foi conduzido ,ao arrepio de qualquer propósito de levar ao conhecimento dos orgãos autárquicos,os factos; quer à Câmara(no seu todo)quer á Assembleia Municipal,que foram sempre os ultimos a saber. Importa agora conhecer que atitude tomarão, uma e outra entidade autárquica, e que responsabilidades vão exigir a quem procedeu tão leviana como desastradamente, num caso de tamanha dimensão onde está envolvido um montante de dinheiro publico, cuja salvaguarda exigiria sentido de responsabilidade e transparência de atitudes.

É espantosa a leveza com que o processo foi conduzido, usando e abusando de toda a prepotência de quem se julga acima de toda e qualquer Lei. Caciquismo próprio do mais desenfreado e pateta trauliteiro.


Mais espantoso, e a merecer a intervenção do Ministério Publico, é saber-se, como é que foi perpetrada a trapaça que levou o Estado a não verificar se o ónus que pendia sobre o terreno não tinha cessado na altura de inicio da obra,permitindo fazer-se filho em mulher alheia .

Parte da comparticipação, ao que parece ainda não foi paga.E ainda bem !.Pasme-se (!):- ainda há pouco tempo foi contundentemente verberado o atraso do Governo,por ter cancelado as tranches vencidas(?!).É preciso falta de vergonha para assim descabeladamente proceder no intuito de iludir a opinião públicae daí retirar beneficios eleitoralistas.

Há casos por esse País fora na alçada da justiça por razões bem menores ( O caso do major, a Câmara do Porto com o caso das Antas, etc ).


Aqui parece haver uma clara má fé. Má fé na maneira de negociar o incumprimento com o proprietário, e no abuso de poder com que se procurou intimidar o mesmo. Mas até prova em contrário , deduz-se má fé , provinda da omissão das situações ás entidades comparticipantes. E tão ou mais grave, houve evidente má fé, ao se esconder(até hoje), pelos mais diversos e irresponsáveis procedimentos - incluindo a omissão e falsidade -, os factos aos orgãos fiscalizadores,autarquicos. Omitindo até a existência de novos processos em curso - impedindo desse modo, deliberadamente, a fiscalização dos negócios e ou procedimentos da Câmara.

Dir-me-ão que tudo pode terminar em negociação. Claro que sim! Mas a que custo e com que prejuízos para a Câmara?!. Negociar com as calças arriadas nos joelhos, nunca foi modo de acertar contas.

O processo revela-se tortuoso, falho de transparência, envolto em (falhado) conluio com terceiros - quem?! ,urge apurar - visando lesar – ou pelo menos iludir –as boas regras processuais com a entidade Estado,desse modo comprometendo futuro relacionamento.( evidente, quando nos anunciaram a celebração do Protocolo de construção do Palácio da Justiça ,que iria ser levada a cabo nas mesmas condições e riscos)
Este caso é um verdadeiro acto de promiscuidade, moral, intelectual e processual. É em tudo um mau exemplo do modo como uma Autarquia deve pautar o seu procedimento, cumprindo ela(também e em primeiro lugar), exemplarmente, o que exige aos seus edis.

Mas há por detrás deste processo, muita coisa a esclarecer. Oh!. lá .. se há ….
Se RE tivesse um pouco de decoro e vergonha na cara -o que não é expec tável –DEMITIA-SE imediatamente, permitindo esclarecer(e resolver) a questão…

Se o não fizer ,as forças políticas - e em especial o sr Presidente da Assembleia Municipal - deverão pôr em andamento todos os procedimentos visando apurar responsabilidades, sob pena de se constituírem, eles também , coniventes
Mas se estas o não fizerem por cobardia politica, então….

