(nunca ando de canon a tiracolo.Porque eu gosto é de ver e registar por mim,e não pela máquina.A Costa-Nova provoca-me sempre que chego...)
Cores de vida nenhuma.
A tarde parece tardar
Adormecer.
A luz branda do sol
Esbate-se lentamente até que a lua,
Cheia na sua redondez
Vem espalhar o empalidecer pelo areal.
Os últimos raios de um Sol a esconder-se
Esvaem-se por todo o céu;
Reflexos indefinidos, cores brandas, suaves
Cores de coisa alguma
Cores de vida nenhuma.
Uma leve brisa percorre o meu corpo;
Atento ao sussurro do vento
Vou matando a agonia desta tarde
De um tempo sem sentido
De uma vida cuja chama já não arde.
Tempo perdido de espera
De um amor que ficou de vir
E já não vem. Já é tarde…
Olho a montanha ao longe
Recortada no contraluz a sua verdura:
Na tua ausência acho-a negra
Sombra de uma procura
Que deixei em farrapos do nada.
Se tu viesses…
Pousado no teu regaço apetecido
Vê-la-ia
Com esperança renovada.
Em um tempo logo acordado
Olharia o céu, a água, os montes
A natureza viva e apetecida
Refletida no teu olhar.
A lua vai alta,
Grande na noite morna de angustia
E tu ausente.
E eu (?!) :-presente mas sozinho …
Alheado, tudo para onde olhe
Me parecem olhares escuros
Desta luz empobrecida de fim do dia;
Vejo perfeitamente o que não quero ver
Sem ver o que quero ver
Pareço sonhar sem querer acordar
É preciso que chova
Para me tirar deste tempo entediante
Onde tudo parece morrer,
Tudo me parece inútil, frustrante
Exceto o desejo de te ter perto de mim.
SF ( Junho 2012)
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