domingo, janeiro 30, 2011




As ligações de Ílhavo ao Marquês de Pombal .



É sem duvida interessante ,embora cansativa , esta atitude de procurar entrelaçar os factos na história e conseguir perceber o que existe por detrás de simples acontecimentos ,mesmo que por vezes eles não tenham muita importância como facto histórico ,mas apenas recompensem a curiosidade de quem trabalha embrenhado na procura documental.

No livro com que ando ás voltas – uma biografia desse notável aveirense João Sousa Ribeiro da Sylveira, capitão mor de Ílhavo ,«pai da pátria» como publicamente foi reconhecido , uma personalidade de enorme grandeza ,moral ,ética ,magnânima na solidariedade com todos ,e em especial com os mais desprotegidos, figura que esteve na decisão Pombalina de elevação de Aveiro a cidade, e no perdão conseguido , sobre o temor tido na altura de qualquer represália sobre a população, como consequência do atentado de lesa majestade, perpetuado pelo Duque de Aveiro sobre D José. O dono da casa Ducal que era a segunda maior do País ,logo atrás da de Bragança, nunca teria vindo a Aveiro, e muito menos aqui residido. E claro não haveria qualquer ligação de gentes de Aveiro ao regicídio.

Sousa Ribeiro não só trouxe com ele a carta de elevação a cidade , a limpeza do nome das populações, como ainda trouxe a boa nova da isenção das habituais taxas de elevação hierárquica na orgânica administrativa, dos agregados populacionais, como era habitual suceder nessas situações.

Ora tenho andado embrenhado na documentação da época para explicar o que até hoje ninguém terá ainda explicado. Deixemos os pormenores da minha tese para quando da apresentação do Livro, já contratado com a Editora para ser editado no fim do ano ,data em que me comprometi a tê-lo pronto.

Ora neste arrumo final tenho «catado» ,e tentado imaginar, como não é possível encontrar uma gravura com figura de tanta importância(Arquivos históricos, Torre de Tombo ,Alfandega ,etc etc) .Claro que o fogo que consumiu o palacete da Familia (nessa altura na posse de seu bisneto Visconde Almeidinha), o palacete do Terreiro onde hoje está o edifico do Governo Civil de Aveiro, verdadeiro «museu» onde se encontrava um espólio de arte notável ,incomparável ,poderá explicar o facto.Com o fogo que transformou tudo em cinzas teriam desaparecido todos os retratos (pinturas) familiares. É possível.

É-me fundamental –para a tese que defendo – explicar a proximidade de João Sousa Ribeiro com o Marquês de Pombal. E julgo poder justificar a mesma. Ora na passada semana estava eu embrenhado no Arquivo Histórico da Universidade de Coimbra ,na tarefa de encontrar os registos dos alunos da Universidade nas décadas de 1720 a 40,e, por um acaso, verifiquei que o Sebastião José tinha casado, ainda com apenas 23 anos, com a D Teresa de Noronha e Bourbon(35 anos), filha de Bernardo de Noronha. Estremeci!!!!

Quereriam lá ver .O que a ninguém poderia interessar a mim despertou-me total interesse.

Este senhor – D. Bernardo Noronha – eu sabia-o quando estudei os Donatários de Ílhavo( Ensaio Monográfico pp 58 e 505) era o marido de uma tal D. Maria Antónia de Almada ,senhora que até se pensava teria passeado por aqui pela vila ,quando dela tomou posse, recebendo as chaves na Igreja e visitado o Pelourinho ali na Praça(leitura atenta levou-me, na altura, a concluir que senhora nunca cá pôs os pés e quem teria andado a fazer de figurante terá sido o Prior ).

Por esta é que eu não esperava.

A mulher (1ª) do Marquês de Pombal, filha da Donatária desta Santa Terrinha.

E esta heim?!!!

Registo o facto que – vamos lá – nos ilustra mas e também não desmerece.

SF (Jan 2011)

sábado, janeiro 22, 2011


A ria e só nós, os dois









Quando já não tiveres lágrimas para verter


Vem à minha porta


Àquela casa pousada sobre a ria


Que não tem chaves, nem muros, nem segredos


Ou enredos.


É tua. Entra.


Guardadas estão lá todas as palavras


Que não disse, ou não soube dizer,


À ria.


