segunda-feira, março 30, 2015




Os princípios da Urbanização da vila (anos 30)

 

É bem verdade: há sempre um a fotografia que nos prende o olhar.

 Rua João de Deus com o  largo do Oitão ao fundo.

 
Por mero acaso encontrei estas(más fotos).as muito interessantes para quem está mais interessado na informação do que na qualidade fotográfica .Fixam pedaços das ruas mais importante da Vila, num momento da sua história: quando  se começavam a definir áreas de circulação para os peões(passeios). Que apesar disso ,mantinham o costume de circular pelo centro da via.
Do lado direito vê-se um pouco da casa onde esteve instalada a Tipografia Beira Mar. Logo a seguir,para mim curiosamente, fixa  a casa da minha avó Bolé  (que foi depois de meus Pais, e onde vivi até me casar.)Percebe-se, claramente, o desenho dos passeios.

 Agora podemos observar um pouco da Rua Serpa Pinto:
 
 Vê-se um naco do antigo edifício da Câmara (já propriedade  do Cap.Corujo),depois a casa de Arthur Sacramento, e claro o local onde esteve instalado o Clube dos Novos, mais tarde a Drogaria Vizinho.  Também aqui, se podem apreciar, os passeios públicos.

Vejamos,agora,um trecho da Rua de Camões:
 
 

 


Ao fundo a Praça da Républica,  para onde se dirige o ciclista. Do lado direito ficaria o Beco da Manga.Do lado esquerdo é perceptivel  o edifício onde esteve, em meados do Séc.XX , a Adega do Sr. Borralho .

 

E agora a ultima deste bloco: a Rua Direita.



 Também esta para mim particularmente curiosa, pois que a segunda casa de r/c, que se pode ver, à direita, foi a casa de meu sogro, Cap.Vitorino Parracho herdada de sua mãe Rita Mauricio. E depois da minha mulher. Logo a seguir a Farmácia Diniz Gomes.
Muito curioso notar os elevados rebates das portas para onde ao domingo vinha o mulherio ver os passantes

(espero que saia algo visível)

SF
 









domingo, março 29, 2015




Os Jesuítas e o seu novo método de Ensino....

 

Tínhamos já sido despertados para a experiência que a Finlândia pretende fazer no seu Ensino, uma verdadeira revolução. Só que hoje fomos (de novo despertados) para o facto de que afinal, a Finlândia, vai tão só (aderir) e seguir os métodos de ensino praticados (já hoje )em diversos colégios Jesuítas.

Neste novo  método de ensino, o aluno é o centro do ensino. A avaliação é contínua, e o professor faz perguntas. Não dá respostas. Não há qualquer tipo de exame, mas tão só uma avaliação continuada .A ideia é levar os alunos a  aprender, fazendo. Os trabalhos são por projecto, e a aprendizagem autónoma. O novo método de ensino, já implantado em vários centros jesuítas ,tem a designação - projecto  Horizonte 2020.

Há colégios onde os dois tipos de ensino convivem: o anterior ainda com o púlpito do professor na frente  dos alunos : portas fechadas, janelas timidamente rasgadas. No Horizontes 2020,as portas estão sempre abertas ,o acompanhamento pelo professor  é contínuo, e as janelas são completamente rasgadas para o exterior. As mesas dos alunos têm rodízios e aqueles são convidados a constituírem grupos de aprendizagem, associando-se. Não há ensino por disciplinas ,mas por matérias, e os horários são  livres.

Ora no nosso país conhecemos, desde  há muito, as vantagens e os inconvenientes da educação Jesuíta. Até ao Sec XVIII ,praticamente  foi a única fonte do conhecimento em Portugal. Depois sonharam alto e ricos e poderosos, pensaram mesmo substituir o poder do Rei. Sabemos também-e não o esquecemos- como esse ensino se tornou obsoleto e perigoso, pois, posto perante a razão e os conhecimentos que desmontavam a posição dogmática da Igreja, logo tomou em mãos o Tribunal da Santa Inquisição, com que pretendia (ou julgava pretender) opor-se e fechar o país à verdade cientifica.