Aladino

PS- Tomei conhecimento da interpelação feita ,hoje, pelo P.S ,sobre este caso. E ainda das trapalhadas através das quais R.E. tentou fazer crer que desconhecia, o que já todo o mundo sabia.
Ao primeiro, nunca é tarde para corrigir rumo. Há agora que exigir explicações totais. Ou avançar noutro sentido: a exigência da perda de mandato, do sr. Presidente da Câmara.
Ao segundo julgo que é chegado o momento de dizer:basta! Assuma a responsabilidade das sua irresponsabilidades.DEMITA-SE ANTES QUE SEJA TARDE.

Aladino

sexta-feira, setembro 12, 2008

Fim de Verão…Voltando á «Terra da Lâmpada»(TL).

Retirar um tempo aos trabalhos onde me envolvo, às vezes inesperadamente, permite uma olhadela ao Blog, e dentro deste á Terra da Lâmpada.
É tempo de regresso, de aviar as malas e emalar a trouxa, e á falta do carro do «Zé Pachacho» para levar a tralha, vai-se de pó-pó, o que é mais depressa :e por isso tempo de olhar para a T.L com um olhar mais atento.
No Jornal «O Ilhavense» apareceu o anúncio da Venda da Quinta de Alqueidão. Assim vão desaparecendo, aos poucos, pedaços da nossa história, sem quase nos apercebermos de tal desaconchego. A esta hora, João Sousa Ribeiro ,o Capitão – Mor de Ílhavo, pai da pátria (lagunar), deve estar a revolver-se no túmulo. Tanta honra, tanto alarde na casa senhorial d’ «Alqueidão, para agora ser retalhada em lotes.
Mas o que tem de singular este anúncio, é sugerir uma leitura de algo misterioso e ainda não explicado, que é o da pertença do lote (?!) da referida Quinta, o local onde foi edificada a Biblioteca Municipal. Que o Tribunal veio sentenciar ser propriedade do Construtor Civil, de quem se dizia, a Câmara o ter recebido a troco de (não se sabe de quê, ao certo). Comprou mas não pagou (ou não cumpriu com o prometido, o que vai dar ao mesmo), e agora o terreno reverteu (inapelavelmente) para o dito empreiteiro. E o que está nele edificado (na nova demanda judicial em curso), poderá ter de ser demolido (como é expressamente pedido na referida demanda).

Então a que diz respeito este anúncio de venda? Ao local (e ao que lá está indevidamente aposto), ou só ao terreno que nos impingiram ser o local para construir o Palácio da Justiça (cujo protocolo com o Ministério da Justiça nos disseram ter sido já assinado (?!)) Haverá por aí alguém que ajude a clarificar esta trapalhada? Então como se compreende a emissão de licenças de construção, e se recebem comparticipações para a mesma, quando sobre o terreno pendiam ónus ainda de todo não resolvidos? Alguma vez isso poderia suceder com um particular?
E quais serão(de momento) as preocupações do partido da Oposição (P.S) que permite (até hoje) o silêncio em vez de nos explicar o que andam os seus representantes por lá a fazer,na Câmara, sem obrigar a que entidade hierarquicamente superior venha esclarecer o imbróglio?
Coitado do major Valentim. A ver cada vez mais próximo o dia em que verá o sol poalhado de ferrinhos, por muito menos. Comparado com o Tenente Lateiro (e que lata!), da «Terra da Lâmpada», o major é um cabo raso, um aprendiz.
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O «PIMBA».

