quarta-feira, abril 30, 2008

Assim vamos com o bom português.


Pode um cidadão que gosta de pensar, sobreviver a um tempo em que o que interessa é estar na moda, e por isso levantar o arco e seguir a rusga? …

Levei uma boa parte da tarde a tentar convencer quem me dava pachorrentamente ouvidos, que escrever não é só enunciar um estado de alma, o simples registar de um facto, mas mais do que isso, o importante é exprimi-lo, descrevê-lo, emprestar-lhe a emoção que nos provoca, dar-lhe vida para levar o leitor a partilhar e compreender o efeito que o mesmo teve no momento em que se terá produzido.
Um facto é um facto, que tem registo cronológico.
Mas não chega fazer isso.De modo nenhum ...
Para lá disso o que importa é que cada facto tem uma história. Registar o facto pode simplesmente fazer-se por uma fotografia. Mas a sua história, uma!... não chegaria para a contar; para contar toda a história, esta teria de ser transmitida por muitas (muitas!) fotografias. Por filme, por exemplo. Diferentes pois os métodos para contar a história de um facto sucedido. No filme o actor exprime as emoções que perpassam ao longo da história. No livro terá de ser o autor a transmitir essas emoções, justificando-as.

Convencer um adulto é obra. Hoje as pessoas não gostam de ouvir,.Sim! …mas. Gostam só de ouvir o circunstancial.Comigo não contem para esse peditório.

Ora estava nisto, até um pouco cansado da longa arenga, quando chegado a casa o neto Miguel me vem com «As Histórias da Terra e do Mar», de Sophia Mello Breyner.Estava o rapaz preocupado em que lhe explicasse os gatafunhos que a professora inscrevera na análise do texto.

Então lá vinha o espaço geográfico da obra, a prolepse, a analepse, a comparação e enumeração, a dupla adjectivação, a antítese, a sensação activa, a sensação auditiva, a hiperbola, a cenematopeia etc etc.Pobre do puto,sujeito a estas malfeitorias...

Oh my god!.... E logo para o primeiro livro que se lê a sério, para lá do tio Patinhas!...

E ainda vamos aí? Afinal a razão porque só em adulto, li os «Lusíadas», posto perante a divisão de orações com que nos chateavam a mona -isso e mais nada -, mantém-se, ainda, inalterável. Eu julgava que há muito o ensino tinha evoluído. Mas parece que não. Por isso se teme a avaliação…
E assim se assassina um belo livro, sem se explicar a prosa poética da autora.
Acxonselhei o Mike a ir ver o wrestling,onde tudo é a brincar.
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Fome …aí a têm …


Já não foi a primeira vez que, aqui, adverti para os perigos da Globalização. A tragédia que se avizinha da carência, e por isso do consequente aumento (incontrolável) de preços, dos cereais, não é mais do que uma primeira consequência da referida Globalização: países como a China e a Índia, abandonam produções porque a população abandona os terrenos onde a mesma se fazia, destruídos pelas agressões ambientais, o que faz com que a produção diminua; por outro lado com o aumento – ainda que mínimo – dos rendimentos, há uma maior procura, na ânsia lícita de finalmente!,matar a fome.
Os preços sobem.
Enquanto isso, na Europa e nos EUA, fixaram-se níveis de produção e impuseram-se artifícios alfandegários de protecção à entrada de cereais, para proteger a produção interna.

E o espectro de fome a nível do planeta é possível e próximo. O que pode redundar numa tragédia sem limites.

O aumento dos preços dos factores de produção podem contribuir para uma total inversão do que se deveria fazer: produzir mais, muito mais e em força.

Aladino

quarta-feira, abril 16, 2008

SE O ESTEVES É DO P.S.D, ENTÃO EU ESTOU BEM NO PS

….OU EM QUALQUER OUTRO…..



Se fosse eu que chamasse «ESTAROLA» ao Esteves ,logo uns pateta- alegres, diziam: lá

está o tipo…

Mas não fui eu.Com pena de ainda me não ter lembrado, que, de facto, ele é isso mesmo.

No «Público» de hoje, Rui Tavares , chama-lhe, no Editorial !!! «ESTAROLA», com as letras todas.

Antes de ontem, no «Diário de Notícias», pouco faltava para o classificar de Imbecil.

Enfim!...foi como eu previ. Quatro meses foram suficientes para se perceber que o bacoco, só não era um emplastro , aqui no lameiro, habitado por um montão de capados da mente.

