domingo, junho 30, 2013



Só o chamar à noitinha por ti


O chamar à noitinha por ti

É qualquer coisa que não sei explicar:

Mas todo o meu interior amansa

E até o desespero parece amainar.

 

Não paras um só momento

Afadigada a carrear vida de um lado para o outro.

Aves sobre ti vão a voar

Levando consigo as tuas penas.

Ai quem me dera as minhas lavar

Para Te olhar de outro modo, amor

E contigo me deixar levar.

 

A estrela lá no céu flutua

No espaço.

De longe vem o odor dos pinos

E por cima de todos os ruídos o mar!

Já nele não vogam marinheiros cegos

À procura do desconhecido.

Eles, as aves, tu e eu, voltamos ao mesmo destino.

 

 

Ir e vir, a contar as horas, em profundo desatino.

Só tu sabes a minha história;

Dá-me a leveza das asas das tuas aves

Cobre-me com o manto com que te defendes do vento.

Acalma o mar encrespado que nem a sede mata,

E vem aliviar a tristeza incurável que invade meu coração:

A minha tristeza é não caberes dentro de mim, adormecida,

Para juntos irrompermos pela madrugada

A ver o dia e as suas cores pela cor dos teus olhos.

 

SF. 13.Junho.2013

 

 

 

 

quinta-feira, junho 27, 2013



Romance…

 
Nunca escrevi um Romance. Dirão: - por não o saber fazer. Talvez.
Mas para mim o romance «nasce» no autor, fruto de múltiplas relações. Ora em mim essas relações foram sempre desligadas umas das outras (ou raramente).Nunca se entrelaçaram,colidiram, ou até, se defrontaram. Isto é : vivi com tranquilidade, diferentes relações posicionando-as onde cada uma  deveria estar. No essencial nunca deixando de esclarecer logo á partida as premissas, para não gerar equívocos. Assassinava o «romance»  logo ali, é verdade, mas ficava tranquilo.
Fácil de entender ? Uma ova…por isso sei bem as classificações que por detrás da cortina me vão(ainda !!!) atribuindo.
Isto é meus caros, e eu me confesso: –«vivi» romances serôdios. De cordel. Que não  me sujaram senão por fora. Então manda a verdade dizer: não vivi,passei por eles.  
Romances pategos, de esquina. Vou ali e já venho. Se olhar para trás, muito pouco me resta de saudade por esses atrevimentos .
Vem isto a propósito de quê?  (perguntarão, os  amigos que ainda me aturam…)
Ora bem : a propósito de ter ouvido um intelectual livresco na TV,  dizer que nunca tivemos um romancista a sério.
Pois : isto é um País de pategos. Bem se esforçou Camilo em fazer «amores de perdição» a cordel.

Ele bem se poderia esforçar. Mas os personagens, esses eram sempre os mesmas(ou quase)

SF

domingo, junho 23, 2013



Vamos indo….
Grão caso, este, de sentir uma certa sonolência de dia, e uma quase lucida insónia ( de noite).
Bem : à falta de melhor, leio .E esta noite encontrei no meio da leitura esta pérola do P. António Vieira(revisitado continuadamente).
Queixava-se, Vieira, a determinado Senhor, de tão pouco se fazer de um negócio de tanta importância e consequência ;mas toda a culpa tem o nosso governo, que se ocupa com as regateiras e almotacés, sinal que não passam os seus olhos a outras lamas que mais enlodam, e a outros interesses que mais nos danam. Cedo seremos só Reis de Lisboa ,e queira Deus que ainda essa saibamos guardar como convém (carta a Duarte Ribeiro de Macedo,1827).
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Pergunta-me :porque fazes tantos poemas(?) à ria ?….
Olha: por vezes não é exactamente à Ria ,mas sim por intermédio dela. Metaforicamente.
A verdade é que muitos fazem versos á namorada, amante ou à mãe.
É como vesti-las de um modo diferente….
Eu não aprecio tal. Sou mau costureiro. Gosto mais de sonhar .
Por isso os meus arremedos são apenas a expressão de um desnudar continuado.
A Ria contém ela em si, um continuado sexo de formas sonhadas, sempre em mutação. Pano infindável para fazer as minhas trouxas.
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 O Ministro da Finanças nivela este país pela pobreza (retiradas meia dúzia de excepções). O Ministro da Educação propõe-se nivelar o país pela incultura e o não saber. O Ministro da Saúde propõe-se  nivelar o País pelos que já morreram(felizmente) e os que se apressa a deixar morrer, para poupar.
O Primeiro Ministro, esse , transforma este país em duas categorias: os que já tiveram dignidade, e os que encolhem os ombros. A dignidade perdeu-se na mansidão deste pacato e cordato povo.
Sf (Junho 2013)

  FREDERICO DE MOURA De novo veio à baila Frederico de Moura, a solicitação de mestranda para recolha de informações. Boa altura para o traz...