A Zeca fazia anos....
Aquela
criança
Sem
mãe…
Ai!
aquela criança.
Aquele
menino
Que
chora…
Ai!
aquele menino.
Aquele
velho
Sem
casa…
Ai!
aquele velhinho.
Aquela
mulher
Que
anda na vida…
Ai!
aquela mulher.
Para quê
A roda-viva, de toda
Uma vida
Dada aos outros
Sem paragem para os teus?
Para quê sonhares demais
Sem perguntares
Se o sonho transcende
A morte?...
Se sem Ti haveria
Para «eles», ainda
Sorte?
Hoje já não se faz
Fazendo…
Hoje faz-se… fazendo
Que se faz.
Não importa
Que cada vez
Sejam mais a precisar…
Já ninguém sonha
Como sonhaste…
Sempre a inventar,
Sempre a negar
A pequenez humana.
A perspectiva,
O sentido
Da fraternidade humana,
Hoje já não existe.
Nem hoje o vivem
Estes acomodados seres.
Já não se vive
Na perturbante inquietação,
Na dor envergonhada
De não ter mais nada
Para dar
Senão o vazio da mão.
A ria vai correndo para
o poente.
Aqui,
Vou-me sentindo
angustiado.
Não há verso, nem fogo
Que me aqueça.
Sinto-me cansado.
Nestes versos que a
saudade consente
Sei que o «mundo» está
pobre,
Sem ti.
SF 2 Dezembro 2016
2 comentários:
Gosto!
É sempre oportuno recordar quem tantas vezes nos acordou! Um abraço
Fernando Martins
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