O CÁLICE AMARGO DO QUOTIDIANO ….
Tempo triste, sem aquecer a alma; capaz de desalentar «um» ainda «quase vivo».
A pasmaceira onde vamos, dia a dia ,exaurindo o tempo que nos resta, continua .Na mesma .Chata. Não se vive. Deambula-se nos dias, por entre as veredas de num verdadeiro cemitério de tristezas . O mundo absurdo em que mergulhámos, desacredita-nos e denuncia-nos.
Desacredita-nos como comunidade de direitos. Denuncia-nos como rebanho resignado sem a mais ténue intenção de disponibilidade para mudar. Não ensaiamos, sequer, um passo para além de um quotidiano sem esperança.
Já nos não seduz, e muito menos, inquieta, a aventura .Já nos não desafiam as lonjuras; e já nem damos que nos tenham calçado o cabresto.
O comodismo, corrói-nos; dantes agarrava-mo –nos ao desespero de querer ser ; hoje agarramo-nos com unhas e dentes, a não querer ser, de maneira nenhuma .
Vencido, mas não convencido, largo uma guerra e preparo-me logo para outra.
Alimento-me desta inquietação. Se for derrotado a meio da subida da montanha é lá que fico : nunca cá baixo a olhar para a montanha, a pensar que a mesma é inacessível. Nem que seja a acalentar a fantasia, quando descorçoo da realidade.
E, entretanto o «furúnculo do iletrismo» cresce …cresce …medonho …qual esfacelo putredínio .Pintada da antiga «pomada preta» que se fazia nas boticas para as pústulas, talvez rebentasse.
Ouvi há pouco que uma Câmara do interior subsidia os medicamentos dos idosos .
Afinal o mundo não é tão mal como imagino.
Aqui, ao contrário, subsidiam –se ..coisas inúteis. Parvas. Espectáculos menores e degradantes.
Socialmente a Câmara é um zero absoluto. Do tamanho do raio da terra !
Para lá da edificação de abortos arquitectónicos,chocantes ,que fariam vestir um crocodilo de vermelho se lhes postos ao caminho ,não lhe sobra uma única ideia do que deveria –e poderia - ser uma Câmara interventora ,dinâmica, útil .Com rosto; e não com esgares imbecis.
Não consigo vislumbrar nada para lá desse interessado conluio com o despesismo tolo ;não vislumbro ideia que o valha ,intenção que a justifique ,preocupação que aglutine .Tudo o que poderia ser acção ,resume-se a prática de mestre de obras do urbano. E mesmo aqui, desastrado na acção e intenção.
O mundo social que estes indivíduos entendem, é um esgoto da sociedade em que afirmam viver .É a construção de um mundo sem folhas, desagasalhado .
Capaz de destruir em cada um de nós, alguma esperança que ainda sobre!
ALADINO
terça-feira, fevereiro 27, 2007
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