domingo, maio 31, 2020



Fixar o rumo.
Mesmo quando a tempestada ainda não tenha acalmado, de todo.

Como nas trabuzanas no mar,quando estas dão sinais de ligeiras melhorias, e ainda se deita óleo ao mar para a tentar acalmar,é certo o capitão, logo dar ordens ao piloto para escolher o rumo correcto para se atingir porto seguro.Nem sempre o mais próximo...
Na tempestade covidiana, aqui chegados–perfeitamente amarfanhados por uma crise de dimensão nunca esperada– só estaremos à altura de pensar em ter um futuro,ganhando o desafio, se, quando acalmar, tivermos o "navio" (já)todo arrumado e rumo criteriosamente definido.
A boa navegação exige a escolha de um bom rumo para atingir porto seguro.Isto é, a definição de um programa com rumo way points bem selecionados. Nessa escolha pode haver posições diferentes, prieviamente discutidas. Acertada é tempo de passar a acção logo que a tormente permita a navegação segura .
DEpois não há que ir "para a direita" ou para a "esquerda".Há que seguir rigorosamente o rumo traçado.
O lirismo daqueles sonhos utópicos que servem para "impressionar os clientes", mas não servem para caminhar -caminhando, deverão ser anotados .Mas de momento arquivados,porque não aplicáveis a situações como aquela de onde queremos sair.
Aprovado o plano global, fixadas as suas diversas vertentes, a chicana política sobre o cumprimento do mesmo deve acabar de imediato. Não a crítica ao seu desenvolvimento.
SF

quinta-feira, maio 28, 2020

OS GLORIOSOS ANOS DAS SCHOONERS BACALHOEIRAS




                                   SENOS DA FONSECA




                      OS GLORIOSOS ANOS DAS SCHOONERS
                                                            

                           BACALHOEIRAS











                                                                   2020











Resumo da história das pescarias na Nova Inglaterra (Gloucester e...)

Quando estamos no aprofundamento dos conhecimentos sobre a matéria que desejamos abordar, temos por vezes, de consultar e obter uma ideia, tão precisa quanto possível,de factos semelhantes vertidos na história por comunidades, ainda que exteriores, envolvidas de um modo semelhante ,no mesmo tipo de actividade. As comparações são muito úteis para melhor compreendermos o que foi comum ou diferente, nos actos  praticados. Exemplo disso: não se pode fazer uma abordagem correcta à pesca do bacalhau praticada pelos portugueses, sem um conhecimento tão profundo quanto possível da história francesa nessa mesma actividade. Ficaremos, se o não fizermos, com uma explicação truncada das razões porque enveredámos por certos caminhos. Teremos uma visão muita reduzida  e até distorcida ,o que não nos permitiria uma análise correcta das razões de certos procedimentos.  Não se pode escrever sobre as Artes Grandes,sem estudar as ligações e origens destas artes, e analisar o percurso da Xávega mediterrânica (espanhola ou árabe) . Se o não fizermos confundiremos  irremediavelmente , Artes Grandes com Xávega, distorcendo a história e não explicando o essencial da sua diferença.


Ora aquando da elaboração do livro “Os Últimos Terranovas portugueses”,tivemos de aprofundar uma matéria  para perceber melhor  o conceito do desenho que esteve na base da construção dos navios “Creoula”,”Santa Maria Manuela “ e “Argus”.Isso levou-nos a estudar pormenores do nascimento da “schooner’s” e do seu conceito estrutural. Consequentemente, enveredar pela leitura atenta da  história das pescas  praticadas na Nova Inglaterra (Gloucester) e Nova Escócia. Na altura, como habitualmente, retirámos o que nos interessava, deixando  em documentos, matéria para, se um dia houvesse tempo, a ela voltar de novo.
Por razões várias tive de ir(recentemente) de consultar essa documentação. E havendo tempo, julgando-a interessante decidi fazer aqui uma resenha, interrompendo outros trabalhos que poderão esperar (e maturar).Não há (que eu conheça) nenhum trabalho idêntico, à disposição dos muitos interessados por esta matéria. Pode assim ter as suas virtualidades. A finalidade é pois, a de motivar os interessados na matéria, levando-os à consulta no sentido  de aprofundar os conhecimentos.


