sexta-feira, setembro 27, 2013


 

 

Pediram-no?

Pois  ele aí está: – o Inverno  do meu descontentamento (embora na comodidade da lareira, às vezes não o seja).
Dia pardacento, ria encrespada, irritada, vento barulhento  vindo lá de baixo, vento frio, mais parecendo-me um vento escuro a que nos apetece fechar a porta, e dizer : vai-te, arrenegado!

                     

Sentado em frente da ria, vivo momentos de tristeza introvertida, minha, só minha, que não quereria transmitir aos outros. Felizmente (?) estou só…
Esta quase sonolência, oprime. E por vezes acode-me a ideia da estupidez que é esta vida. Dificilmente se consegue extrair um sentido profundamente justificativo para a mesma.
Mas a questão é que eu, e quase todos aqueles que conheço, contamos os invernos  a ver se ainda cresce mais algum.
Amamos a vida mesmo que ela nos não ame. É estúpido…. mas é assim.
 
SF   

quarta-feira, setembro 25, 2013


 
Somos ou não um país ocupado?
 
 
Somos!. Ocupação muito pior que as mordomias,roubos e  dislates praticados pelo sargento Junot (ao menos este roubou a quem o tinha, mal ganho)

 Somos -não duvidem! -um País que perdeu a liberdade governativa.
Quem duvida, ao ver um inapto a ser Primeiro-ministro, e a  continuar a sê-lo mesmo das calinadas praticadas onde não existe ponta de vergonha. Ou pudor!!!
Claramente: hoje somos um protectorado.
cabemos, pois,  com a farsa, que só veste aos cobardes. Estamos com um pé em cima da nossa garganta. Haverá um 2ºresgate e depois um terceiro….e....

 Perdermos a liberdade de nos governar segundo as nossas ideias, segundo as nossas opiniões.
 Dão-nos dinheiro para o racionamento. Ora eu lembro-me de ir muitas vezes para a bicha, em 45,para ir buscar o açúcar e o azeite, lá para casa. E jurei que nunca mais me veriam numa bicha. Toda a gente que me conhece sabe que não suporto estar numa bicha. Nunca mais provei o açúcar… Uma bicha para mim são dois.....

Então, perdida a liberdade, não entendo como é que estes super– economistas, tipo bruxos da Pedriscosa, pagos principescamente (BCE,FMI,EU etc. etc.) para funcionarem como lobbies na TV, ainda não chegaram ao momento de, abertamente, dizerem com sapiência que até parece deles: vamos ter que mudar a Constituição, à cautela, ou no próximo mês não há pilim  .(lá chegaremos, olhos nos olhos)
Mudada a dita, é chegado o tempo para «a vilanagem se governar á farta!». Eles andaram a doutorar-se na matéria, num processo de que um dia saberemos os contornos).

E depois, os de sempre, vão ter de trabalhar por uma côdea…
Uma côdea?!…Vá lá….vá lá !!!. E não se queixem, se querem ser competitivos. (Devo aqui declarar: o trabalhador português é ,enquadrado,o mais genial , produtivo-e competitivo -trabalhador da Europa. As élites que os comandavam ,é que eram-hoje houve uma clara melhoria - uma MERDA .Provo-o á saciedade. Poucos, muito poucos, o experimentaram como eu).
Somos, neste momento, um País de cobardolas. Ainda virá o tempo em que verei muitos «revolucionários» a votar a nova Constituição.

SF – Set 2013

 

 

segunda-feira, setembro 23, 2013



Votar para quê?       


É vulgar ouvir dizer que esta capacidade de «pensar» foi o maior bem que Deus nos deu, quando botou o homem à Terra.

Eu  cá  por mim, não sei ?!….Tenho duvidas .Talvez fosse escusado, e o mundo seria bem melhor. Às vezes penso que a minha cadela, a «China», é muito mais feliz, porque não tem que pensar. Quando muito exprime-se pelo ladrar. Não por pensar, mas porque algo saiu do sítio (ou do horário) onde sempre esteve.

É verdade que muitos que por aí andam não pensam ( se houvesse duvidas, basta olhar para os cartazes que pululam por aí a mostrar uns putativos candidatos a sherif de qualquer coisa, sempre a rirem-se. Não sei de que se riem(?!)… nem  porque se riem(?!).Só sei que aqueles  tipos, vindos de uma qualquer  gelfeira juventude, de um qualquer alinhamento abecedário partidário ) não foram feitos para pensar. Empurrados pelo sistema, aí chegaram aos cartazes tipo  WANT's.

E depois o Povo !... que também não pensa. Não pensa, e ainda por cima não parece saber escolher quem o faça por si. Isto é trágico: nem pensa…. nem escolhe quem por ele pense.

 Se nos putativos candidatos não há nenhum que sirva, não se vote em ninguém. Porque o do lado, ainda é pior que mau.
 Pensar é claramente separar e escolher. Ora pensar nesta complexidade que é a vida  comunitária, e dar um voto a um calhau daqueles, é um perigo. Felizes, pois, os que não têm o hábito de pensar.
 Quem não pensa, não se suicida. Ora aqui está algo de positivo, no não pensar. Porque quem não pensa nem sequer age. Deixa correr….
Mas......

