quarta-feira, junho 27, 2012


(nunca ando de canon a tiracolo.Porque eu gosto é de ver e registar por mim,e não pela máquina.A Costa-Nova provoca-me sempre que chego...)


Cores de vida nenhuma.







A tarde parece tardar


Adormecer.


A luz branda do sol


Esbate-se lentamente até que a lua,


Cheia na sua redondez


Vem espalhar o empalidecer pelo areal.






Os últimos raios de um Sol a esconder-se


Esvaem-se por todo o céu;


Reflexos indefinidos, cores brandas, suaves


Cores de coisa alguma


Cores de vida nenhuma.






Uma leve brisa percorre o meu corpo;


Atento ao sussurro do vento


Vou matando a agonia desta tarde


De um tempo sem sentido


De uma vida cuja chama já não arde.






Tempo perdido de espera


De um amor que ficou de vir


E já não vem. Já é tarde…


Olho a montanha ao longe


Recortada no contraluz a sua verdura:


Na tua ausência acho-a negra


Sombra de uma procura


Que deixei em farrapos do nada.










Se tu viesses…


Pousado no teu regaço apetecido


Vê-la-ia


Com esperança renovada.


Em um tempo logo acordado


Olharia o céu, a água, os montes


A natureza viva e apetecida


Refletida no teu olhar.






A lua vai alta,


Grande na noite morna de angustia


E tu ausente.


E eu (?!) :-presente mas sozinho …


Alheado, tudo para onde olhe


Me parecem olhares escuros


Desta luz empobrecida de fim do dia;


Vejo perfeitamente o que não quero ver


Sem ver o que quero ver


Pareço sonhar sem querer acordar


É preciso que chova


Para me tirar deste tempo entediante


Onde tudo parece morrer,


Tudo me parece inútil, frustrante


Exceto o desejo de te ter perto de mim.






SF ( Junho 2012)









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