    




1-    As pescarias  no nordeste da Nova Inglaterra ( Gloucester)

Gloucester é o porto marinho mais antigo dos EUA. Foi na história das pescas, nos tempos áureos dos elegantes e rápidos veleiros, um dos mais movimentados   portos mundiais. O porto nos tempos áureos da pesca nos Bancos,fervilhava. Repleto  de todo o tipo de embarcações: veleiros de médio e grande porte, pequenas embarcações costeiras para a pesca no litoral, ou  até para diversão, ponto de chegada e de partida das embarcações empregues no transporte marítimo de mercadorias.




                                                         Gloucester

Gloucester só teve vida humana em 1623, quando uma embarcação de pesca inglesa (que incluía tripulantes espanhóis), ali aportou no final da campanha e se instalou  naquelas paragens ainda desertas de vida, para trabalhar  o bacalhau pescado, embarricando-o, maturado em sal. Nos anos seguintes (25 e 26) foram chegando mais colonos provindos das pescas, dando forma e dimensão a um assentamento populacional que rapidamente cresceu, pois as localidades de gentes que trabalhavam nas “farmers” das redondezas, viram novo interesse nesta actividade piscatória, com ganhos bem mais compensadores, ou pelo menos mais promissores. Gloucester estava estrategicamente (bem) situada. Perto dos bancos de pesca (Banco Georges e Grande Banco  etc),inicialmente, usando-os   para a pesca  à deriva (pesca praticada dentro da embarcação, pescadores à borda  com linha munida de anzóis, impelindo-lhe um movimento de vai-vem, esperando que a voracidade do bacalhau o levasse a abocar o anzol).Mas Gloucester tinha no mar fronteiro ( golfo do Maine),ali á borda, um excelente fornecedor das mais variedades espécies de pesca, permitindo a actividade  costeira, aos seus naturais em embarcações menos exigentes..
 Mesmo após o abandono dos ingleses, as “fisheries” de Gloucester continuaram, havendo notícia do desenvolvimento dessa actividade  entre 1680/1700. Em 1700 haveria já 650 habitantes no assentamento.

Em 1648 há notícias do início da construção naval para pequenas embarcações costeiras, locais, até que, em 1675, é construído o primeiro Ketch para ir aos bancos,tendo posteriormente surgido a primeira “fischerie” local, pela mão de Jonh Babson.
A maior colónia de estrangeiros era portuguesa, tendo atingido no Séc.XIX, 200 famílias, trabalhando nas 400 embarcações que  já frequentavam, então, o porto de Gloucester (a maior parte estrangeiras),  exercendo diversos cargos, inclusive de capitão e mestre de pesca.
As famílias portuguesas ofereceram, em 1893, a imagem  da  Senhora da Boa Viagem para a igreja de Gloucester.



                                                                               Senhora da Boa Viagem


2-   
O nascimento das “SCHOONERS”

A primeira “schooner” para utilização na pesca, foi construída em 1713 pelo Cap Robinson. O crisma de  “schooner”,conta a história, nasceu do facto de durante o bota abaixo,alguém da assistência ter gritado ”See how she scoons”,ao que o Cap Robison respondeu, baptizando o tipo de navio “ A schonner let her be” . As “schonner’s” eram navios muito elegantes, com uma proporção comp/boca elevada (por isso estreitos ),de dois mastros, sendo o traquete mais baixo. As velas latinas quadrangulares, envergavam em baixo, na retranca. Em cima, na empena ,envergavam na carangueja, sendo a vela do traquete de (substancialmente) menor área.




