terça-feira, julho 28, 2009


Aprender até ao fim …que ainda vale a pena.

Nesta vida tumultuosa em que me envolvo - ou melhor, me deixo envolver -há momentos compensadores, altamente gratificantes.
Evitei aqui falar da minha tarefa no CASCI.
Hoje falo; foi o dia de uma certa libertação de uma tensão vivida a sós, que dura de há sete meses para cá, sem um momento de tréguas.
Com os dados finalmente apurados -só em salários disponibilizaram-se, hoje, 300.000 €-, foi possível juntar á avaliação do trabalho, das reformas intensas levadas a cabo ,a realidade dos números.
Dou por mim satisfeito. Se tudo -e quando digo tudo é mesmo tudo - do que tinha prometido fazer -e ao prometer aos outros empenhei-me a mim mesmo! - foi levado á prática, a situação económico-financeira respira um já total conforto que nos permite olhar para o tempo difícil que se avizinha, com uma certa tranquilidade. Trabalhou-se muito e tomaram-se decisões que deram –é já patente no espírito de todos - uma outra filosofia(e estrutura) que melhor permitirá ao CASCI responder aos desafios que se avizinham.
Existe já hoje interiorizada, a noção de pertença a uma equipa. É a noção que insistentemente faço passar: a de que o futuro de todos, e em particular do CASCI, depende não de um ,mas do modo como todos funcionarem em equipa. Todos sabem ,exactamente, qual é a sua missão. Todos começam a seguir procedimentos que não admitem desculpas mas elegem os mais capazes. E para sobreviver, o CASCI precisa de se dotar dos melhores. Para se ser melhor é preciso assumir sem falsos pudores, que o queremos ser.
Houve mudanças que todos temiam e que afinal se fizeram com excelente absorção. Mudar o passado é temível. Eu sei-o. Sempre o soube. Mas isso nunca me atou os braços, nem toldou a razão.
O CASCI trouxe-me muitas lições. A sua grandeza (para lá do social)é de uma enormidade que define o sonho de quem, pedra a pedra, o construiu partindo do nada. Gostaria que «Essa» pessoa estivesse cá hoje, só para lhe dizer,sorrindo :
-Vês que é possível continuar? Não valia a pena teres-te imolado.

Sim !,porque quando atraiçoada por quem lhe estava perto compreendeu já não ter forças para lutar de igual para igual, a vida deixou de Lhe fazer sentido.
Não vai haver tempo para descansos. Descansar é estar tranquilo ,e só se está tranquilo quando se seguem dia a dia os acontecimentos. Só deve descansar quem está cansado .E esse não é o meu caso. Estou, sim, ansioso por concluir a tarefa.
Vamos pois, em Agosto, preparar a entrada da recta final. Falta dar um dos principais passos do tratamento de choque que propus: o CASCI a partir do ultimo trimestre deste ano será dirigido em toda a sua plenitude por uma equipa de profissionais. Que os há lá ,e de grande gabarito. Estavam lá; só que sem espaço para o demonstrarem . Ficarei, assim, só mais um tempo –o estritamente necessário - para lhes dar confiança, acompanhar nas primeiras decisões, corrigir se necessário for ,para enfim largá-los, entregando-lhes este mundo de uma grandeza Solidária inquestionável.
Cavalgada gigantesca .Mas de todo bonita, porque com os outros aprendemos a ganhar –ainda! - maior sentido para a vida. E para a morte, até. Porque esta será apenas o fim dos caminhos por onde não quisemos ir.
SF (28.07.2009)

sexta-feira, julho 24, 2009


O Prólogo já começou


O prólogo que antecede as eleições, como sucede nas grandes competições -de bicicleta –, se não dita o vencedor antecipado, serve para dar uma ideia do que vai ser a competição.

Em Aveiro aparece um candidato José Costa (dr) que no cartaz introduz a frase «Adoro Aveiro». Não conheço o Senhor, não sei dos atributos que lhe justificam uma candidatura vencedora. Sim porque o PS em Aveiro, deve concorrer para ganhar. Ora as indicações (sondagens), valendo o que valem, indiciam,bem ao contrário, o desastre.