O PIMBA (Projecto Imobiliário da Marina da Barra), volta a ser notícia. O R.E já tinha ameaçado (curioso nuè?!) com a pipa de massa que o Promotor iria exigir ao Estado, por este lhe ter negado o projecto Imobiliário delirante, que a CMI, e R.E, promoveram, (e a Câmara pagou!). Muito mais do que o dito.
O Projecto no seu todo está chumbado, e bem chumbado. Pode voltar – e voltará – mas reduzido à sua essência inicial, que era o de fazer uma Marina inofensiva para o ambiente, e útil para as finalidades do Turismo sustentado da Laguna (há vinte anos que o vimos sugerindo). Imobiliário– já o afirmámos tantas vezes -terá de ser algum. Mas com conta peso e medida. E sujeito a uma clara e inequívoca definição, e condição: -pousado em terra.
As trapalhadas da gestão da APA, praticadas pelo «socialista» Raul Martins – um perfeito incapaz, inapto e descabelado homem do aparelho partidário distrital, que um dia se viu nomeado para a Presidência daquele organismo, apenas e só por razões politicas -, culminaram com o fervor e a pressa do «socialista» Cravinho, e daí as trapalhadas de um concurso internacional (?) feito á medida de um mestre-de-obras, habituè e expedito em alimentar a sua estrutura empresarial com as obras portuárias.O concurso antes de o ser já teria (?) destinatário apalavrado, infere-se das candidaturas que não apareceram. E quando assim é, sabe-se na gíria, porquê…
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O PIMBA, MIRÓ E MOEDAS RARAS…
O suporte financeiro do projecto PIMBA era do BPN, que vendo sendo notícia recente com a indiciação da prática de ilícitos em fase de investigação, consumados na Presidência de uma patética figura nem sempre referenciada pelos bons motivos, mas isso sim, profundamente comprometida com os diversos barões do PSD.
Ora hoje a Comunicação Social dava conta que o actual Presidente, Miguel Cadilhe, para salvar o Banco de possível dissolução, resolveu vender muitos dos activos, e destes, para lá das pinturas de Miró e da colecção de moedas raras (euro 2004), alguns projectos em carteira, de «finalidade duvidosa».
Estou na expectativa de saber se os 49,9 % do PIMBA (mais do que duvidoso, pateticamente escandaloso), detidos pelo BPN, foram alienados, e nesse caso quem se teria proposto à sua compra?

Ora aí está uma boa altura para a CMI, de R.E - que tão farta de recursos deve andar, tantos e tão inimagináveis gastos tem levado a cabo - os adquirir, e fazer com os Irmãos Cavaco uma parceria público – privada. Coisa que parece ter sido o poço de petróleo achado na pinhal da Amarona, que lhe vai permitir continuar a cantar e rir…como a cigarra tonta.
E por hoje basta….
MAS HÁ MAIS…
Aladino

terça-feira, setembro 09, 2008


A visita ao S.Paio

Segunda –feira, mal ataviado e mal informado ,procurei, contudo, não faltar ao encontro anual com o Orago.
Desamoirei
o «Costa-Nova», essa beleza de bote de fragata (já agora aqui fica a informação, pois andam sempre a perguntar-me que tipo de barco é aquele), icei velas e, toque- toque – no caso bole-bole que o vento estava mareiro- em duas horas e meia atracava o C.N. ao cais dos pescadores, na Torreira.
A meio da singradura, na ilha da Testada descobri dois enormes bandos de flamingos, que sossegados - tão sossegados que nem reagiram ao meu pum-pum! para ver se os fazia levantar, e assim admirar o deslumbrante espectáculo daqueles pernas longas ,rosados, flaps em baixo, a ganhar altura - procuravam a mariscada que lhes dá os salpicos da plumagem





Os Flamingos


Chegado á Torreira, o foguetório estreloiçava no ar, avisando que a festa ainda ia a meio. E a procissão, também, pensei eu de que ….
Amainadas as velas, trincados os cabos, arrumadas as tralhas, fechados os paióis de proa e ré, olhei espantado para uma série de bateiras embandeiradas que se faziam ao regresso. Interrogado um amigo com quem regateei (?!), em tempos, no Moliceiro «O ilhavense» - paz á sua alma e a quem assim ordenou o seu fim, o de apodrecer no cais da Bruxa - fui informado que a regata dos «Chinchorros» em que eu pretendia participar hors – série, se tinha realizado no sábado.
Bem, engano por engano - um homme nasce p’ra ser enganado, se for que não se importe



Cangas há muitas!