"schooners"

 Do mastro de vante para o gurupés  podiam envergar (um ou vários) panos triangulares (giba, bujarrona, velacho, etc ).A embarcação, de linhas muito tendidas, muito elegante, comportava-se excelentemente nas orças, obtendo  excelente velocidade nos largos (o que levou à sua utilização para regatas ).



                                               "Creoula"em escala reduzida



 Na sua evolução, mais tarde, foram aparecendo “schooner’s” de três mastros. Podemos, sem erro, classificar o projecto “Creoula”,”Stª Maria Manuela”  e “Argus”, com inspiração nestas  pioneiras embarcações americanas.

         (1904)                                                                                                                        
   
Eram embarcações onde apetecia navegar, mar adentro:

      “ there was no sound except the slash of the sinkers overside, the flapping of the
         cod,and the whack of muckles as the men stunned them. It was wonderful fishing.
   
          Rudyard Kipling .





                                                "schooner” de início Séc .XX



                                         Modelo de “schooner” no Cape Anna Museum


As linhas das“schooners” tinha o seu ponto fraco : o  mastro do traquete ficava “calçado” no ponto de união da roda proa com a quilha (que seguia praticamente sem inclinação até ao cadaste). Este era o ponto fraco da embarcação, tendo-se verificado muitos acidentes de perdas de embarcações, consequência de pouca resistência desta união. Em 1741 haveria já 70 destas embarcações que iam pescar aos Bancos de Newfoundland. Pesca feita à deriva, de dentro da embarcação, à borda, pescadores acompanhados de um garfeiro e de um escalador que, entre outras funções ,retirava a língua  que iria  servir, ao fim do dia, para se saber quantos bacalhaus cada um   tinha pescado.


                                                              " fisherie"

Até 1766, data da guerra da revolução americana, o desenvolvimento das “fisheries” de seca e tratamento do bacalhau, desenvolvem-se rapidamente, exportando o peixe para a Europa (Lisboa, Cádis, e Índias Ocidentais). O número de embarcações atinge o número de 80.
 De 1776 e até 1782  as actividades da pesca foram, naturalmente, interrompidas, por razões da guerra que, naquela zona, foi de uma intensidade brutal.







                                                              "larga!"


3-    O surgimento do  DÓRI






As pescas  durante o período de guerra americano, confinaram-se às  águas costeiras, o que originou o desenvolvimento de construção de pequenas embarcações.

Em 1793  Simon Lowel ,nos seus estaleiros Lowells Boat,





concebe então  uma embarcação que viria   a tornar-se o universal, utensílio essencial,um dos maiores passos dados no historial das pesca nos Bancos: o Dóri. Muito embora pensado para uma utilização nas águas costeiras, logo esta notável e prodigiosa embarcação a remos, foi adoptada pelo Cap. francês, Sabot. Tendo desenvolvido a linha elástica de fundear logo em seguida adoptou os dóris, que assim vieram substituir as pesadas chalupas de seis tripulantes, sempre muito difíceis e perigosas de colocar no mar.O navio passou a estar fundeado ,servindo de referência aos pescadores para o afastamento e volta feita em muito melhor segurança. O dóri foi mais tarde utilizado pelos portugueses, ingleses e também pelas “schooners” da nova Inglaterra e Nova Escócia.

                                                        O Dóri (3D)














 Em 1812 os ingleses atacam o porto de Gloucester e afundam a maioria das embarcações nele fundeadas, aprisionando as de maior interesse.







4-     O  aparecimento do “CHEBACCO”(final séc.XVIII)


 A pesca da  sarda e cavala, surge como uma actividade de grande interesse dados







 os meios disponíveis (pequenas embarcações),e por ser praticada nas águas da costa da Nova Inglaterra. É para tal utilizada uma típica embarcação que ficou conhecida por “chebacco” (concebida e construída em  Chebacco Lake, Essex, em 1790),permitindo uma tripulação de três/seis homens  com as artes tipo pelágico.