A frase acima é de uma pacovice atroz. O candidato cuja historial escapa ao comum dos mortais, poderia inspirar alguma aproximação se retirada essa frase saloia.
Mas o mais grave é que li, hoje, uma entrevista sua onde entre coisas banais, aferrou um par dos ditos a um camarada que lhe deveria merecer mais respeito. E com isso mostrou logo o que vale. Numa ânsia de caça ao voto ,onde vale tudo,num populismo tonto e insensato, medonhamente ingrato, ética e politicamente intolerável, o novel e desconhecido candidato afirmava às tantas qualquer coisa como: _ «os aveirenses que já se afastaram das políticas de Alberto Sotto…», tentando dessa forma demarcar-se de uma obra, que, quase diríamos, merece a aprovação de todos os aveirenses, independentemente de razões de avaliação que nada têm a ver com a mesma, mas com factores da sua excessiva dimensão financeira.
Engana-se o putativo candidato. Os aveirenses não repudiam a obra de Sotto.Bem ao contrário o Alberto Sotto ficará na história como um dos maiores Presidentes da edilidade aveirense, ao longo da sua história. Sotto foi quem soube dar, a Aveiro, a dimensão de modernidade que há muito se desejava, sem postergar a preservação da qualidade de vida e bem-estar,elevando-os a um ponto tal que hoje permitem á cidade ombrear com o que de melhor o País tem.
O PS é que traiu e apunhalou o Alberto Sotto. Desculpem lá! O PS não! Uns peralvilhos de pacotilha, que por lá andam, há anos, a mendigar tachos, a polir cadeirões de ocasião, sobrevivendo no lamaçal da indignidade e da desbragada e impudica incompetência. E esses lá estão, na fotografia com o candidato José Costa.
De Alberto Sotto, os aveirenses ainda, de novo chegada a hora, têm muito a esperar. Em Outubro, do Sr. Costa, é que os aveirenses já se não lembrarão.

Em Ílhavo o PS joga para perder por poucos.Oxalá...
Adiando para mais tarde, por abandono do adversário, recolar, e, assim, preparar-se para o spint final. Não sou eu que o digo, mas o que ouvi da boca de integrantes da lista.
Não sei que raio de gente é esta que se movimenta por calculismo, e não vai a todas para lutar e ganhar.
Nada tenho contra o candidato José Vaz. Está no seu pleno direito cívico, ao candidatar-se. O que tenho é que não cumpriu a sua palavra quando garantiu que o candidato a Presidente da Concelhia não se candidataria à Câmara, procurando, antes, num grande movimento de abertura partidária, promover o aparecimento de alternativas poderosas. Ora nnada disto se passou.
Não gosto e não aprecio faltas deste género. Mas agora aqui chegados, ponto final. A discussão virá mais tarde quando se compreender e avaliar o erro de se queimarem candidaturas.
Nunca RE esteve tão a jeito, nem tão vulnerável. Não lhe convinha disputar mais este mandato. Palpita-me que vai acabar mal! Mas sem outra saída dentro do Partido, R.E vai fazer figas para que Sócrates ganhe. Por quantos mais, melhor!
Um candidato a sério,assumido,ganhava. Partindo para perder por poucos,pode a coisa descambar numa goleada.
Ouvi ontem a entrevista do candidato da CDU, A.Marta. A justificação das razões porque não caminhou para um acordo com o PS são delirantes. De uma inconsistência e falta de racionalidade, que fedem.
Que raio de idiotice aquela de que todos os Partidos defendem só alguns, e que só o PC defende todos. É por isto que as «palermices» de Jardim às vezes até medram onde deveriam apenas encontrar repudia.
Visto isto, resumindo e concluindo: o «prólogo» eleitoral já começou, e dá para temer o que aí vem.