! dizia o Felisberto «Ógado da Inês «Mamalhuda» -que até de vaca era corno! -decidi render de imediato visita ao S.Paio, não fosse ele levar a mal, a falta de urbanidade. E com santos, nada hácomo os não indispor, que zangados podem atirar cá para baixo alguma maroteira.
A procissão, essa, já não ia no adro, pois tinha era acabado. Os andores jaziam já encanteirados dentro da igreja, ainda exuberante e prodigiosamente floridos, exibindo, ao lado, um dístico: Proibido roubar flores. Sem mais. Que raio ?! Lá que se roube um Multibanco, eu compreendo. Mas uma flor(?), flor, não das outras, está bem de ver!.. Se ali estivesse a Manelinha Leite, aproveitava para afirmar com aquele ar de beata empedernida: - a onda de criminalidade já chegou ao interior dos lugares de culto, tudo por culpa desses maçons socráticos.
E foi então aí que vislumbrei o Sampaio, não o pequeno e mulato S.Paio, avinhado como uma linguiça, escurecido por tanto baptismo com tintol.
Este Orago tem uma história.
A Torreira (meados séc.XVIII) é um pouco mais nova que a Costa-Nova. Começou por ser um ponto do litoral onde se empregou a Xávega. Ora, conta a tradição que um dia, na coada de uma das artes, terá vindo arrolado um santinho de pau, com rosto de criança, que logo foi adoptado para orago, por aquela gente da borda. Companhas sem orago, não puxa remo . O ser o orago, uma criança, até teria as sua vantagens, deveriam ter pensado aquelas gentes. Mas para o que eu não encontro explicação, é para o facto da tradição, mandar verter almudes de vinho sobre a criança-santo, despejando-os pela cabeça abaixo do pobrezito, a tal ponto que as faces rosadinhas tomaram uma cor arroxeada que mais parecia provocada por cirrose de figadeira empapada em vinhaça, a que só faltaria uma cebolada para dele fazer umas excelentes iscas.
Ora o S.Paio é santo de muita devoção lá para a Galiza. E eu acredito, mais, que aqueles que trouxeram as artes grandes no séc.XVIII, para estas bandas, teriam trazido com eles o santinho, dando conta do seu feitio milagreiro. A entrega do santo deveria ter tido festa de arromba. E copos a mais.Ás tantas foi um banhada. E daí a tradição foi o que foi .Mas ao que parece, já não é…
Voltemos ao rendez – vous:
No andor estava o Orago, que muito embora exiba a cara de menino, tem um corpo de rapaz espigadote. Estive tentado a dizer-lhe: -Vai chamar o teu irmão mais novo. Mas como nisto de falar com santos, não sei em que dialecto se faz, decidi antes inquirir uma santa, que ajoelhada em frente do irmão mais velho, se lhe encomendava, confiadamente.



O S.Paio (espigadote)