Porque o Esteves,

Não fala, circunloqueia; ouve-se a si próprio na praça pública, mas as ideias não vêm .Porque não as tem. Nem uma original; e muito menos uma-UMA!..UMA!!!-- palavra iluminada.

Porque o Esteves, não duvidem ;

É a imagem de um safardão mal educado, é a meta da decadência do espírito culto dos «ílhavos» .

Que ele envergonha há dez anos.

O Esteves, meus…!,

Não é inteligente, nem decente, nem educado. É só um embófia.


Riam-se …riam-se …olhem que está de volta. Quem vos avisa…
Se por acaso alguém Vos perguntar de que terra sois ,nunca digais que sois da terra do Esteves. Digam que são de Freixo de Espada à cinta ou da Medaleja.
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ORA VAI-TE…


Chegou e disse-me :

-Nascemos numa grande terra….

-E o que fizemos por merecê-lo?....
.respondi eu ,enfadado..


Aladino

terça-feira, abril 15, 2008




NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


Não tinha, ainda, prestado muita atenção a este problema que hoje faz parte da agenda cultural. Tive a sorte de uma amiga me ter feito chegar uma publicação, a que dediquei um pouco de tempo.

E penso que com a leitura amansei um pouco os meus temores.

Ora o acordo(?) - cujas razões me parecem óbvias de avaliar-não traz muita complicação: não me preocupa o aumento do alfabeto (K, Y, W), nem a sistematização da utilização da minúscula (eu já tinha essa tendência). Também não me mete complicação a consoante muda. Percebe-se quando ela deve ser incluída, ou retirada. A acentuação, também já estava imbuída no hábitos.A hifenização é tão lógica, que tem toda a razão de ser.

Só que …

Pois, o busilis está na questão da coexistência de duplas grafias, que me mete confusão. Porque a questão é a harmonia da escrita: ou faz-se tudo numa norma lusoafricana ou viramos tudo para a norma brasileira.Deixar ao critério é que me parece mal.

Feitas as contas:-se a língua portuguesa ganha estatuto, e força, se utilizada de um modo uniforme por basileiros, palop’s e portugueses, pois bem: que seja. Se desde a República não tinha havido mudanças, então é tempo suficiente para se aceitar uma ligeira mudança. Afinal mais simples que a do PH da pharmácia.

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A CÂMARA DE ÍLHAVO DEVE MAIS DE 40 MILHÕES.
É OBRA!

Tenho sido interpelado por causa da minha última explicação sobre este caso. Parece que o Blog foi chamado à baila, no programa da mesa redonda da rádio Terra- Nova, de sábado.

Que ninguém tenha duvidas. A dívida ultrapassa aquele valor. Provo-o, onde e quando se queira. E outras coisas mais… (já agora…).

Pena que há muito se não tivesse feito - já! - o simples exercício de leitura das mesmas.

Um dia tudo será claro como o era a água (da muchacha)

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Os PROFESSORES CHEGARAM A ACORDO COM O MINISTÉRIO.

Como eu previa e desejava(disse-o aqui ,há muito ,que era assim que todo o imbróglio ia terminar)

Vitória de ninguém, e vitória de todos…

Perfeita idiotice falar em derrotados. O que significa, para alguns, o termo negociar? Apenas e só impor as nossas razões? Ou ajustar as mesmas ao realismo do possível.?

E o curioso é que sempre pensei, que apesar da dimensão do protesto, os Sindicatos é que ficaram com a batata quente na mão. E não tinham saída.

Vi agora que a maioria esmagadora dos professores concorda com as bases do acordo (SOL).

Pode ser que daqui a dois ou três anos tenhamos já um tipo de ensino responsável, capaz de responder ao maior desafio do tempo actual: ganhar a batalha da competência, que começa nas escolas.

Lia-se nas entrelinhas do que era dito, fora do político, que todos consideravam a Ministra uma excelente profissional, que sabia o que queria. E que queria mesmo fazer, o que sabia.

Aladino

segunda-feira, abril 07, 2008

Falidos …mas alegretes …

Sucedeu-me, finalmente (!),
ter em mãos, um relatório de contas da Câmara Municipal de Ílhavo (referente a 2007).

Espantoso, como tudo bate certo com o que pensámos e várias vezes denunciámos neste Blog. Espantoso como um parlapatão, utilizando todos os artifícios de como devem ser utilizados os órgãos de comunicação social para fazer crer o que não é, baralha, confunde, atordoa, apregoando falsas verdades, que passam por verdades de lei

E a verdade é só uma: a dívida -o calote! - Evidenciado sem qualquer tipo de acanhamento, escancarado na dimensão dos números que constam no relatório, atinge os 28 Milhões de Euros. Esta dívida excede, já (!), a receita corrente da Câmara.