Tudo hoje mudou. E naturalmente que o ensino jesuíta, despido de mentalidades retrógradas e com uma igreja que procura reencontrar-se com o Homem, voltou a ser um centro do conhecimento, ao que parece, de novo inovador. De louvar. Não há catequização: apenas 15 minutos de reflexão conjunta  para charlar sobre boas maneiras e desejar em grupo um bom dia.

Curioso o facto de a Finlândia ,sem ligações ao passado Jesuíta, tenha atenta e logo revolucionariamente , aderido à nova metodologia, vinda de uma Instituição que lhe não é próxima.

sábado, março 28, 2015


 A vida é feita de ais e silêncios....

 

Olho a harmonia das coisas

Com a mesma indiferença

Com que olho, e conto,

As desilusões do coração

Desfeito.

Sinto ainda o sabor  do desejo

Que o vento me traz

Por entre as dunas do teu peito.

Entras  sem eu querer

Aos tropeções,

Corres por mim acima

As tuas mãos  convulsão de desafios

Teus lábios  fazem-me arder  como pavio.

Vens de lá longe

Como aquela bateira negra,

Tão negra como a vida,

Que  vem de lançar as redes

À procura de estranhos seres.

Ai se ela  nos  enredasse,

A mim e a ti também,

E nos levasse para um canto do mar

Onde teu fogo

Consumisse o meu fogo,

Num a zaragata de ais e silêncio

A esquecer quanto a vida tece

E nos entristece.
 
SF Março 2015

 

quarta-feira, março 25, 2015



 

Na morte de Herberto Hélder

 

Anunciada a morte  de Herberto Hélder, uma perda assinalável ( quiçà irreparável...),logo acorreram nas redes toda uma série de clichès, onde (até) parece que o autor enclausurado, era  um autor fácil, com uma escrita transparente, de adesão universal.

Muitas foram (e são)as citações. Poucas ou nenhumas enveredaram  pela a apreciação e  identificação da poesia do autor que ,por vontade própria passou de uma vivência em casa de passe, para uma clausura de desígnio.

É estranho que este mito (H.H.),fizesse tudo para ser mito mesmo antes de...

Um poema de HH, é como uma Guernica  surrealista de Picasso: olhamos e temos de aprofundar, ir e voltar, até conseguir o fio condutor que a torne visível ...e perceptível..

Dizia Pessoa (o mito anterior a HH) que escrever é objectivar sonhos. Mas ao dá-los aos leitoes, fica a pergunta: o que tem o mundo destes como meu mundo interior do autor?

Uma obra de arte pode de imediato colher todos os nossos sentidos e emoções. Mas pode exigir uma descoberta : do mundo em que vive o autor. Numa cela ou num deserto. E o mundo do autor pode ser bem diferente do mundo do leitor .Assim cada palavra escrita pode trair o autor. Por isso, aqueles que transcendem os limites, obrigam-se a escrever, mas são avaros em se publicar.

Morreu Herberto Hélder :  o País perdeu um artista da escrita que se obrigou a talhar um escritor á imagem do seu ideal.

Tenho contudo a impressão que ainda é cedo para assimilarmos a sua mensagem escrita. E a de vida...

Comecem ,pois, a lê-lo....e perceberão que se pode gostar muito(e é ,nesse caso uma orgia...)...mas também se pode ficar pela interrogação : o quer dizer HH? (não há que ter medo...).

A HH, só lhe faltava saber tudo...

SF

domingo, março 22, 2015




 A Poesia está em qualquer lado...em qualquer dia



 
 

Pela noitinha ia para a janela

Do meu quarto

Que despejava

 para a rua do Loureiro

Ver passar as minhas putas

 No trottoir  vizinho dos seus outeiros.

Mulheres da vida, vencidas

Mulheres da vida, de todos

Mulheres da vida, de nada,

Iam fazer pela vida .

 

Escombros de seres que já foram

Roídos pelo taredo,

Sem dia para carenar,

Deixavam no ar um rasto,um perfume,

Que mais do que cativava,

Enjoava.