-Olhe por favor, não me sabe dizer o que é feito do santinho «bebedola»?
-Está guardado….
-Então porquê? Não me diga que têm medo que o roubassem…adiantei eu, com cara de santa ingenuidade.
-Pois olhe o senhor, que até «assucedeu», uma vez….Uns «escaramentados velhacos», quiseram levá-lo p’rá Aveiro….Mas não é por isso. É que faziam –lhe uma tropelias e o Sr Prior achou por bem acabar com elas…
O santo não compareceu ao encontro, não por sua culpa ,que até devia de gostar desta visita de um ateu, respeitoso, seu conhecido e com quem mantém bom relacionamento desde há mais de cinquenta anos. Paciência…
Como habitual dei uma volta pelo arraial da feira antes de entrar numa das muitas tasquinhas para a bacalhauzada do costume. São dois quilómetros de barraquinhas das vendas.
Tudo de marca(?!): malas Versage, óculos Raybam, camisolas La Coste, Calvin Kleiner, etc. etc. Este ano proliferavam, contudo, os hair dressers a anunciar:
Fazem-se TERERÉS e RASTA
Nas vendas de roupa, por todo o lado se exibiam body’s para todos os gostos e tamanhos: vermelhinhos como as «papoilas(ih,ih!) saltitantes» do Benfica, negros como a Briosa, ou branquinhos como as pombas que pretendem engaiolar.
Dei comigo a apreciar como uma Murtoseira avantajada, daquelas que só debaixo de um capote de Varino disfarça os refegos, mirava e remirava, tirando medidas a um dos vermelhos, tipo fio dental. Não entendi lá muito bem – ou imaginei - como seria a troglodita vestida (despida), com o bodesão a conformar-lhe as regueifas. Ainda se fosse ás riscas.O que estaria ela a pensar fazer com aquele body extra largo? Dei tratos de polé á minha imaginação que dizem fértil, a pensar no que seria o ataque do bode (salvo seja)
Mas a verdade é que na feira se encontra tudo.
Por exemplo: - eu que me vejo atrapalhado sempre quero comprar uns boxers (fino não é?!) -XL, lá, tinha ao dispor a medida XXXL. A 5€ a molhada. Não podia perder a oportunidade, até porque a marca era convidativa: «DESPERADO», assim mesmo. Elucidativo,quando um home se vê com as ditas na mão…
Adiante que estamos a falar de coisas sérias...…
Regressei ao cais. Foi aí que deparei com um grupo especado, embasbacado, contemplando o «Costa-Nova». Claro que quando cheguei meteram conversa, inquirindo onde tinha eu ido buscar aquela maravilha. Palavra puxa palavra, e eis que do grupo, há um velhote simpático que me atira:


O «Costa-Nova»

-Pena é que tenha sido pintado «à moliceiro». Foi lamiré bastante para eu já o não largar…
-Então mestre diga-me porquê…
-Olhe: - ali e ali faltam os botões de rosa; ali, àquelas letras falta-lhe ressaimento, e no painel de popa falta a corda da embelezadura. E a bica não é pintada em preto.

Fiquei espantado: andei eu na semana passada a dilucidar sobre as diferenças, levando horas a ensaiar a dissertação, e o homenzinho, um pintor de Varinos, Faluas e Fragatas, explica-me, ali, tudo bem explicado, em duas penadas. Ora era exactamente como eu pensava ser. As diferenças são, de facto, abismais.
Então abri o jogo e lá lhe expliquei que eu sabia a diferença. Só que não podia levar o barco todos os anos à Moita para ser pintado por mestre. E assim, tinha-me socorrido do que havia (do melhor!) por cá. Como não havia outros para acomparar, fiquei-me pelos mestres de cá, e o barquinho faz um vistão. Pudera…
Conversa puxa conversa, e quando dou comigo – e com o «Costa-Nova» - velas içadas, ambos desejosos de regressar para trazer cumprimentos do orago á Srª da Saúde,o CN estava em seco, encalhado, abusacado no lodaçal.
-Estou bem aviado, pensei. Agora vou passar aqui a noite. Resolvido lá me atirei para o lodo.e zás fui por ali abaixo. Espetado até à cintura, eu já queria, era ao menos, saltar para dentro. Mas o que vale é que por aquelas bandas tenho muito conhecido. Lá vieram quatro deles, safar-me: -a mim e ao «C.N».
A calmaria apanhou-me entreáguas, e lá arrolei com a maré e com um sopro de vento, até ao CVCN.
Lancei mourão às dezanove. Tempo de tirar as arrufadas da bica da proa; o Clube estava vazio. Parecendo «O Ilhavense» no cais da Bruxa.
E eu descontraidamente lá vinha para casa todo sujo de lodo, quando ouço uma voz:
-Onde é que vai de cuecas?!
Então não era mesmo verdade que despidos os calções …por causa do lodaçal, eu nem tinha dado que vinha naquele preparo!....
Ao menos se estivesse atento, tinha calçado as «Desperadas».
Mas no fim, cumpri a minha promessa. As contas com este estão em dia.

Senos Fonseca
Setembro 2008

            Os nós da vida.... ..  INQUIETUDE... A VIDA COMO ELA É ...  Neste cantinho recomendado que, a natureza prodigalizou, e que a e...