sexta-feira, janeiro 31, 2020





BLOG: Terralampada.blogspot.com

E por . vezes apetece cuidar da palavra ...e da alma.Vá lá saber-se porquê.

Juntam-se as palavras vindas bem lá do fundo,guardadas em local de todo inacessivel

SF
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Erram
Aqueles que pensam
Que vem sempre o inverno
Depois da primavera.
Solta-se o poema indeciso
Incapaz de resistir a tão guardado
Sorriso.
Deixo …
Deixo sonhar aquilo que vejo
Por detrás de tão transparente
Serenidade,
A olhar, pasmado,
Para tão doce como imensa
Intimidade.
Em Ti não há estações,
Porque o Teu sorriso
Mantém a frescura
E a claridade
Dos riachos na primavera.
SF

quinta-feira, janeiro 16, 2020




Veículos elétricos. Em boa verdade...cautela...  não corra.
 O melhor está para vir.



Na discussão tida ontem na Sociedade de Geografia, versando  o tema veículos elétricos, em que  estiveram diversos especialistas(só na mesa três professores catedráticos, deixei a minha ideia bem formatada, que creio foi aceite, a ponto de imediato, se conversar no final sobre um possível próximo agendamento de uma sessão do Grupo.
Penso que o assunto é interessante atual:
Então é assim:
1-    A verdade sobre a possível solução do veiculo elétrico ,tem sido distorcida por claras razões (comerciais e ou grupos ambientalistas radicais) de fazer passar uma mensagem que não corresponde ` realidade.
2-    As principais limitações (parecendo tornar esta solução uma não solução ) residem na capacidade de armazenar energia suficiente para corresponder a uma autonomia. suficiente(nos automóveis mínimo 300 km).Mas para lá dessa capacidade de guardar e bem gerir a energia acumulada, haverá sempre a questão da rapidez do recarregamento .Isto é do tempo para recarregar as baterias, quando em viagem imprevisível. Verdade é que quanto mais rápida for a recarga(15 a 30 min) muito menor será duração (a vida) da bateria. Imaginem-se as baterias de carregadores necessários para reduzir esperas, nos postos hoje de combustíveis fósseis, se essa solução se tornasse universal(na verdade há vinte anos, pensámos , discutimos e equacionámos, a hipótese de packs que se poderiam trocar. Numa scooter viável, num automóvel ....  quase impossível(a Nissan tenta,hoje, o milagre).
3-    Nos últimos 20 anos pouco ou quase nada se tem avançado, desde o lançamento da primeira scooter eléctrica a  nível mundial – a“Electron”- desenvolvida e testada  Portugal, no projecto que então codirigi..

4-    Verdade que então conseguimos baterias (de gel, produzidas na Alemanha que aumentaram 20% o capacidade).(Precisávamos de uma autonomia segura de 50km,e só conseguíamos 35/max40km)
5-     Na volta ao mundo para encontrar novas soluções,  então dada, foi então que, nos Estados Unidos, nas reuniões com a Universidade S. Francisco,fui levado à BELL onde me foi falado e mostrado o esquema de baterias de iões de lítio,em que cátodo e ânodo ,separados pelo electrólito condutor seriam (?) fabricados em rolo, tipos filme.Eram as futuras packs de bateria de lítio, então ainda em estudo.
                                                     

