terça-feira, junho 26, 2007

CULTURA POR ONDE VAIS ?!...


OS TEMPOS MUDAM ....



Não sei se as pessoas têm notado - em Ílhavo nada se vê ,nada se comenta ,tudo corre numa mansuetude exasperante..- mas, de repente , de há uns meses para cá ,tudo quanto é agente cultural fugiu desta Terra e assentou arraiais em Aveiro .E Aveiro esfrega as mãos com tal dádiva caída do Céu , que parece, vai continuar .E curioso, inteligentemente são solícitos em oferecer apoios ,facilidades ,salas etc.

Refiro-me entre outros à exposição de pintura do Júlio Pires nesse bonito edifício dos Viscondes da Pedricosa ; à magnifica exposição fotográfica de Rui Bela postada num maravilhoso salão cedido para o efeito pela Câmara de Aveiro;à apresentação do curioso livro de Carlos Pelicas sobre « o Sampaio da Torreira» na Galeria Sacramento; dos livros de Valdemar Aveiro apresentados no Porto e em Aveiro. (Aqui a questão é por deveras estranha, porque sendo a matéria ,a politica do regime local, não se esperava ver o Museu a assobiar para o ar e fazer de conta que nada se passa, quando se passa algo relevante .)
Porquê esta debandada ? Seria importante reflectir sobre o cansaço que levou a que esta gente agarrasse nos trapos –valiosos trapos! –e se mudasse para Aveiro .E particularmente curioso é que venha ao de cima - e de imediato ! - a validade e importância das gentes de Ílhavo, como qualificados agentes culturais na região. Afinal ,parece ,que com um bocadinho de esforço ,os «ílhavos» ainda seriam capazes de voltar a ocupar o seu lugar de relevo no panorama cultural da região ,como outrora.

A ideia peregrina de que os mesmos apenas sobreviriam (se) à custa das esmolas do poder ,a ele ficando subordinados ,parece ter passado .E cada um por si procura livremente o seu lugar de afirmação. Eu sempre o previ. Ou melhor, incitei para que tal acontecesse.
E no ultimo blog, voltei a abordar a questão.

Estamos perante a mais clara falência da (nenhuma) politica cultural , de Ribau Esteves, enredado num populismo bacoco, trauliteiro ,pustulento e regateiro .Este homem para lá de «mestre de obras» que servem para «nada» , quase todas inadaptadas no conceito aos fins- de que o exemplo mais frisante era o Museu ,não viesse agora o Mostrengo ocupar o seu lugar de primazia - ,começa a descida da montanha isolado de tudo e de todos .Há dias numa reunião em que estive presente ouvi –eu ouvi!...-da boca de um dos seus companheiros de percurso autárquico :-

- Nunca pensei que aquilo fosse tão mau .Horrendo …

«Aquilo» era, nada mais nada menos, do que o mostrengo, o arrepiante edifício do um dito Centro Cultural .
Há dias .aproveitando a porta aberta entrei no dito .E o «betónico» bunker interior mostra-se ainda mais arrepiante do que quando iniciado ,liberto do tumulo de vidro exterior. Sem espaço ,nem perspectiva para lhe visualizar as formas (disformes),fica a varanda de acesso, pendurada. Como se um bunker quisesse uma varanda e não apenas uma porta de fuga . .Parece um bebedouro para o pássaro.

Agora todos concordam .
Não sei se é verdade ou não .Garantiu-me um comerciante de uma das lojas anexas ,que o próprio Ribau lhes teria dito :

- Todos temos o direito de errar …

Se fosse verdade…tal não chega para o desculpar de tamanha bestialidade despesista .


Aladino

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