Ílhavo: Terra de túmulos vazios….
E depois de uns tempos – curtos, muito
curtos,e este ano muito amargos – eis que volto á terrinha da Nôcha.
Desinteressante, a terrinha
arrasta-se neste lamaçal onde ninguém parece interessar-se pelo estado de espirito que a corrói.
Indignados (cá) não existem.
Existe apenas um jornal (Ilhavense) que, sozinho, vai
lucidamente registando para a história, como um peralvilho( gigânteo serôdio
populista) se apossou dos destinos desta
terra de pachorrentos e acomodados indígenas, esbanjando –lhe o património material (foi á
falência a «tasca» do Senhor da Maluca),
cultural ( afogado no tanque dos bacalhaus que lhe deu volta à tontinha farófia
que nele substitui o miolo pensante do
erectus); e social (dividindo os indígenas em «meus e os outros»).E a dita que
outrora era excelente, se viva fôra,é hoje carcaça de navio encalhado: apodrecida(moral e
materialmente)cheia de carepas, de musgos ,decrépita, sem cordame, mastreação
carcomida e história pálida e obscura. Sem tripulação, espera para ser
desmantelada como foi o «avé maria».
A Oposição (?) aos costumes (e por costume) nada diz. Meteu o fole entre pernas e foi a
banhos(maria & comp).Tão lestos quanto puderam. Palrarão sim, mas lá para o
ano: a chinfrineira habitual de que «agora é que vai ser». Hão-de charilo, os cachopos! Serão os putativos e eternos
candidatos, a candidatos. E nunca serão mais do que «petit patapons». Debalde
passeiam. Debalde falam. Debalde se mostram (escondidos). Finaram-se. Isto de ter opinião, cansa. É
necessário inteligência, imaginação e vontade para o trabalho. Eles tomam o seu tempo por um tempo de capitulação.
e por isso desertam. Estão mortos embalsamados,prontos para ressuscitarem. Não
ao terceiro dia,mas para o ano, para as calendas eleitorais. Por ora mudos,
inertes, apodrecem entediados. Mortos.
Ninguém hoje na terrinha da nocha, tem espirito
e muito menos vontade. E nem sequer
consciência. Aqui não se escreve ,não se lê, nem se conversa.E qualquer dia já
nem se fala.
Hoje em ílhavo não se pensa e
muito menos ninguém se interroga (salvo o J.A no FaceBook).Há um silêncio terrível
que cobre o burgo. Silêncio dos cemitérios, onde se não pensa e apenas se
está.
Ou falando ilhavês:-um porão carregado de bacalhau, contaminado de «rouge
alaranjado».Podre e mal cheiroso.
Ílhavo é, isso não se duvide, uma
terra de túmulos vazios. Os «ocupantes» vagueiam por aí.
SF
1 comentário:
Permite-me que publique este seu texto (devidamente identificado) no meu mural do FB?
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