quarta-feira, dezembro 01, 2021



Hoje fazias anos… Hoje é dia de falarmos…de Ti.


Por cá tudo igual. Tudo mal.

Por «aí» não sei. Mas não tardarei a sabê-lo.

Hoje, ao lembrarem-me da tua falta, diziam-me à laia de consolo – certamente (!) – da minha sorte (?) de ainda ir ,vivendo:

– Olhe que não, olhe que não… atalhei com doce comiseração: isto de ir vivendo mais um dia, não é bem ter um dia a mais. É a lucidez de ter a consciência de se ter um dia a menos para fazer tanta coisa que se pretendia fazer.

Não sei exactamente, onde, mas li (ou ouvi alguém dizer) que a vida não tinha sentido. Eu sempre,assim, o pensei, duvidando do dito. Para mim o que terá sentido é o calor humano que pomos no fazer das coisas da vida. Nos princípios e ideais que nunca abandonámos, na ética com que a vivemos etc. 

 


 

 

 Por isso,ao preocupares-Te, não em usufrui-la, mas em ultrapassá-la nas suas minudências, deste-lhe o sentido que lhe falta, quando se vive …, por viver.

Hoje, a cada dia que passa, percebemos a dimensão da Tua preocupação em ultrapassar «o consentimento da Tua vida».

Um dia perguntaram-me de onde vinham as minhas «certezas» (?): 

Do olhar para o céu e não me impressionar com a sua lonjura. E olhar aqui para a beira, para quem vai a «meu lado» na vida, e sentir-me tão longe de cada um. Não me impressionam (e cada vez menos) os «deuses grandes». Importam-me, isso sim, «os deuses fracos».  

Por isso Te entendi quando parecia que todos os dias (santos e não santos, para Ti todos eram iguais na angústia), a vida te flagelava de propósito, desafiando-Te. 

Senos da Fonseca


  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...