"chebaco"


 5-Interregno da  pesca nos Bancos (1800-1900)

Depois da guerra, a actividade das pescas defrontou-se com um outro problema: constatou-se que o transporte de mercadorias  e o comércio externo eram mais rentáveis que o exercício de  ir pescar aos Bancos. Em 1804 haveria só oito embarcações do largo (Bancos).Em 1820 poder-se à considerar como extinta (?) esta actividade de pesca longínqua, enquanto a pesca no  águas  costeiras(inshore) conhecia um surto de grande desenvolvimento. Na pesca costeira existiriam 200 “chebaccos” empregando 600 homens, pescando bacalhau, paloco, e outras espécies pelágicas



Em 1820 a pesca ao “mackerel” (sarda) tornou-se muito mais activa com o aparecimento de embarcações de maior tonelagem (jiggers) tendo atingido o número impressionante de 69.759 barris de peixe salgado em 1830.



Na pesca no golfo de maine era importante porque significativa a pesca da lagosta.


6-O regresso aos Bancos

Em 1902  surge a primeira “schooner” motorizada


                          
                                                                

                                          “schooner “ motorizada

As virtualidades deste tipo de embarcação, permitiram  um melhor desempenho feito em  muito maior segurança. A opção (vela para a travessia aos Bancos e motorização para mudança de pesqueiro) proporcionou  uma melhor rendibilidade nas capturas .Desse modo as pescas nos Bancos pareceu sofrer novo incremento.


   7  - A mudança radical da pesca para águas territoriais


O desenvolvimento da pesca nos Bancos sofre profundas alterações com o aparecimento dos “draggers” pequenos arrastões de dimensões semelhantes aos nossos arrastões costeiros.




                                                                “ draggers”
                                                    

8-A pesca ao “haddock” 1920-1930

        With the development of the haddock fillet, beginning about 1921  
             or 1922, this product has become more and more popular, and
            the haddock has been exploited so rapidly that its production
            more than doubled in three or four years... It became apparent
            that this exploitation of haddock could not increase indefinitely.
            Indeed we are already approaching the limit of this fish. What,
             then, is to follow?"

              Harden F. Taylor
                                 Fishing Gazett-1931


De facto as preferências das populações do interior irão exigir uma mudança drástica na direcção das capturas: o “haddock” (arinca),um peixe semelhante ao bacalhau mas

                                                            “haddock



mais branco e que exige conservação no fresco do gelo(e não salgado),excelente em filetes, fez desviar a atenção da frota para este  espécie largamente existente nas águas próximas e que teve indiscutível preferência do consumidor(interno e externo). As fisheries deixam por isso a salga e a secagem do bacalhau, ao sol, e dedicaram-se ao “frio”, para congelamento e armazenamento e preparação, pois o “haddock era fornecido em filete.



As capturas atingiram tal valor que o stock rapidamente foi abaixo, o que veio ocasionar uma nova e  forte crise. O banco Georges,banco arenoso muito perto da costa  onde se pescava  preferencialmente o “haddoc”,  e que em  1960,  tinha permitido  capturas de 50.000 ton ,em 1993 estava exausto, tendo produzido apenas 880 Ton.                       
No Golfo do Maine a pesca do haddock é considerada extinta.                                                      
As pescas de bacalhau descem 80%.                                      

         

  It is only in the last few years when the fishing fleet has suffered        
  from a marked scarcity of haddock that the folly of (the) belief in the    t
 inexhaustibility of nature has become potent.