6-    Hoje essas baterias estão no mercado. Resolvem um ganho enorme no volume necessário, mas não resolvem (nem parecem vir a resolver)a questão de capacidade suficiente ,útil .Obrigando a recarga assiduamente.
7-    Ao contrário do que alarido, os veículos unicamente equipados com baterias têm autonomia baixas( na realidade só 50/60 km) e mesmo assim essa autonomia baixando radicalmente  quando  negativamente influenciada por diversos factos: temperatura exterior, condução etc.(assim dependem do tipo de utilização e até por exemplo se o proprietário tem garagem onde carregar á noite,ou....)
8-    O veículos híbridos nada resolvem, e não serão nunca solução. Mas atenção :poderão sê-lo no caso por exemplo de grandes navios. Obrigados a entrar nos portos movidos a energia eléctrica, sendo  as baterias carregáveis em mar alto ,pelo motores principais.A poluição era feita em alto mar.
9-    Resta então o que ê? A resposta está nos estiradores dos engenheiros. Depois de nos capacitarmos da não solução das baterias , depois de assistirmos que a esperança do lítio  é assunto mais que duvidoso(nos veículos eléctricos ,não em todos os restantes equipamentos: telemóveis, computadores, electro domésticos)a pilha de oxigénio /hidrogénio será,  estamos em crê-lo, a solução. A dificuldade está apenas em dominar a utilização do hidrogénio de um modo seguro.
10- Então o que parece desenhar-se? Não utilizar o hidrogénio armazenado em tanques(como nos foguetões ,por exemplo) mas iões de hidrogénio em placas metálicas.(como o caso do lítio).Sei que a BMW já corre com a solução. Há duas semanas houve um acidente num posto de recarga. Só que o acidente não esteve na utilização, mas no armazenamento, no posto. Parece que tudo está a postos para recomeçar asa experiências.
11- Outra questão: não é minimamente verdade que o uso de veículos com baterias energéticas seja uma utilização verde, pura. Basta pensar no trabalho nas pedreiras a retirar o lítio dos granitos, no tratamento, decantação, calcinação, etc. etc....e depois no fim de vida. Uma bateria poderá durar 5 anos se....Depois desse período o que fazer com ela ? Como retirar o bom, e deitar fora o mau? E onde colocar este?
12- Mais verde ? ...sim...mas não zero. Bem ao contrario das pilhas O-H.

1ªNota. Esteve presente um representante (?) da “Tesla”.Sem duvida apresentou muitas vantagens nesta solução mais evoluída. Mas, com sérios e muito idênticos problemas. Apenas minimizados. Aliás as vendas de veículos elétricos se aumentou até 2016,dai para a frente vêm caindo sistematicamente. Resposta categórica do mercado).
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domingo, janeiro 12, 2020





 Hoje,já se fala da anexação do Concelho de Ílhavo por Aveiro.a até se celebra a desanexação...Algo que a 1ª Edição do Ensaio Momográfico ,trouxe ao conhecimento público.

       Relembro a história...

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Integração de Ílhavo no Concelho de Aveiro




Em 1865, à profunda crise política viria juntar-se a pior colheita agrícola de sempre. O desemprego e a criminalidade atingem níveis nunca alcançados. O país via nos suicídios individuais que grassavam por todo o lado a aproximação do suicídio colectivo. Os tumultos surgem por toda a parte, em particular pela região de Aveiro, com o povo a indignar-se contra o imposto de consumo, entretanto criado. Tentado um plano de emergência e de estabilidade, não se vislumbraram, contudo, quaisquer consequências positivas. Importadas do exterior vão chegando as críticas demolidoras do liberalismo. Oliveira Martins é um dos arautos da transmissão desse estado de espírito, acusando os políticos, o parlamentarismo e os partidos, de serem a causa de todos os males. A política, afirmava-se, quando reduzida a uma mera competição partidária e parlamentar, era um estorvo, sendo por isso preciso, inadiável – apregoava-se nos últimos anos do século – engrandecer a realeza para a transformar no poderoso agente da civilização, necessário para defrontar os novos desafios. Era assim justificada a necessidade de um novo governo que, apoiado na autoridade real e sustentado pela apoio e pela adesão das camadas populares, fosse capaz de pôr de lado as práticas conciliatórias, empreendendo reformas vigorosas, muscula- das, que permitissem ir de encontro aos interesses instalados.


Desta situação irá surgir, de novo integrado num governo rege- nerador, João Franco, que assumirá papel determinante na função legislativa, ainda que levada a cabo com o parlamento encerrado o que pré-configurou a prática de uma ditadura, desculpabilizada com o facto de ser provisória e condicional.