 

           

Lírios roxos desmaiados

Pintados, retocados,

Papoilas outrora vermelhas

Hoje caiadas de um esborratado

Zarcão,

Em tempos esbeltas;

Hoje derreadas, a carregarem

Todas as estrelas do céus

Que miraram,

Enquanto delas outros se  iam servindo.

 

 

Nos olhos ia-lhes uma tristeza imensa

Ao verem o corrupio  de  gente

Que passava e não parava,

Sem nunca lhes ter chegado

Aos  ouvidos a serenata

Que delas fizesse

Meninas enamoradas.

 

 

E  Lourdes,a mariposa mais bela

Da rua do Loureiro,

Outrora Rainha no trono

Hoje festim de prazeres,

Esconde no peito

A sua alma negra

Cheia de vícios e de outras façanhas.

Onde já nem um sol pardacento

Brilha,

E pede ao vento:

 
 

Oh vento polidor de estrelas

Vem! Vem dai dessas fráguas,

Vem amaciar minha carne

Vem -me dar o afago do teu corpo 

Vem levar  os arrepios de frio que sinto

Os ais gelados

De quem tudo perdeu

E já nada tem.

Nem respeito nem dignidade

 Só o  agradar a quem me

desagrada.

Vem vento ! E leva para longe

Pedaços do meu coração estilhaçado

 

Vem vento!

Para me levares a mim...

Meu corpo já não se vende

Meu corpo já não me basta

Meu corpo já de nada me serve

Para  deixar de ser  escrava.
 
SF
 
 
(Com a devida vénia ,cito Gabriel Garcia Marques)
 

 

sábado, março 21, 2015


AVEIRO-Apontamento histórico

Aqueduto e Moinho da Maré Medievais
 
Quando estudámos em profundidade a história de Ílhavo, constatámos que  a mesma seguia ,desde tempos anteriores á Fundação, paralela à de Aveiro, pelo menos  até ao Sec.XV/XVI. A partir daí houve uma certa separação .Cada uma seguiu seu caminho: Ílhavo entre a lavra e os pescadores (e salinas),Aveiro  assumindo tiques mercantilistas com o boom do Sal e do Bacalhau. Aveiro tem uma história  fascinante, ainda pouco sistematizada . Algumas  matérias ainda bem longe do que a cidade e as suas gentes  mereciam.

Certo é que recolhi muitos elementos, trabalhei já alguns (caso de João Sousa Ribeiro -O Pai da Pátria, que editei em livro),e de vez em quando vou recolhendo elementos, e vou-os interpretando.

Pego hoje num encadeamento de fotos, que na sua  grande maioria me foram cedidas por Rui Bela --Onda Vídeo; e uma ou outra de diferente proveniência, que  referirei no local próprio.

Sei que algumas fotos  serão certamente já conhecidas. A minha pretensão é dar-lhes um encadeamento logico.

Para melhor compreensão mostro uma planta da Villa, do que foi descrito, ela seria  em 1696.


                                                    fig.1- Planta de Aveiro 1696

É  muito interessante esta representação: vêm-se as muralhas, as portas da Villa, a ponte que ligava à Vila Nova, o canal do Gonçalo(hoje cais dos Botirões),o ilhote(caldeira do Côjo) e,ainda a localização dos vários Conventos.
Julgo interessante chamar a particular atenção para dois pontos.

 1- Desenho do Aqueduto de Medieval Águas  (no mapa a tracejado e com a leitura «tubo de água») que alimentava a Villa Nova. Creio poder dizer-se que o aqueduto  passaria na antiga Fonte Nova ,ponte da Dobadoura, e viria parar ao fontanário dos Arcos (virado para a hoje, Praça Melo Freitas).Sabe-se que em 1680 já estava muito arruinado. Foi  destruído em 1869.
 
               
                            fig. 2-Fontanário dos Arcos (foto cerca 1920).Esta construção será Séc. XVIII.
 