Aladino

sábado, julho 18, 2009


Lá vem a nau catrineta que tem muito que contar…


Uma das claras, e hoje já indisfarçáveis causas do défice democrático reside precisamente no Poder Local. No seu caciquismo, na sua atitude de confronto, na falta de preparação (e educação) dos seus actores. Uns oligarcas de pacotilha que se eternizam, seja quais forem as cambalhotas que para tal sejam obrigados a dar.
Apenas perseguindo o fácil trilho de edificação de obras faraónicos - com que julgam se eternizar na história -, estas são levadas a cabo sem controlo de qualquer espécie. É por isso banal as mesmas terminarem com custos muito mais elevados que o previsto ,sem que sejam assacadas responsabilidades dos buracos, a quem quer que seja. Até hoje o regabofe e impunidade andaram de mãos dadas. Mas há sinais que está a chegar o tempo de rever as contas.
São raros os casos em que as autarquias intervieram em áreas diferentes, do obreirismo tonto.
As obras têm de ser um fim, mas nunca um meio de justificar poder. Parece que todos os autarcas tiraram o curso de «patos bravos» tal é a afinidade entre uns e outros. E por isso as mistelas pululam por aí.
As políticas culturais esgotam-se na compra de enlatados que vão adquirindo a preço de saldo (todos compram o mesmo). Porque zelar pela cultura local, promover as Associações, fixar verdadeiros contratos programa, incentivando aquelas a criarem e ou recuperarem as tradições, isso não fazem. Porque não sabem. Pagam e pronto. Lavam as mãos e discursam enaltecendo-se, já que ninguém em boa verdade o faz.
Pouco, ou quase sempre nada! Preocupados com o problema social das suas gentes, ficam por fazer de conta que participam em redes sociais, que estão longe de qualquer eficácia. A pobreza cresce; mas os oligarcas agarram-se a estatísticas cozinhadas, marteladas, para justificar quase sempre a ausência de problemas sociais nas suas áreas geográficas, justificando, assim, nada ser preciso. E até agredindo quem o tenta fazer. Como se a culpa da pobreza seja apenas consequência do poder central (ainda que o seja em grande parte, convenhamos). Mas pode-se (e deve-se.) atenuar, localmente, esse problema.
As parcerias criadas visam apenas o faz de conta com encenações de dias, ou semanas, com acções a fazer de conta. Levantada a barraca, tudo ficará na mesma. Até para o ano. Importa é vender a imagem do que parece, e não do que é. A inacção comandará os destinos até á próxima encenação.
Tudo isto nos ocorreu a propósito das Comemorações do dia de elevação a cidade (envergonhada e decrépita) da outrora aberta, risonho e cosmopolita, vila de Ílhavo. Uma vila airosa, fervente de vida, rica de contactos sociais, liberta de casos de pobreza generalizada, interessante no carácter das suas gentes acolhedoras, cativante para os muitos que em continuados fins-de-semana vinham disputar ao rapazio local os corações das belas «ílhavas», com fama (e proveito) comprovados de serem ternos, acolhedores. Normalmente um porto seguro.

Ora numas comemorações inventadas, o Senhor Presidente fez um discurso onde apregoou as obras futuras que irá (como advinha o obreiro (?!) as intenções de voto) levar a cabo. Fez uma salada misturando investimento camarário, apoiado pelo Estado – caso do Tribunal e escolas - com investimento privado que assumiu ser seu, da sua Câmara. É o caso da Misericórdia, que diz ser o maior investimento da Câmara e irá custar quatro milhões (nós pensávamos que era a Misericórdia que assumia o investimento). E até promete recuperar a «casa do Illiabum» (nós supúnhamos que o Illiabum ainda não chegara aí, continuando a ser dono de si mesmo). E até dos Bombeiros. Oh! há quantos anos vimos ouvindo esta promessa. Quantos quartéis já seriam feito, se não andasse toda a gente fiada em promessas, à espera da banana cair da árvore das patacas?
Enfim uma trapalhada. Daquelas que são a imagem de marca dum incorrigível prometedor de promessas, nunca cumpridas.
Pois bem: tudo indica, pois, que se não houver freio ao despesismo autárquico, o valor da divida actual da «sua» Câmara -40.000.000 euros! - Chegará aos cem milhões no final do próximo mandato do «mestre-de-obras municipal». O que nos vale é que é o ultimo mandato. Senão nem interruptor havia para apagar, nem porta para fechar.
Porque quanto ao resto: -disse nada.
Fantásticas estas gentes de Ílhavo. Totalmente indiferentes ao seu destino. Parece que apenas importadas em que o céu lhes não caia em cima. Porque a desgraça, com essa convivem há muito.
E agora o adversário (já anunciado) o que fará? Pois…. que ,certamente aumentará a parada. Prometer não custa…