E a Ti, tão grande era meu medo.










Colhe uma flor nesse jardim escondido


E nela percebe o que quis contar de mim


E não me atrevi, porque a mais ninguém ousaria


Desnudar a intensidade da paixão.


Descalça-te e vem comigo oferecer-lhe este verso


Vem comigo afundar os pés na areia molhada,


Anda vem comigo,


De mãos dadas sentir a dádiva refrescante


Da sua maresia perfumada ;


Vem olhar o voo das gaivotas inquietas


Pelo lento marulhar da velha bateira.


Olhar o rosto enrugado de quem lá vem a contar histórias.


Aconchega-te ao meu ombro e fiquemos


Na noite a contar o verso, corpos em lume


A ouvir o vento levar o eco latente do nosso queixume.


Sou eu e tu à espera de ser o que nunca seremos…


A ria, e só nós, os dois….


JF (22.01.2011)

sexta-feira, janeiro 21, 2011


                                                             CANTO X



E pensando com os seus botões, o Sr. Bloom tinha ,agora ,no momento actual, o inventário completo da existência de ser português .Perante o que escutou (mais do que viu) só quem tenha descido à cave da condição humana ,pode tão indigentemente pretender ocupar as cadeiras do poder.Os que aplaudem por aplaudir, não lhes estão longe.


(Vamos supor que o Presidente eleito ganha com 60% dos votos expressos, que somam a conta de 50% dos votos possíveis.


Quer dizer que o Supremo Magistrado da Nação tem apenas o apoio declarado de 30% dos portugueses). O que representa S. Exª?


Certo é que a partir de 23 Janeiro virá dizer : - a partir de agora sou o Presidente de «todos os portugueses».


Uma ova…..


Então o Sr Bloom pega no seu móvel ,e liga para a agência de viagens :-pretendia um bilhete para a Índia,sff.


-De ida e volta, pergunta a voz doce da funcionária da agência?


-Só de ida. Vou para ficar. Emigro. Já não faz sentido ter memória. (Cada pessoa julga-se dono do tédio inteiro do mundo. O dos outros – julgam! – vai de avião, assim pensava o Sr.Bloom ,depois de ...)


Os políticos em Portugal preenchem o que vai dos sapatos aos ombros, conclui o Sr Bloom. E é dentro das cabeças que as coisas acontecem. Razão pela qual, por cá, nunca acontece nada de bom. Parece . As inundações começam ao nível dos mares. Quando as águas chegarem aos ombros, aboiam. Os coveiros não vão ter grande trabalho para enterrar os portugueses felizes. Já são poucos.


E o Sr. Bloom reviu no canto IV o vate:


                        (…) Com não vistas vitórias, com receio


                               A quantas gentes vês porás freio (…)





Àmen….



SF,21 de Jan 2011

quarta-feira, janeiro 19, 2011

                                                           CANTO IX



O VOTO GAY É  FUNDAMENTAL....PARA CAVACO -são já uma maioria

( Hoje os fermosos c….., estão virgenias tetas imitando)


Mas os fortes mancebos que na praia


Põem os pés, de terra cobiçosos


De acharem homem desejosos,


Que mais lhes incita a força dos amores.


Sorrindo e gritinhos dando, correndo certeiros


Nus a lavar se deitam na praia, de cu pró ar


P’ra na água matar o fogo:- indinados  paneleiros!


Julgar melhor é, do que levar no cu experimentar.       

               (por quem, deusa pátria, é esse o teu chorar?






Já ora não há no reino neptunino


Onde nasci , progénie forte e bela


Capaz de dar exemplo ao mundo vil, malino


Impotentes gays na Pátria dos Cabrais proliferam.


Nenhuma triste hipocrisia contra eles vai


Nus, lavar se deixam nas águas, afundando-se nelas


A matar o fogo que neles arde


Geme o mar com mil tiros, glória, maravilha


                         (Exultam os ninfos com mil enrabadelas.





 

terça-feira, janeiro 18, 2011

                                                    Canto VIII



(Defensor de Moura)



Mas antes, valoroso Defensor


Desta Pátria que foi moura indigente;


Liberta-a pela guerra famosa,


Corre, vai em marafona  diligente


Contra infernais vontades enganosas


Falar da terra tua, de Viana a linda


Onde o vento dorme, o mar e as ondas jazem;


Capitão não te detenhas, nome e glória assim se fazem.



