sexta-feira, agosto 17, 2012


As penas que sinto de mim…



Escurece

Mas eu vejo aquele voo da gaivina

Em dança fandangueira

Voa rente e logo se eleva,

Vadia e graciosamente ligeira

Rasando o farfalho da vaga que persegue

E onde refresca

As «penas» das suas asas.



E eu aqui fico por perto

À espera do momento de te ver.



Enquanto espero e sorvo a poção da maresia

Que me embriaga.

Já a provei…

Sabe-me a pouco

E só tu matarás este desejo louco

Da saudade que quero

Em ti afogar.

Anda !... vem daí

Vem em segredo,

Que eu prometo

Não contar a ninguém

O que vamos celebrar.

Anda !...vamos voar….

Para eu matar em ti


As penas que sinto de mim….

SF (ag 2012)



quarta-feira, agosto 15, 2012

Demasiadamente ...demasiado...

Todos os dias nasce comigo a ambição.Entenda-se : no bom sentido. Nada de materialidade.


Mas espiritual. Tenho uma ansia de me ultrapassar todos os dias. Tem o tamanho exacto da minha imperfeição em tudo o que faço.

Mas ao menos eu fustigo-me com essa imperfeição reconhecida. Sou um bastardo bravo da imperfeição que nasce em mim com o sol que me desperta e adormece todos os dias: –

A sonhar que amanhã encontrarei uma maneira de reduzir essa imperfeição.

OH! Se não fora eu imperfeito!!!!

SF

terça-feira, agosto 14, 2012

Tacanhez ...à solta..

Cada vez (ou à medida que o tempo corre) me dou conta de que, bem dolorosamente, sou o que não queria ser:- dependente e nunca completamente livre.

Uma tragédia que disfarço como posso.

Olho-me (para dentro claro!) e descubro o que poucos se terão dado conta. Talvez mesmo ninguém.Sou delirantemente sensível. Por isso por vezes descubro inesperadamente uma postura de sensibilidade que não veste a minha roupa. A natureza atirou-me com uma dose de farta brutos. E obrigou-me a uma atitude de artificialização dessa mesma sensibilidade. E eu embarquei…

Por isso me dou extremamente mal com a tacanhez.

E vou-a encontrado amiúde. Onde menos esperava…

SF

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...