                  2-Curioso,é já, o aparecimento do estabelecimento do moinho das marés, mandado construir por D.João I para fazer em Aveiro moendas de pão(1406). e cuja evolução  trataremos. Referiremos a evolução da sua edificação e posteriores alterações, que acompanharão o evoluir da   história da cidade até aos nossos dias.

Vejamos o aqueduto.

A foto que mostramos é de muita difícil percepção. Vê-se o aqueduto a dar uma larga volta. Mas as edificações que se vêm  levantam alguma dúvida. Pode dizer-se : foto de fins Séc XIX. Creio sinceramente, mas irei estudar melhor. Apenas uma pista.
 
                                               Fig.3- Aveiro: O aqueduto e o ilhote do Côjo.-R.B.
O moinho de Marés, cuja primeira foto reproduzimos (arq. Rui Bela) tinha o aspecto mostrado abaixo,, ainda no final  Século XIX. Pertencera a José   Ferreira Pinto Basto  fundador da V.A., que em 1830 teria encarregado o arq. José de Oliveira, de o construir, sobre o anterior moinho medieval (ver sequência dos seus proprietários, abaixo)
 
                                Fig 4-  Aveiro  fins Séc.XIX, início Séc.XX (moinho do lado direito)-R.B.
 
Repare-se que do lado esquerdo do moinho, nos terrenos por onde hoje passa a Av. Central(mais tarde Lourenço Peixinho),havia um a entrada (varadouro) para embarcações.

                      
                Fig.5-  Aveiro fins primeiros decénios Séc XX (pode ver-se o dito varadouro)-R.B.
 
 A Rua que se distingue teve o nome de Rua do Côjo, e creio que mais tarde, Rua José Estevão.

Se virmos outra foto (ou melhor, uma  foto trabalhada ),apreciaremos ainda a existência, a nascente, do aqueduto

                        

                                          Fig.6-  Aveiro(moinho).Ao fundo o  Aqueduto-R.B.
Nas fotos já significativamente posteriores , deduz-se a iniciação da Av.Central ( mais tarde  Lourenço Peixinho), a qual faria desaparecer  o varadouro. O moinho por sua vez foi já  reconstruido em nova traça, e para lá vai  a Escola  Fernando Caldeira.
 
                             
                    
                                              Fig.9- Aveiro:  Ponte (primeira Década de vinte)-RB
Em finais do Séc. XIX, Augusto Rocha, arquitecto e director da Escola Fernando Caldeira, mandou executar um primeiro piso(com traça de Arte Nova),que virá a ser acrescentado, posteriormente  por um segundo( já em 1908
 
                     
         
                     Fig.10- Escola  Fernando Caldeira (1920) e a pequena ponte para o Côjo
                                               ( arq. Arq. Horta Carinha)
 
Fig.11- Aveiro :pode apreciar-se a primeira ponte dos Arcos, e o edifício da Companhia de Moagens ,onde mais tarde se viria a estabelecer a Sapataria Miguéis-R.B.
O Edifício no Séc. XX adquire uma beleza  emblemática, com traça que se enquadra numa série de edifícios Arte Nova ,disseminados pela cidade.
Passou de mão em mão e teve as mais diversas utilizações:
 
                            Edificado em 1406

                             1830 Adquirido por José Ferreira Pinto Basto que o reconstruiu para moagem.

                             1856-Adquirido por Mendes Leite para depósito de chumbo

                             1858-Serviu como depósito de carvão

                             1859- E depois para depósito de frutas

                             1866-Redacção do Jornal e Tipografia(Distrito de Aveiro)

                             1888- Adquirido por Francisco Almeida Negreiros para fábrica de arroz

                             1896-Adquirido por João Pedro Soares para tanoaria

                             1896-Francisco Silva Rocha casado com  a filha de Pedro Soares, converte-o na

                                    «Escola de Desenho Industrial», depois  «Escola Fernando Caldeira».

                              1925 - Aquisição por Alfredo Esteves (funcionou como

                                       Sede do Clube Os Galitos)

                            1925- Vendido ao MInistério da Marinha para implantar a Capitania do Porto

                                      de Aveiro e habitação do Capitão do Porto.