E Tu ,ó Coelho que afrontas o títere João

Vieste lá do fundo do mar, coelho truão,

Desvirgular a pureza de Cavaco

Cujo virtude não pode ser defunta

Enquanto no mundo houver humano trato.

Tens mostrado esforço, e manha muita

Na denuncia da liberdade que ele pretende

Para a seita que o segue e o defende.

                 (catuais corruptos a vender adulação que bem consente.




segunda-feira, janeiro 17, 2011

                                      CANTO VII



(cand  Alegre)


E com largas palavras lhes promete


Tudo quanto é preciso cumprir nos seus reinos.


E se mantimento para tal falisse


Não temais! Garante a fama que bem conhece;


Da gente Lusitana, ‘inda que a não visse


Sabe o seu valor; razão há, acreditar em sua eterna glória


Nova Praça da Canção que ressuscite todo o passado.

Largaremos a podre Europa belicosa

Em busca de novas terras, da Índia tão famosa. 


A.Bloom

domingo, janeiro 16, 2011

Assim não vamos às Índias(cont.)


                                                                   CANTO VI




(Candidatura de Cavaco)




Ó Caso medonho, estranho e não cuidado;


Ó Milagre turvo, panaceia vendida de seriedade,


Ó descoberto engano, inopinada revelação


Ò pérfida inimiga e falsa gente, que Te rodeia


Quem poderá do mal aparelhado, na tentação


Livrar-se de ti, perigo iminente,penedo imoto


Ó guarda divina, tem cuidado, guarda prudência


Com ele, este pobre povo :- está lixado,

Que a «Nau» avante,não pode ir, país naufragado.


SF

quinta-feira, janeiro 13, 2011

                                                            CANTO V




O Sr. Bloom tinha viajado pela Europa, antes de iniciar a sua partida para a Índia. Assim o tinham feito os emissários de D.Manuel I.Para vender divida pública junto dos Estados Soberanos, a arranjar painço para a frota. Espanha era um temível concorrente nessa arrecadação, pois assegurava conhecer outros caminhos mais curtos, para atingir o seu fim.Por isso a sua divida em dobrões de ouro era astronómica.

O Sr. Bloom chegara a Munique, vindo de Roma.E enquanto bebia uma cerveja na Hofbräuhaus de Munique (ir a Munique e não ir á Hofbrauhaus, é maior crime que ir a Roma e não ver o Papa). O que,claro,o Sr. Bloom cumprira. Mas o Papa já não era o Papa de antigamente.Assombrado de pecadilhos, e com divida soberana que chega para todo o BCE.Conclue o Sr Bloom :-mas se todos devem a todos,então o problema é de um deles, ou do bloco europeu? E não seria por aqui que se deveria começar a resolver o problema?-pensa o Sr Bloom.E conclue : o que falta é crença.Um País sem crença afunda-se, e não logra o Cabo.

E enquanto no centro da Hofbrauhaus uma heavy metal incitava o trinkt mer,eis que  no enorme ecrã de Televisão apareceu a Rainha Merkel, senhora toda-poderosa do reino. De imediato, silêncio. Que os alemães continuam na mesma: chefes não se discutem ; escutam-se. Espantado Bloom sorriu de satisfação com aquilo que aos seus ouvidos parecia música celestial.E porque não dizer orgulho! -ao ouvir as referências mais que elogiosas da senhora, comentando apreciativamente a certeza das acções levadas a cabo por Portugal para vencer a batalha do euro.Afinal em Portugal há «alguém» com uma crença valorosa,exemplar, que deve ser seguida:- afirma a chanceller. Convincente, apropriadas e objectivas palavras, ouviu o Sr. Bloom.
 A operação de vendas de títulos saldou-se por uma compra três vezes superior à procura. Blomm empertigou-se, ergueu a caneca dourada,e brindou ao seu País.