             William Herrington

                    Transactions of the American Fisheries Society,1932

As pescas descontroladas, na quantidade e tamanho das espécies, levaram a um abaixamento dos stocks. Isso aconteceu apesar dos avisos que os biologista vinham fazendo há muito. Valeu no   período da grande guerra, de capturas muito baixas por  mobilização das embarcações para o desempenho de determinadas e específicas tarefas  que se vinha   juntar à situação de esgotamento de stocks,  a necessidade de fornecer proteínas aos soldados.Tal necessidade  conduziu  a um aumento da procura. Dada a escassez, verificou-se  uma  inflação nos preços que contrabalançou, um pouco, a situação de menor esforço de pesca.

       
9-Lei Magnusson Act  1960-1976

             "...try to imagine a mobile and completely self-contained timber- cutting machine that could smash through the roughest trails of the forest, cut down trees, mill them, and deliver consumer-ready lumber in half the time of normal logging and milling operations. This was exactly what factory trawlers did -- this was exactly their effect on fish -- in the forests of the deep. It could not long go unnoticed".
                 Distant Water
William Warner

A invasão das águas  por embarcações estrangeiras levaram a continuadas, e cada vez mais intensas reclamações, às entidades estatais. Em 1966 o Congresso aumenta o limite das águas territoriais passando das três milhas para as 12 milhas, publicando a Lei 89-658.. Em 1976 é lançado o Magnuson  Act ,que fixa em 200 milhas as águas da zona exclusiva americana(Lei 94-265). Pretendia-se assim limitar aos estrangeiros ,capturas nas águas territoriais. Contudo, a aplicação deste acto de regulação não teve os resultados pretendidos, porquanto  o seu funcionamento e decisão, estavam dominados por  fishermen e ou por  representantes das fishing industrie members,que apenas decidiam em função do curto prazo, imediato, em vez de actuarem no interesse de permitir a renovação de stocks. Isto apesar de se limitarem os dias de pesca de 139, em 1996, para 89 em 1997 ,bem como a  limitação  da captura de peixe com medidas inferiores a uma dimensão legalmente estabelecida.Com o desaparecimento de estrangeiros(navios e fisheries) o governo lança um extenso programa de empréstimos a baixa taxas de interesse, no sentido de permitir aos locais construírem novas unidades. Rapidamente o número destas passa de 825 a 1423, sendo as embarcações construídas, cada vez de maior dimensão...Em vez de se pensar em diminuir o esforço de pesca, este foi, bem ao contrário, aumentado.
Os stocks foram assim postos em causa. As quantidades de peixe pescado, insuficiente para manter rentável  a estrutura excessiva,  absolutamente  desajustada, levou a uma cada vez menor rendibilidade, conduzindo  ao sucessivo fecho de unidades industriais  em terra, e à amarração de muitas embarcações.

 As actividades piscatórias de Gloucester e outros locais da costa leste de Massachussets foram definhando, obrigando a mudanças estruturais para   sobrevivência da população, criando novas oportunidades, em alternativa à actividade rainha dos quatro séculos anteriores. Sem apoios governamentais, Gloucester e centenas de muitas outras vilas piscatórias da costa, desapareceriam

             
If John Cabot were alive today, he would not recognize Georges Bank. Instead of a sea swarming with majestic cod, he would find dogfish. Instead of flounder, he would find skates. Instead of a fishermen's dream, he would find a nightmare".
Congressman Gerry Studds 1991


   10-História trágico marítima

A história de pescadores desaparecidos nas actividades da pesca,e m Gloucester,atinge dimensões verdadeiramente assombrosos, se a quisermos comparar com outras ( incluida a  portuguesa).
Em Gloucester existe um memorial em pedra com os nomes de todos os tripulantes desaparecidos (alguns portugueses, como se pode ler) no canto do mesmo ,abaixo reproduzido. 
 Em cada  ano registam-se os nomes dos desaparecidos: por exemplo, em 1900 -54,em 1904-22, 1907-33, 1923 -24, 1925 -27 etc .etc. Só no ano de 1879 perderam-se 29 navios e   249  pescadores neles embarcados. Foi,sem duvida o ano mais trágico da história de Gloucester. Curiosamente,1928 é um dos poucos em que não se verificou perda alguma. No total o monumento recorda  mais de 1.500 tripulantes desaparecidos nos mares do Norte.