E assim vamos na Terra da Lâmpada

terça-feira, julho 14, 2009


FRAGMENTO DA HISTÓRIA DE AVEIRO

A data em que Aveiro se passou(?) a chamar NOVA BRAGANÇA


Aqui há uns tempos, numa palestra que fui fazer a um Departamento da U.A, o auditório cheio preparado para uma charla que tinha o tempo previsto de duração de meia hora, transformou-a em quase duas hora e meia de conversa interessada-e interessante-, motivada pela avidez dos presentes que queriam saber muito saber muito mais sobre a história de Aveiro.
Impressionou-me a surpresa da assistência quando referenciei o facto de a cidade de Aveiro ter estado preste a mudar de nome, para NOVA BRAGANÇA.
Expliquei então o facto, e prometi num Blog falar disso, agora que se comemoram os 250 anos de elevação de Aveiro, a cidade.

Então vamos lá contar a história do facto….

Na noite de 3 de Setembro de 1758, D.José voltava pelos caminhos da Quinta do Meio ao Palácio Real de Belém, depois de mais um encontro de alcova com a bonita esposa de Luís Bernardo, um dos jovens marqueses de Távora. De repente, três vultos armados de escopetas, surgiram das moitas, embuçados, e rapidamente atiraram sobre a carruagem, ferindo gravemente, o Rei. De um imenso mas bem fechado mistério apenas sobressaiu a noticia do afastamento dos negócios de Estado, de sua Alteza, retido no leito para convalescença. Corria contudo a noticia onde se afirmava ter estado o Rei « muito perto da morte».


O 1º Ministro Sebastião José, logo aproveitou a oportunidade para ajustar contas com a alta nobreza que aceitava mal ou até conspirava contra suas ideias revolucionárias que punham em causa o comportamento de uma fidalguia arrogante, ambiciosa e até indisciplinada,que não raramente tinha o desplante de publicamente interpelar o Rei à cerca do adiamento das suas pretensões de aumento dos cabedais das suas «casas» ducais.
Os grandes nobres não aceitavam que o ditame do recém Marquês fosse a do respeito absoluto devido à régia majestade, em quem «residia o único poder da Nação».Pombal queria tornar o Rei livre da influência negativa dos nobres-destruindo os resquicios feudais- e do clero ,e assim libertar a nação do seu jugo,que punha em causa a sua afirmação contra as potências estrangeiras.Pombal sabia que só sendo livre desta união poderia negociar Estado a Estado. Os nobres,perante as afrontas que o poder de Pombal lhes incutia eram os maiores antagonistas do 1º Ministro, vendo nele o maior obstáculo ás benesses que pretendiam continuar a usufruir, e a que Pombal se opunha. Tinham-lhe ódio e rancôr. Aos nobres juntavam-se os Jesuítas que Sebastião José se propunha exterminar pelo excessivo poder da Companhia -que se opunha ás reformas do Marquês como acontecido com a companhia do Grão Pará e Maranhão, quer com a fundação da Companhia dos Vinhos do Alto Douro.A revolta e tumultos do Porto,terá sido incitada pelos Jesuitas,terminando com a execução publica dos revolucionários do Porto.Pombal pretendia acabar com ostentação chocante de riqueza desta ordem eclesiástica,e fazer regressar essa riqueza aos cofres da Nação.
Por isso,nobres e jesuitas ,todos ,excediam-se em conspiração, usando todos os meios para empecer a tarefa de Pombal.


Logo que recomposto o Rei, passados três meses da sua caída à cama, um decreto publicado em 9 de Dezembro do referido ano proibia que todo e qualquer se ausentasse de Lisboa sem autorização especial para o efeito. A 13 desse mês procedia-se à prisão dos acusados/ culpados, e a 4 de Janeiro instituía-se o Tribunal que veio condenar á morte pelos meios mais violentos, o Duque de Aveiro, D José de Mascarenhas, Francisco de Assis, Marquês de Távora e sua Esposa,a Marqeza, para lá de outros familiares e servidores.