Mas eis que de repente o Sr. Bloom estremeceu. Arrotou,vernaculamente falando.Não percebeu se teria sido pelo excesso de cerveja emborcada, mas o certo é que o Sr. Bloom, ouviu,logo de seguida em contra ponto,mas não sem espanto, o Rei do Cavaquistão português, afirmar que a crise social, financeira e politica, está à vista. E certo da sua experiência,diz, soçobraremos no Cabo da boa esperança  socrática. A não ser que embarquemos pilotos do FMI, para por em ordem a tripulação amotinada.
E logo de seguida, o senhor Bloom pensando que a cerveja lhe teria subido à cabeça, e se se levantasse cairia de borco, ouviu o candidato a novo chanceler português, o senhor dos Passos, dizer: venha o FMI, porque se vier, Sócrates tem de ir embora.
 Ah! - percebeu finalmente o Sr. Bloom: o problema não é o País, nem os problemas dos portugueses. O problema é a ambição pessoal. Os homens querem sempre começar pelo final. Lá fora a pedirem água ;cá dentro, bem ao contrário, a pedirem fogo. Se os pássaros existisem aqui, já teriam perdido toda a capacidade de chilrear ,pensava o Sr.Blomm.

O Sr. Bloom pensou com os seus botões: quem tem amigos destes, nem precisa de inimigos.

E pensando no facto de termos ido à Índia sem pedir ajuda a ninguém, antes pelo contrário guardando segredo do feito – se aquilo que hoje se passa no seu País se passasse no tempo de esclarecido El rei João II, este bem saberia como tratar dos dislates destes inimigos públicos números um.

O Senhor Bloom pensou então : à entrada dos partidos políticos deveria estar um aviso :não entre aqui quem não for trafulha.

Bloom que ainda não é sábio -só o será depois de visitar a India- começa a entender que é verdade.O que hoje está do nosso lado direito, poderá, amanhã, estar do nosso lado esquerdo.O Mundo português está em decomposição.

Para a Índia e em força: - pensa Bloom.

SF

domingo, janeiro 09, 2011

                                                      CANTO V



Não falta com razões quem desconcerte, negando o «rei e a pátria», e se até convém ,aquilo que deus tem; ia Bloom pensando, revendo o vate.

No púlpito o meirinho- mor tinha dado conta que o CABO tinha – finalmente !- sido dobrado. O défice tal como anunciado –e que durante messes a fio se considerou impossível.E a receita fiscal, essa afinal, acima do previsto ,enganando todas as aves agoirentas que peroraram, diária continuamente nos planos inclinados e quejandos.E finalmente o crescimento atingiu o dobro (dobro!)do previsto. Estávamos – assim pensava Bloom – no bom caminho para a Índia.

Julgava Bloom ,ir ouvir danças, estridulo foguetório e muitas outras alegrias; o momento será de festa, pensou.

Mas logo pelo espesso ar das tribunas, choveram, os estridentes farpões, setas e vários tiros voaram ;a terra tremeu ,os vales soaram. A fera batalha se encruece.

«O que importa é o BPN!....»

Que importa a nau que ousou tentar o mar, e o cabo ultrapassar? Que importa a navegação certa ,e que assim se caminhe já mais seguro do que dantes vinha.

A que novos desastres,determinam?Nascemos perante os acontecimentos, pensa Bloom, sem hipótese de dizer: -mas ?!

De que é feito um País cobarde ? pergunta-se Bloom. De uma maioria que cala e consente. Por isso crápulas há em todos os lados. Mesmo nos púlpitos.

Que podem fazer os vivos? É questão para a qual Bloom deseja encontrar resposta.

Vai à lista telefónica para encontrar um sábio que o esclarecesse. .Eram tantos nos púlpitos que muitos outros deve haver. Encontra «advogados» ,«engenheiros» ,«economistas» ,«professores» etc .Só crápulas modestos. Sábio, nenhum…

Seria que todos os sábios - aqueles a quem o mar caiu em sorte - estavam nos púlpitos?- interrogou-se Bloom.E pensou : nada no mundo da politica é claro.A não ser o mundo dos imbecis.

Bloom estava mais perto de partir para a sábia ,sensata e receptiva Índia. Ao encontro de sábios. Em Portugal os sábios são gente que sabe tudo, de nada.

 SF

sábado, janeiro 08, 2011

E assim não vamos à Índia…..

O senhor Bloom (se ainda não leram, não percam G.Tavares) preparou-se para retomar os Lusíadas, e sem sair de cá, resolveu ir de novo à Índia. Viagem à Índia não saindo (para já ) do País.