Entre os casos mais assinalados, o conhecido desaparecimento do “Andrea Gail”(1991), acontecimento largamente conhecido pelo sua divulgação em  livro(e pelo filme, embora com distorções evidentes) sob o título  -The Perfect Storm- ,tragédia em que se perderam os seus quatro tripulantes.




Um dos casos de maior relevo no historial de Gloucester, está o caso do pescador  Howard Blackburn ,da schooner L.Fears. Em 1859, perdido num dóri, andou cinco dias com o camarada ajudante procurando o seu navio. Não o conseguindo encontrar dirigiu-se para terra. O camarada não suportou o frio e acabou por morrer. Howard trouxe o seu corpo para terra dando-lhe sepultura. Consegue chegar a um rio,onde uma família de nativos o recolhem. Cortam-lhe os dedos tratando-o com pó extraído  das conchas e óleo de bacalhau. Quando chega a primavera, metem-no num skiff aberto. Nele chega a uma povoação no sudoeste da Terra Nova,Borgeo. Aí encontrará uma embarcação que o trouxe a Gloucester, onde era considerado já, desaparecido no mar. Blackburn tornou-se um grande velejador solitário,tendo estado no seu pequeno veleiro  “Great Western” em Lisboa, em 1901.É considerado um herói nacional


                                                1-"Great Western".    2- Howard Blackburn              



       11- As schoonners  em regata

A velocidade alcançada por estas embarcações, e a beleza das suas linhas, levaram, em  1920, a surgir  um desafio colocado pela schooner “Esperanto”,representando Gloucester, aos canadianos para uma regata que tomou o nome de  Internacional Fishermen’s  Race. O desafio foi aceite  pelos canadianos que se fizeram representar em Halifax (local onde decorreu a regata) pela schooner “Delaware”.O prémio era de 5.000 doll. A regata teve como vencedora a schooner “Esperanto”.


                                                     schooner "Esperanto"
                

As schooners continuaram a sua saga de regatas. E a mais famosa foi a schooner “ America” que, em 1851, bateu, em Inglaterra, o barco inglês “Aurora”.



    12–CONCLUSÃO

Durante o Séc.XX houve uma constante evolução de novas técnicas; primeiro vela versus vapor, depois motorização diesel com o aparecimento dos trawlers de grandes dimensões, em arrasto continuado dos Bancos, numa sobrepesca em permanente exaustão dos stocks, levou á necessidade de se tomarem directivas que limitassem o desaparecimento da riqueza marítima.Desde 1900 as mudanças foram continuas e sempre visando capturas do que alguns pensavam serem ilimitadas. Isto apesar dos avisos contrários dos biologistas. Hoje, regulamentadas e vigiados limites exclusivos, limitados a quotas distribuídas segundo critérios por vezes pouco transparentes ,a industria das pescas está num caminho de preservação de históricos recursos que se esperam repostos, para futuro. Há já evidentes provas de aumentos substanciais  da densidade de cardumes. 






Bibliografia


Richy George “ The new England Fisheries” 1894
Raymond Kipling– “Capitain Corageous”- 1897
Raymond Farland – “A History.  of The New England Fisheries”-1911
NOAA –“FISHERIES”
National Geographic– “Gloucester Belesses its Portuguese”
Morris,John –  “About the Sea Gloucester in the Age of the Dorymen”- 1623-1939
Kitty Parsons– “History of Gloucester Massachusset
Kitty Parsons – “Gloucester Balades
Janica Petric –“Bay State Skye
James Connoly– “The Book of Gloucester Fishermen”-1927
James Connoly–  “Stories of the Fishing Fleet”-1930
 Charles Fryer– “A National Fisherie Society”
AT Maritime Gloucester– “Schooner Adventure”











  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...