A Marquesa de Távora é degolada

O Duque de Aveiro, que possuía a «mais opulenta casa » do País, considerado o principal instigador, foi sentenciado a ser levado ao cadafalso para aí «ser roto e rodado vivo» quebrando-lhe os ossos.


A execução do Duque de Aveiro

E depois desta cruel execução, seria queimado vivo, sendo as «cinzas deitadas ao mar». Os bens desta família, bem como os dos Távora foram confiscados, destruídas as suas casas e queimado o seu solo, com sal, para que nem as ervas ali crescessem.
Por todo o País se ergueram vozes de desagravo ao excelso Rei, ao mesmo tempo que se conjurava na sombra e escuridão dos jardins dos palacetes e nos altares jesuítas, terrível desforra e vingança que tinha em Pombal o adversário visado.



A Expulsão dos jesuítas

Em 6 de Janeiro de 1759,em Aveiro, ainda simples Vila, reuniram-se na bonita Igreja matriz de S.Miguel, ali defronte da pousada de S.Brás (antigo Liceu de Aveiro) o Senado, os Nobres e o Povo, para, incitados pelo prior da mesma, frei Paulo Pedro Ferreira Granado, fazer solene protesto de «não quererem continuar sob tutela do dignatário»,o Duque de Aveiro, «sujeitando-se de imediato ao governo de El-Rei».E levando mais longe o lavar da afronta, é no referido conclave sugerido que Aveiro mudasse o nome para NOVA BRAGANÇA.
Ora foi desta acção que D.José, certamente lisonjeado por tamanho gesto «democrático»(?!) das forças sociais da terra, decidiu elevar Aveiro a cidade. Foi receptor e portador da alforria «o Pai da Pátria» o Capitão-mor de Ílhavo, João Sousa Ribeiro, na altura a figura de maior prestigio da região, pelo grande feito cometido, a bem de toda a população, o de ter aberto a suas expensas a barra na Vagueira.Com ela pôs fim ao período mais negro da história lagunar, terminando com o surto de pandemia de peste que devido ao inquinamento das águas apresadas no interior da laguna.sem renovação e vivificação, ceifou milhares de vidas na região.A abertura do rigueirão na Vagueira,veio também pôr fim ao interregno de todo o desenvolvimento que anteriormente o Porto de Aveiro tinha permitido, pelo envio das primeiras frotas à Terra Nova, para a pesca do bacalhau, e também da exportação de sal.

Mas porquê a ideia do nome de Nova Bragança? A única ligação ao nome poderia ter provindo de a mãe do primeiro duque de Aveiro, D.João de Lencastre, ter sido D.Beatriz de Vilhena, neta dos duques de Bragança. Mas era duvidosa esta possibilidade.
Certo é que se refere que esta designação chegou, na época, a figurar em alguns mapas geográficos, mesmo que tardiamente publicados (1848).
Fosse como fosse, para desfazer dúvidas, um decreto de Dona Maria I veio anular todos os actos administrativos do reinado precedente. E Aveiro lá continuou com o seu nome, se é que alguma vez de facto mudou, senão na ideia de uns mais delirantes adeptos do Pombalismo.


Mas se Ílhavo se encontra envolvido nesta história do regicídio tentado contra D.José, pela distinção(já referida acima) dada ao portador das alvíssaras de elevação a cidade do burgo, há ainda outro ponto interessante de inter- ligação histórica.

Sucedeu que D João de Almeida Portugal, 2º Marquês da Alorna, se viu envolvido no atentado a D.José, tendo sido feito prisioneiro,encarcerado nos baixios da Torre de Belém. Sua mulher e filhas foram enclausuradas no convento de Chelas. Neste, um dos Padres que ai leccionava era precisamente, Francisco Manuel (futuro poeta Filinto Elísio), filho dos «ílhavos» Manuel Simões -fragateiro real- e da esbelta peixeira Maria Manuel, que tinham «botado» para Lisboa para o ganho da vida.