Queiramos ou não, a democracia esvaiu-se na sua própria essência: – os Partidos. Todos! já não suporto o nonsense de nenhum deles. Eu e certamente, muitos. Há um cansaço nítido (que o votar ainda esconde) uma consciência abstrata que ainda nos parece obrigar a ir ás urnas ,em nome da dita   democrácia. Vamos votar, como em putos íamos à missa ao domingo.

Desta vez nem com um frasco de álcool de litro (para lavar as mãos da porcaria), vou fazer de Pilatos.

SF-Set 2013
NB- pois...pois...chamem-me nomes...

domingo, setembro 22, 2013



Fim de tarde…

leve, ameno, suave e até aqui radioso, ao inicio do lusco fusco.

  Os que não creem e erram –tal e qual como eu –, reconhecendo que erram, porque  errar é humano, continuam a ganhar forças neste fim de dia, para amanhã ,humanos, recomeçarem a carregar, de novo, a sua cruz. Não creem nesta ordem natural de sobreposições de dia e noite, obedecendo a desígnios Divinos. Mas como eu, não deixarão de, espantados, reconhecer que por detrás da natureza visível, existe uma ordem ( um programa a correr…),num servidor imenso ( impensável de dimensionar ou definir em mega-giga-bites). E a partir daí todas as lucubrações são possíveis. Cada um sirva-se da explicação, mais próxima, mais á mão.

O sol vai caindo ali para as bandas do mar. Começa um cinza claro a inundar o horizonte. Traz a melancolia de fim da tarde.

O remanso das águas, soprado por ligeira brisa, encrespa-se de pequenas marolas cintilantes, que contrastam com a pureza virgem das margens deixadas pela maré. O azul –ou melhor – todos os azuis, desmaiam. Sinal para paragem das actividades  humanas sobre as águas. Os peixes têm direito a um pouco de sossego.

Há ainda um silêncio, em que o sol, morno, parece trazer lucidez às coisas em que pensamos.

Tudo em volta tende a perder a exactidão dos seus contornos: barcos, malhadais, casas da outra banda, pinhais, serranias.

Em outros  tempos eram horas dos «malhadinhas» partirem com os seus burricos pelas veredas serranas ,a levar a fresca sardinha, ajoujada nos costados dos rocinantes jericos, para que chegasse, ainda  de sangue na guelra, ao outro dia, lá para o interior das beiras.

Começam a surgir umas nuances sanguíneas. É o sol que ao chegar ao fim da caminhada se incendeia de um fogo vermelhão, que tinge tudo quanto está à sua volta.

 

As pálpebras parecem aceitar, e acomodarem-se ao tom morno do fim da tarde. A pedir repouso, no lusco-fusco do entardecer.

Hora dos crentes dedilharem umas Avé- Marias, agradecidas.

Hora de outros, que não foram bafejados pela peleja divina, agradecerem a si mesmo, o ainda estarem «vivos». Não no sentido de ainda respirarem, mas sim no sentido de ganharem forças para juntar mais carga emotiva à vida.Para que amanhã o dia seja diferente (melhor?) do que hoje.

Com a Troika e Cª cá, isso não será possível. Estes tipos vieram depenar frangos. E depois de nos depenar, põem-nos, na grelha, a tostar.
É bem certo: não se pode comer um bolo sem o perder....não se podem depenar os frangos sem lhes acabar com a raça...

Choca-me ao ver este Povo sem irritação. Ver um Povo infeliz, parecer ser feliz, é terrifico e desolador. Roubar um pão por ter fome, é mais do que moral, é legitimo.   


SF-SET 2013
SF  - SET 2013
 

terça-feira, setembro 17, 2013


É Verão;  ainda há poucos anos estávamos, ainda agora, a pouco mais do meio de devaneio estival.

 

 Há que  retomar o Verão
 
Não sei  explicar a razão. Mas há momentos  em que estando ainda a temperatura amena sinto um frio inexplicável e torturante a percorrer-me. As horas nessa altura perdem o encanto  do tempo que vai lá fora (por vezes bonito e glorioso)e parecem revestir-se de um cinzento pálido ,doentio, amarfanhante. E os momentos que desejamos corram ,parecem parar no tempo.
 
E não raro pareço sentir uma mão que já foi quente, apertar-me como que a dizer: salta para fora disto…..
 
Nesses momentos, parece que o sentido da vida se esvai. Teimo então olhar lá para fora, e nas imagens ainda quentes, encontrar as forças para resistir.
Teimo….teimo….e sei que tenho de ultrapassar isto. Se eu já não sonho com nada ,porque me importo.
Desligo a luz.
Os dói- dói  do sentimento, doíem mais do que os da inteligência.
Porque a verdade é que quando desprezamos a inteligência, todos os males que fazemos,parecem não ter grande importância. Ora manda a verdade dizer, que  a dignidade humana deveria exigir outro tipo de comportamento.
Mas eu ,por mim, já desisti de acreditar nessas coisas bonitas
 
SF

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