E vai mais um. ABRIL … (sempre!)
Diluo-me na corrente da vida
Que vai, passo a passo,
Levando o que resta de mim.
Uma coisa por certa faço:
Vou indo …mas vou de frente.
Nunca virando costas
Ao desafio que é viver.
[Assim quero ir até morrer.
Tenho como emblema,
Ninguém o pode negar,
Que fui apodrecendo
Virando cada página sem desalento.
Nunca cantei por ser poeta,
Nunca fui pomba em procura da paz;
Lírico ou cobarde na hora de dizer não…
[isso não!
Continuo a sonhar,
Só que os sonhos me vão,
Dia a dia, fugindo por entre mãos.
Seguro nelas, enfeitiçado
O cravo rubro que num dia
De amor nosso, inventado,
Colhi de Ti, era já madrugada.
Se eu morresse hoje, amor
A ria continuaria o seu fadário.
As gaivotas viriam livres, esvoaçantes,
Ver o mar enorme, infindo (!)
Morrer na praia ao entardecer.
E eu deixaria de estar à tua espera,
Aqui, decentemente a apodrecer.
[a mim próprio me iludindo.
SENOS DA FONSECA
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