Mas escondida, surge uma outra dívida. É que para lá da escancaradamente exibida,ficámos também a saberque se venderam também os anéis, e já só restam os dedos: venderam-se créditos a médio prazo para regularizar dívidas a terceiros. Embolsou-se dinheiro, adiantadamente, e quem vier a seguir que vá pedir pelas portas.
É fácil perceber que a divida da Câmara Municipal de Ílhavo, na realidade, nua e crua ultrapassa os QUARENTA MILHÕES DE EUROS. Brutal, só…


E até já serve de gabarolice, o dizer-se que se cumpriu o serviço da divida (relatório de contas de 2007). Era só o que faltava!

O PASSIVO da Câmara Municipal de Ílhavo cresceu SETE vezes, de 2002 a 2008!Já vai em 44 MILHÕES DE EUROS….

E agora? Quarenta e quatro milhões!....

Investiram-se Sessenta Milhões de euros entre 2002 e 2006, em activos corpóreos. Só que se ficaram a dever Quarenta Milhões.


Mas o mais grave é responder,a :- investiram-se em quê?
Em mudanças profundas no sentido de dar resposta às novas realidades sociais com que nos defrontamos? Dinamizámos um processo de mudança de atitude? Fomentámos uma participação empenhada para resolução de causas comuns?

Socialmente o que foi feito? Em solidariedade o que foi gasto? Em apoio aos mais carenciados o que investimos?

Foi um gastar por gastar. Onde as obras não se justificam por serem válidas, mas tão só «porque foram as mais caras …»

Em definitivo, nestes anos comprometemos todo o modelo de desenvolvimento iniciando o nosso processo de decadência. Devíamos fazê-lo com indignação.Ao contrário, fazemo-lo com um encolher dos ombros. Para muitos um bem-estar.

Todos sussurram a podridão do regime local; mas quase todos se dão bem vivendo numa sonolência, no desprezo pela ideia que poderia ajudar a mudar.
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MMI ,ENRIQUECE-SE


No passado sábado, tivemos o gosto de visitar a exposição da Colecção do Cap. Marques da Silva, no Museu.

No Cap. Marques da Silva confluem predicados que o enformam como uma das figuras interessantes dos saberes náuticos; e se o saber já é de elogiar, porque é real e provindo de experiência feita, em Marques da Silva é, ainda, de elogiar o singular mérito posto na transmissão desses saberes, Quer nos livros, onde com uma qualidade muito apreciável e de uma forma profundamente didáctica foi registando -e ensinando – os segredos da arte do velejar nos barcos de então, quer na sua inquestionável habilidade manual, onde umas mãos de ouro servem o rigor de quem pretende reproduzir com absoluta fidedignidade. Respeitando planos e regras, baixando aos pormenores, às minudências, quase parecendo um profissional da maqueta, Marques da Silva assume um permanente exercício de pedagogia aplicada.

O Museu Marítimo consegue, assim, um notável acervo; que integrado no restante, pode ter a projecção que merece.

A exposição contou com um catálogo que a nosso ver pecou apenas pelo desajustado preço, face ao que certamente se pretendia: a divulgação. No resto, perfeito, graficamente muito bem conseguido, anotado com rigor.
O catálogo foi certamente um justo prémio para o Cap. Marques da Silva e para a sua elogiosa atitude. Contudo, julgamos, que tal não deveria inviabilizar a feitura de um mais simples catálogo (?) de divulgação da sua obra, gratuito e de acesso universal a todos os que visitem a exposição, para lá daquele grupo de amigos (e admiradores) que ali compareceram.

Enfim uma boa jornada. De parabéns o Cap. Marques da Silva e, também, o Museu.

ALADINO

quinta-feira, abril 03, 2008

Saudades de mim, menino



Ai barcos, ai barcos

Triste é vosso negror,

Por onde ides navegar?

Que espreitais ?! ...

Pelo olho que levais na proa.

Ai amores, ai amores

Da ria amada,

Ai amores do verde pino…

Ai saudades de mim, menino,

Levai-me no vosso vagar.


Senos da Fonseca
(Março 2008)

            Os nós da vida.... ..  INQUIETUDE... A VIDA COMO ELA É ...  Neste cantinho recomendado que, a natureza prodigalizou, e que a e...