Sentado em frente dos televisores, Bloom ouve o moribundo País ( a melhor maneira de saber a verdade é ouvir um moribundo, pensa Bloom…)


                                       Canto I


As armas e varões deste País, andam maluquinhos a discutir o sexo dos anjos – o BPN. Quem não aceitaria uma oferta de umas acções, com a promessa de, dobrado o Cabo, as ditas(boas ,embora filhas de más….) rendessem, seguro, mais 140%? Então D Manuel I não fez o mesmo? Para que servem os amigos?


Então onde está o umbigo do mundo? Para onde dirige o Homem – todo o mortal - o olhar glutão, os passos e o pensamento? Não é verdade, pensa Bloom, que se devem vigiar os homens que apregoam a santidade, falando manso? Quem acumula não escava.


Qual imortalidade, qual gaita, pensa Bloom : - todos os mortais, chegada a hora, são banais.


Money …Money…os homens são feitos de carne e osso. Ou quase….


                                   Canto II

Os poetas são uns distraídos: - pensa Bloom. Contam Infâncias ,Pátrias ,Liberdades.No essencial da língua. Como poderiam eles lembrarem-se do cheque? Os números não batem certo com melancolias necessárias para o poema. Cheque é numero…poema é sonho.

Erótico é no corpo da amada nunca encontrar uma saída, só entrada.

Na memória é o contrário. Esquecem – se as entradas e só se conhecem as más saídas.

Os poetas são fingidores, pensa Bloom. Camões também escreveu os Lusíadas para publicidade (encomendada) de um País. E por isso recebeu tença. Sem vergonha. Antes pedindo-a.

E devolveu a tença?


Os poetas, pensa Bloom, podem ser banais, mas não são estúpidos. Camões era ceguinho, mas só de um olho.


Allegro…ma non tropo






                                           Canto III


Já se viram homens a tentar serem inteligentes. Outros só a parecê-lo. Os economistas deste País, não só deviam sê-lo como parecê-lo, pensa Bloom.


Não são nem parecem. Não se ensina quem é sábio. Cá todos são sábios.


Bloom acabara de ouvir aquela economista tagarela do informativo Económico (pago e sustentado por quem?). A rapariga era uma sábia, pensava Bloom .


De repente perguntam-lhe: -como explica que afinal o investimento em Portugal tenha aumentado tanto em 2010,ao contrário do que previam?


Já viram mulheres com ramo de flores na mão esquerda a agarrarem – se ao marido com a direita, para não caírem?


-Pois. Pois …é inexplicável…


Inexplicável é a garganta existente num mudo, pensou Bloom.


E a outra pergunta: -como explica que os portugueses tenham gasto mais em Dezembro que em outro qualquer mês da história?


-Pois…pois: olhe eu tenho duas teorias (afinal não era muda…, pensa Bloom): - ou pensaram no fim do mundo que iria ser Janeiro …e gastaram tudo (sorriu-se como quem apanha uma martelada num dedo) …. Ou as Estatísticas deste País estão erradas.


Pois...pois …, pensa Bloom, então não é verdade que há aves que pousam nas asas dos aviões para se não cansarem? As intenções da ecónoma em ter resposta para tudo, eram louváveis...pois nela havia uma certeza: -falharemos o porto de destino (diz a douta).


Pois.pois…este Pais é um país de iluminados na certeza …(não há buraco para esconder os iluminados, por causa do fogo fátuo, pensa Bloom).


Certeza …certeza, essa teve-a o «iluminado» de Stº Comba, quando mandou:


-Para Angola, já!... e em força! E tudo .chiu...chiu...


Certeza,certa… tinha – a o iluminado de Boliqueime quando ordenou: -venha daí uma mala de acções (falidas), que eu transformo-as em ouro. Não… não era um vago juízo, era uma concreta certeza.Se a laranja estava ,ali ,á mão,porque se fazer rogado? Descasca-a enquanto os famintos loureiros a devoram.


Então pensa Bloom, será este Povo, de novo, capaz de se aproximar de sítios onde o desconforto exige acções raras, mas decisivas (Sócrates dixit)?


Esclareceu-se Bloom. O Povo deste País parece surdo quando se diz avança. Porque aos poderosos interessa é que se obedeça: - RECUA!.


Percebeu então, Bloom, porque os especuladores, estão tão agiotas.

SF –Jan 2011




  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...