Assim Filinto (F.M.) foi professor de latim, no mosteiro de Chelas, da futura Marquesa de Alorna, D. Leonor de Almeida, e de música, de sua irmã Maria de Almeida, futura Condessa da Ribeira.
O P .Francisco Manuel irá ser atingido por paixão assolapada a D. Maria de Almeida - muito embora se creia ter sido, apenas e só, platónica, pois é Filinto quem afirma que aquela, designada por «Márcia» e/ou «Dafne» nas odes que lhe dedica plenas de grande (imensa!) ternura (e que Teófilo de Braga diz “serem suficientes para uma Antologia de sugerências”), Lhe dá conta da «abundante alegria que (a mesma) dava ao seu ser».
Será contudo a irmã, D. Leonor, quem mais tarde se irá revelar uma apreciada poetisa pré romântica, melancólica e saudosa-a Alcipe-que atribuirá a Nascimento a identificação de «Filinto», que este nunca mais largará.
Curiosamente Filinto era um protegido do Marquês. Com a «viradeira», com o marquês de Pombal deposto, Filinto é perseguido pela Inquisição (1) e obrigado a fugir para França,onde realizará uma obra que foi considerada, ao tempo,regeneradora do bom português, só foi superada por Camões e P. António
Vieira.
E pronto…aqui está um bom pedaço histórico de Aveiro que eu prometi contar.
Senos da Fonseca (Julho 2009)

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(1) Para mais detalhe ver Filinto Elisio (http://www.senosfonseca.com/)

quarta-feira, julho 08, 2009

Seja Solidário :POR FAVOR DIVULGUE

O gosto de conhecer mais em cada dia em que a vida desanda, ainda não esmoreceu em mim.Desta vez levou-me desta vez a frequentar um módulo de formação especialmente dedicado às potencialidades que podem ser extraídas d as novas tecnologias no campo da deficiência (seja qual for : acidental, tetraplégicos, deficiência motora e ou visual).
Vim perfeitamente espantado. Sonho muito com essas potencialidades e até «me dou ao luxo» de ainda concepcionar ideias e soluções para casos que vejo . Por acaso - ou talvez não - uma das potencialidades em que andava a magicar – a condução de uma cadeira de rodas por quem não o pode fazer normalmente- foi, afinal, já desenvolvida. E mostrada no módulo juntamente com outras.


Guiando uma cadeira só com o olhar

Talvez a que menos me tenha impressionado-porque dela já tinha conhecimento- foi na área do invisual.

A Microsoft apresentou-se com os seus softwares aliás acessíveis, já integrados no Windows Vista. Tem boas soluções (e baratas) permitindo facilitar, muito (!), o uso do computador.

Com o olhar comandando a vida
Mas o que me deixou boquiaberto -a mim e julgo pelo interesse e questões levantadas, todos os presentes- foi o software apresentado por um grupo de investigadores portugueses, já disponível (www.magickey.ipg.pt). Impressionável pelas potencialidades que demonstra. Especialmente adaptado para tetraplégicos, pode estender-se a muitos outros tipos de deficiência como a falta ou impossibilidade de movimentar membros superiores; fala reconhecimento de voz etc.


Blogando diariamente só com o olhar

Com uma Key bord especial, adaptada caso a caso de um modo facílimo, podem ser criadas as mais diversas utilizações; controle de Televisão ou Hi-fi, uso do telemóvel para todos os fins, abrir ou fechar luzes, ou portas, escrever no computador com failidades de soluções propostas etc etc.E tudo apenas comandado pelo simples olhar (ou até movimentos da testa).Enfim um manancial de soluções inteligentes que deve ser dado a conhecer a todos os Pais, pois que sem grandes dispêndios poderão proporcionar uma melhoria notável na qualidade de vida de seus filhos, diferentes.


Mesmo para invisuais há soluções espectaculares. De todas a que me deslumbrou mais foi a possibilidade de um software para Telemóvel que permite captar em imagem e reproduzir de imediato , excelentemente, em voz, seja que texto for. Nesta área há de tudo desde impressoras Braille a software para escrever e reproduzir voz. Há já, felizmente, muitas soluções ao dispor com as quais se minimiza a grave desdita.

Dei já instruções para dar a conhecer estas novidades a todos os Pais das crianças diferentes do Ensino Especial, e CAO’s, do CASCI. Disponibilizando-me para promover sessão de divulgação com os informáticos.

Mas creio que o assunto é importante demais para esta questão ficar por aqui.

