domingo, abril 25, 2021

E vai mais um. ABRIL … (sempre!)


Diluo-me na corrente da vida

Que vai, passo a passo,

Levando o que resta de mim.

Uma coisa por certa faço:

Vou indo …mas vou de frente.

Nunca virando costas

Ao desafio que é viver.

                       [Assim quero ir até morrer.


Tenho como emblema,

Ninguém o pode negar,

Que fui apodrecendo

Virando cada página sem desalento.

Nunca cantei por ser poeta,

Nunca fui pomba em procura da paz;

Lírico ou cobarde na hora de dizer não… 

                                                         [isso não!



Continuo a sonhar, 

Só que os sonhos me vão,

Dia a dia, fugindo por entre mãos.

Seguro nelas, enfeitiçado

O cravo rubro  que num dia

De amor nosso, inventado,

Colhi de Ti, era já madrugada.


Se eu morresse hoje, amor

A ria continuaria o seu fadário.

As gaivotas viriam livres, esvoaçantes,

Ver o mar enorme, infindo (!)

Morrer na praia ao entardecer. 

E eu deixaria de estar à tua espera,

Aqui, decentemente a apodrecer.

                                 [a mim próprio me iludindo.


SENOS DA FONSECA



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