quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Em que por assim querer, estamos


Sou o homem de olhar acinzentado
Que segue a mulher insinuante
De cor de canela que surge do império.

Já não olho para a sua silhueta, surpreendentemente, pasmado.
Mas para o que retenho da imagem que se foi dissolvendo.
A luz não me ofusca porque dela apenas retenho a miragem.
Interessa-me pouco por onde foi, o que fez, ou onde andou. A sério…
É um enigma de que perdi o desejo. Voltar a descobri-la.


Vou jogando com ela à batota.
Falando de coisas que podiam ser, mas não são.
Como nós também já não somos, não há batota.
Há um terno de mãos que não se mostra. Finge-se.
Ela joga comigo estranhos jogos florais.
E às vezes a vida. Eu não.
Melhor deixar repousar a poeira do passado
Que ficar com os olhos doridos do presente, ausente.

Sinto por vezes que sorrimos. Ou choramos?
E que insinuando, sem nunca o dizer
Lembramos esses anos que nos fugiram.
A noite de ausência em que por assim querer, estamos.

Aladino (fev,2010)

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Regresso

Provo o sal do tempo
No teu corpo
Reencontrado.

Percorro as montanhas ocultas
No teu corpo
Recomeçado

O regresso.


SF (Fev 2010)

sábado, fevereiro 13, 2010


Matar a Democracia…parece ser« interesse público»

Reina a mais absoluta e desbragada..e intolerável, leveza do ser ,em Portugal.
Já ninguém tem vergonha. Já ninguém acredita em ninguém. Já todos perceberam que transformámos – ou deixámos transformar este País -no maior pardieiro, onde nem eu nem Tu ,temos o direito de dar um traque …Porque o dito..silencioso ou espatafurdiamente sonoro, ressonante e requebrado,flauteado, virá amanhã esparrachado no Orgão de Comunicação Social libertário(ou libertino?!),próximo.

Hoje é o dia dos namorados. Na comunicação social -não sei se repararam?! – apregoam-se mezinhas para tratar uma pandemia que parece grassar no País: - a disfunção eréctil…
Não sabia -felizmente! - que este surto pandémico grassava por aí com tal intensidade. Embora desconfiasse…pelas consequências.
É verdade.
Isto é já um País de sujeição à gravidade. Incapaz de se levantar. Perdido no diz-se. E alegremente sorridente na inconsciência com que vai para o cadafalso.
Recebo diariamente de (amigos)radicais, informação sobre textos «reaccionários».(sim porque o radicalismo é sempre reaccionário!) .Enviam coisas de que lêem ,e com que se masturbam.
Eles que me desculpem. Eu não transcrevo. Tento reflectir. Penso por mim ,não preciso que outros me indiquem o caminho.
Muitos desses já nem se lembram da PIDE:-entrávamos no «Trianon» e até sabíamos a mesa onde estavam os esbirros. Íamos ver a televisão ao «Santos», e logo que descortinávamos os «informadores» fascistas frequentadores do «Café Berlin».Tomávamos cuidado. Eu não. Afrontava-os. E cheguei mesmo a ir á cara de um deles, o cap Barreto, figura patética, embirrenta, lembrando as SS, que se deve ter mijado quando o afocinhei nos bolos do «Manuel Cova».
Ridículo foi o que aconteceu, muito mais tarde. Patético.Já aqui contei.Volto a...
Connosco ,semanalmente, confraternizava um «verdadeiro»revolucionário».No processo da PIDE recuperado pós Abril, boquiabertos(eu e família) demos com o nome do informador que era recebido, e recebia, os cabecilhas do reviralho distrital. O agente da Pide, o «Tavares Pinto».
Constatei no meu processo (recuperado) que afinal o tipo até me tinha em alta consideração!!!. Não só considerava e fazia anotar, eu ser um elemento «altamente» perigoso para o regime, como elogiava a biblioteca que dizia eu ter(Marx,Fidel,Rosa Luxemburgo,Engels etc etc), porque até era verdade, eu lhe emprestar uns livros, que em determinada altura tive de esconder em casa do meu sogro (do que ele deu conta aos patrões).Coitado: era um pobre diabo…
Vem isto a propósito desta nova PIDE instalada no País.
Agora,nem eu nem Tu,reconhecemos, ou desconfiamos do PIDE boçal .Agora és escutado por «uma PIDE» que tudo sabe. E que nem te leva para o calabouço. Não!...abatem-Te na praça publica sem direito -ou presunção – de defesa. A tortura física é muito mais suave. Esta agora mata, porque é indigna.
O País é um lameiro de corporações. Ora a corporação jornalística é das mais reles. Sei-o de fonte sabida. Quando foi preciso «vender», comprei muitas vezes o espaço. Esmolas. O que será,hoje, com os interesses na grande comunicação Social.
O País hoje rende-se a uma «desbocada» Manela & Marido. Que entrouxaram milhões de euros, e se estão a rir dos peralvilhos, preocupados com a perda da dedirrósea aurora da liberdade . O arrastado Crespo, segurou o programa onde defeca lugares comuns, apregoando …o que ..outro…ouviu. E um Saraiva putrido, que se vende aos interesses da família Santos, como se venderia aos interesses de Bin-Laden para fugir ao falido projecto «Sol» ,brinca com uma justiça em nome da «Liberdade».«Liberdade?...» afinal o que és tu...apetece perguntar chegados,aqui,ao fim da linha.
Dizem que o interesse publico, é quem mais ordena!!!
Pois : até em nome desse interesse se pode matar. O quê
?
A DEMOCRACIA…
Aladino

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