segunda-feira, julho 25, 2011


«Ria» adormecida



Desligo-me do mundo real

E volto a sonhar com o deixar-me entrelaçar

Nos teus cabelos.

E em ti pousar. Mergulhar.

Meu corpo sobre o teu, ofegante,

Bate em uníssono de desejo

Não há brisa.Para o momento ser ainda maior.

A brancura falsa do luar toma muitas cores

No suave anoitecer concedido aos amantes.

As casas de risquinhas coloridas

já se cobriram de um cinzento em redor

Basta de demora com as palavras fora de nós;

É chegado o momento de comunhão apetecida.

Porque melhor que o sonho da vida em cenário falso

É mesmo concretizar o sonho quando acordados

Antes que a noite se aposse do nada da minha vida.





Vejo-te chegar : Vens!.

Os teus lábios carnudos oferecem -me

O céu.

Os teus braços correndo ao meu encontro

Trazem-me as tuas mãos, primeiro.

Enlaço-me nelas, percorro o teu peito

Obedecendo ao teu puxar suave.

E em gestos de pressa arrebatadora

Louco, corpo febril em procura ardente

Desnudo-te, puxando a ponta do teu véu,

Para assim poder sorver a tua seiva nascente.



Já não há tempo para nada.

Deixamos de ser os dois para ser um só;

Ouço o teu sussurro, sinto o teu espasmo

E todas as suaves variações do teu corpo

Ah! como é bom tanta coisa fazer

No cúmulo do prazer

A loucura da vida esquecer.



Sinto – me igual por dentro como por fora: -nú

Procuro refúgio de náufrago resgatado

E colo-me a ti languidamente.

O mundo não existe: só eu e tu!,

Na suavidade dum enlaço sossegado.

Como pode um mar assim tão bravo

Virar, ainda que tão brevemente

Ria adormecida ?

Ah ! como é bonito este poente de hoje:

As suas cores nevoentas a esconder que a vida corre

                                                            [ e foge.

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