Peço pois a todos os amigos que divulguem. E qualquer Pai me poderá contactar para mais informações.através de:
(telm 919251063 ou
senosfonseca.casci@mail.telepac.pt)

Senos da Fonseca

terça-feira, julho 07, 2009

Mais vale burro toda a vida que cavalo de sela por um dia….

Há pessoas que depois de um tempo de convívio, julgam já estar de posse de todos os elementos que permitam avaliar-me.E logo acontece que cedem à tentação de me condicionar.
É um processo infeliz. Reajo a todo o condicionamento como o burro reage á albarda. Por isso que talvez tenha um apreço enorme por esta espécie zoológica, que não armam em espertos –mesmo na aparência - mas que desejam ,só, ser livres.

Sou – não escondo – uma espécie de ; azafamado a desvendar os trilhos da congosta ,desbravando caminho entre penhascos e como ele louco por arribar à loja para descalçar a albarda(no meu caso sapatos e tudo o rresto. Desse modo me libertando á noitinha ,despojado de tudo – até de mim –para me enlaçar em amorosa na volúpia nas águas da ria que me lavam do emporcalhamento da circo da vida, diário.
Em cada momento portentoso desses finais de tarde sinto-me inexpugnável ;saio dele renascido ,revivificado pronto para tudo de novo ,amanhã.
Escorro água depois de passar a mangueira pelo corpo mas logo que entro em casa acaba-se o festim:
-Molhas-me tudo ,ando há cinquenta anos a pedir-te que entres pela porta detrás..ouço o habitual..
Devo dizer que é o mesmo que nada, ouço a pregação repetida…a que não presto a mínima atenção,
mas resmordo…
-Olha já é pouco o tempo que tenho para me dessedentar. Na minha casa entro, sempre e só por uma porta; - a da frente. Se vier outro, a obrigação do consorte é que entre pelas traseiras e vá limpar o chão que sujou, para não estragar o que me custou tanto a fazer…
atiro eu contra atacando ,que isto de relacionamento conjugal a melhor defesa é o ataque!...

Então se esta é a minha natureza, se sou completamente imoldável - por incapacidade minha, irreconciliável com a herança genética - , porque será que alguns pensam que com jeito me conduzem à golgota com a cruz ás costas?
Reafirmo a minha admiração por Cristo homem . Mas exactamente por não ser capaz de levar a cruz podendo evitar - poderia?!-o gesto, eu que não sou Cristo nem sequer tento iniciar a subida.
Muitos tentaram: muitos foram os desiludidos.
Dentro do horizonte temporal da minha vida, nunca cedi á tentação de imitar ser . Prefiro sê-lo, tal qual sempre me conheci.
Há um velho ditado que diz «que só os burros é que não mudam ».
Pois seja :
Mais vale burro a vida inteira que cavalo de sela por um só dia.
Aladino

PS- Chegaram-me aos ouvidos mais uma atoardas que visam exactamente condicionar-me. Pois sim …
Esperem lá pela volta.

sexta-feira, julho 03, 2009

FAINA MAIOR

Agora é tarde.

Outros contam a história que escreveste

E chamam-lhe sua.

E Tu que calçavas as botas e cerravas os punhos

Marinheiro que o sonho abençoara,

E partias depois de beijar teu filho

Ficas a ouvir a «estória» das «estórias» que lhe escrevias.

Que não fala da tua inquietação de então

Terão pão?

E não fala do teu sofrimento, a cada momento ,

Terão alimento ?

E não fala da tua alienação quando em vão

Andavas perdido na solidão.

Ninguém explica a dor sombria que então sentias

Naquele lugre carregado de medos.

Sabia -se lá se haveria humanos regressos ?!


É por isso que clamo pela tua presença;

Queria reunir os destroços que sobraram

E dizer aos contadores da tua história imensa

Que era o medo quem fazia os heróis

E toda essa imensidão de bravos,

Que sonhavam, sofriam e choravam

Só para que os seus filhos não fossem,

Eles também,

Os novos escravos…


SF


(nota:encontrei isto na papelada.Não me recordo se algum dia o mostrei.Não importa se o fiz.Nunca é demais lembrá-Los)
É proibido…proibir ser feliz…

Uma pessoa amiga que me vem acompanhando nesta caminhada solidária, dizia há dias com uma convicção de crente assumida «ter alcançado todos os objectivos da vida, e ser, portanto, uma pessoa feliz».
Feliz, acredito. Regozijo-me que uma pessoa - neste caso estimável – se assuma. São afinal poucos, os que o conseguem ser.A minha amiga é,pois ,uma sortuda.