                            2004-Adquirido pela C.M.A

                             2009-Instalação da Assembleia Municipal



Fig.12-Edifício da Assembleia Municipal de Aveiro (2009)-C.R. photos

Créditos fotograficos:   Foto 2,3,4,5,6 ,7,8  9 e 11 - Arq. Onda Vídeo -Rui Bela

                                           Foto 10- Arq. dr. Horta Carinha

                                            Foto 12 CR photos

Senos da Fonseca- Março 2015

 

segunda-feira, março 16, 2015






VAI.....


Vá. Vai

Continua...

Não fales

Não sorrias

Nem sequer acenes.

Que o nosso adeus se mantenha mudo

Sem dele ficar rasto

Nem sequer memória.

E eu aqui do meu inferno

Faça de poeta saudoso

E cante ...

Cante como souber

Para que o mundo não esqueça

Que neste dia tive

A trágica aventura de te encontrar

E me perder em teu corpo

Aberto de mulher.

 

Sf

domingo, março 15, 2015



              LAVRAR O MAR





                                                                     
 

Olho aqueles corpulentos

 Majestosos e hercúleos

 Bois da velha  companha

 Que enlaçados ao  calão da rede

 A  vão alando até  deixar ofegante na praia

 A  parir  do ventre estripado

 O prateado peixe roubado ao mar.

 

 

 Animais  vindos do  lado de lá

Do perfume adocicado da resina

 dos pinheirais

 Trouxeram-nos à borda a  lavrar  o mar.

 Vão nas manhãs de nevoeiro  em parelhas

 Cabeça baixa, olhar torvo, parecem, citados pelo mar,

 A investir  por ele vaga adentro encharcados.

 

                                               
 

 
Afagados pela maresia

 Nos dias de sol espraiado

 Vejo-os resfolgarem, nariz no ar

 À procura de uma sombra no areal caiada,

 Que aqui não existe. Parecem velhos...

 Os bois nasceram já velhos

 Na cor pardacenta do seu costado.

 

 

 Velhos no sossego da sua existência

 Vão  ruminando no alento da noite, a  sua ausência,

 Para no amanhã prateado voltar ao fadário.

 Sob sol escaldante ou chuva de tarde desmaiada,

 Fustigados pelo vento gélido da madrugada

 Seguem de  olhos turvos, despidos de um qualquer sudário,

 Parecem amarrados  a uma  existência amargurada.

 

 

 
Sigo-os duna  abaixo

 Ao encontro do mar ousado, quebrado

 Mar  amargo,mar azul de tão salgado

 A açoitar o xávega, que alevantado teima  ir,

 Lá longe onde moram as sereias,

 Largar a rede para  tirar do ventre do mar

 A prata que a terra não pode parir.

 














 E lá vão, dobrados, encabrestados

 Vão ao  tropeço  na areia  lassa  da duna.

 Fustigados pelo aguilhão do .abegão

 Levam à sua frente, aos tropeções, os mirones

 Que vindos  de madrugada, de chapéu e botifarras,

 Calça arregaçada, desertam em louca debandada

 Em tropel, fugindo na frente  do estoiro da manada.            
 

 

 Na praia já se alinham os xalavares.

 Os bois doridos pela jornada

 Parecem  perdidos no areal

 Semeado  de escasso espezinhado, prateado.

 Hoje não há mais ir e voltar

 Hoje  mar... podes ir  acolher o sol dourado

 E com ele ir, lá  longe, nos longes teus, namorar.

 
                       [ para que as gaivotas voando sobre os vossos beijos,
                       me venham  de madrugada contar a estrela do pássaro e
                        a estrela  do grito teu....MAR!

            SF (Março 2015)


(Escreveram - se  belas páginas a descrever o tumulto grandioso da  arte xávega. Esquecendo

figurantes de primeira que encheram de espanto poetas e simples mirones. Hoje resolvi prestar jus

 a quem, ficando na praia, permitiu aos outros ir ver os sóis fugidios).

.

 

 

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...