João Franco vai assim proceder a uma profunda reforma administrativa com que pretendeu acabar com os influentes e com o interesse dos campanários, na qual, para lá das mudanças no ensino, reformulou o exército, estabeleceu quotas de representação no parlamento e introduziu profundas mudanças constitucionais. Assim classificou os concelhos por ordem (primeira, se- gunda e de terceira categoria), fixando que os pequenos concelhos sem capacidade para satisfazer as necessidades básicas deverão ser agregados aos maiores. É nesta mudança, neste novo panorama administrativo, que se irá decretar a inclusão do Concelho de Ílhavo no de Aveiro.


Para a esquerda progressista, os concelhos deviam ser comunidades independentes. Para Franco, positivista, o que contava eram os factos históricos: os municípios e paróquias só faziam sentido conforme tivessem, ou não, recursos para prestar serviços de modo a poderem cumprir uma função social. Por isso, na sua ideia, haveria que acabar com os municípios inviáveis, integrando-os nos grandes municípios.





JOÃO FRANCO 

Mas o que a reforma administrativa – que centralizou o país em trinta e três círculos eleitorais – visaria seria, acima de tudo e fundamentalmente, controlar o voto, no sentido de que a votação dos grandes centros urbanos não fosse pulverizada pelos voto rural (normalmente reaccionário, clerical).

O Decreto de 28 de Março, revogando a Lei Eleitoral, vai permitir

que a área dos círculos eleitorais coincida com os distritos administrativos, com o que se pretendeu conceder representatividade às forças minoritárias. Para conseguir esse desiderato, alguns pequenos concelhos são anexados aos concelhos mais representativos da área.

O Decreto de 21 de Novembro de 1895 vai nesse sentido fixando a anexação do Concelho de Ílhavo por Aveiro. Em acta da Câmara Municipal de Ílhavo dessa data472 dá-se por extinto o concelho, de que era na altura presidente Augusto Oliveira Pinto e vereadores João César Ferreira, Henrique Cardoso Figueira e José Maria da Silva Valente, nomeando-se para administrador na nova orgânica, o Dr. Mário Duarte (conhecida figura do desporto aveirense, que contava em Ílhavo com grandes amizades).

Naturalmente, e apesar disso, o facto não foi bem aceite na terra, tendo-se formado uma Comissão para a Restauração do Concelho, cujos ecos se fizeram ouvir em toda a imprensa da região e chegaram ao parlamento.

A integração iria durar pouco tempo e não teria nenhuns efeitos perduráveis. A situação económica e financeira do país piorava e era já previsível a queda do governo de Hintze Ribeiro e João Franco. A Lei Eleitoral já em 1896 fora corrigida; Franco reconheceria que a sorte dos Governos dependia da prosperidade do País. O próprio Luís de Magalhães, ilustre aveirense, seu amigo, ter-lhe-ia afirmado: tenho graves dúvidas sobre o êxito da sua politica.
Portugal definhava e o rei D. Carlos concluiu que aquele governo já não tinha qualquer préstimo, nem para o rei, nem para o país.
O governo cairá a 6 de Fevereiro de 1897. Era o fim de quatro anos de governo regenerador e o regresso do Partido Progressista com José Luciano de Castro.



           D .CARLOS

Por Decreto de 15 de Janeiro de 1898, o concelho de Ílhavo será novamente reformulado e recupera a sua autonomia administrativa. Forma-se nova câmara; a primeira acta pós este período de anexação
data de 28 de Janeiro de 1898, sendo o cargo de residente ocupado por Ferreira Pinto Basto (documento 61).

Nessa data, o ilhavense José Barreto ,dedicou ao acontecimento um soneto que, por curiosidade, aqui se reproduz:



“Assente sobre um vasto e fértil plano, 
Em ruas amorosamente repartida
De estradas, largos, praças, guarnecida, 
 Com mui saudável clima em todo o ano




Perfumada pela brisa do Oceano 
Por aldeias Formosas envolvida
 Mãe de nautas valentes, cuja vida
É um poema d’ingente esforço humano



Marítima, piscosa, industrial, 
Formosa, alegre, activa e ilustrada 
De importante labor comercial,


Este é d’Ílhavo a terra abençoada 
Hoje enfim, do concelho a capital 
Esta é a ditosa pátria minha amada”



SENOS DA FONSECA




  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...