Mas esta frase inocente, que outros presentes ouviram também, e certamente nem importância terão dado, a mim martelou-me a mente; não uma, mas dezenas de vezes, dei repentinamente comigo a reflectir no seu sentido. A questionar a afirmação (respeitando-a ,claro…)

Gostaria de desfazer a convicção (assumida) desta amiga. Mas para quê interrogar os que convictamente assumem o alcance da felicidade como se esse sentimento -ou estado de alma – dependa, exclusivamente, da observação restrita do seu eu, desligado do que o rodeia?
Posso eu ser feliz num mundo que ,propositadamente ou não , não foi feito para tal?

Gostaria -mas para quê (?!), pergunto-me - de Lhe fazer notar que a meio da vida nunca se deve deixar de fixar novos – e desafiadores objectivos - porque se o não fizermos a vida passa de coisa suportável, a coisa entediante.
E, como habitualmente, dou comigo,por mero exercício retórico, a ir ao absurdo da questão.

Podemos em qualquer altura da vida dizer que atingimos os objectivos que num momento qualquer(qual?) fixámos? Não! Respondo…desde logo.

Basta ir a um só exemplo…

Há um objectivo final que julgo ser comum a todos os mortais: o de findar dignamente. Ora a verdade é que nunca saberemos se o alcançámos.
Então apetecia-me dizer á minha amiga que corrigisse o discurso e,no futuro, dissesse:
-Sou feliz porque alcançei todos os objectivos que até ontem (!) fixei.


Mas não direi. São tão poucos os que á minha volta têm essa convicção, que eu não tenho direito de a beliscar, um instante que seja.


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País de brandos costume, exaltado….


Vai por aí hoje uma freima.

Parece ser insulto indiciar bonitos enfeites cornigeros a uns peralvilhos que assentam o rabinho, ano após ano, nas cadeiras do redondel da praça a insultarem-se desbragadamente ,dia após dia,nada mais fazendo do que vomitar tolas pantominices demagógicas.


Porquê, pois, tamanho pudor, que faz de um facto banal- a transcrição gestual do simbolo«Ápis»- uma ofensa pátria? Provavelmente com direito a« manif» de desagravo, com data marcada, á boa maneira Salazarista. Ora se Pinho em vez de indiciar com os dedos em riste ,indiciasse com as mãos «em concha»,talvez acertasse mais e escandalizasse menos.Parece que ser-se burro não ofende,mas ser-se remanso já é aviltante.


Ou estavam, antes, à espera que uma «cicciolina portuguesa» mostrasse as maminhas como é habitual lá pela Itália, onde ninguém se sentiu insultado, à excepção de quem não possuía tais atributos? Ou se, como acontece nos «Comuns» de sua Alteza, se questionasse o ilustre deputado,de «to be or not be»um «corno de vaca»? (O que convenhamos é muito mais duro de encaixar e muito mais aviltante).


Amanhã, é certo, a imagem vai aparecer em todos os jornais e fazer manchete de todos os noticiários televisivos, com o se os «Portugueses» tivessem ficado escandalizados com tal gesto.
Ora aposto que o sentimento do portuguesinho de hoje é precisamente o contrário. Até gostou do gesto.
Depois do célebre «toma» do Zé Povinho do Bordalo, o expressivo gesto do Pinho ficará na história. Daquela cambada de indigentes demagogos que se alimentam da teta da vaca pátria, nem rasto ficará.
Lembrei-me hoje dos tempos da 1ª Republica. O que hoje sucedeu, naquele tempo resolvia-se logo ali, á bengalada. Mas a acusação gestual, indicia que a falta bengala, é precisamente a causa do expressivo gesto.
Aquilo foi o discurso do «Estado da Nação? Oh pá, se foi, a coisa deve estar mesmo má.
Aqueles tipos- todos! os que palraram -viverão em Portugal, ou virão apenas aqui para o palratório costumeiro?


Aladino

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