5 OUTUBRO
Dia grande
1- Faltavam
minutos para assistir à Comemoraçãos do 5 Outubro,promovida pelo PS –Aveiro, quando
fui informado, telefonicamente, da estrondosa vitória – a confirmação antecipada
– de Guterres. Exultei.
Recordei o
almoço com Guterres há muitos anos (perto de quarenta),ali no restaurante D. Fernando, onde comemos uma caldeirada. Lembro-me
dele muito simples, de jeans e camisa
,ainda muito novo (penso que então usava um bigodito).E recordo ter rapidamente
criado, com ele, uma empatia absoluta. Procurava então afirmar-se dentro da
estrutura partidária. Discutimos a criação de um gabinete de estudos, aqui em
Aveiro.
Recordo uma
qualidade que logo ali, num primeiro contacto, antevi: um homem onde sobressaía uma profunda e
metódica postura, procurando uma afirmação
diferente, num tempo que começava a ser necessariamente diferente do período
revolucionário..
Quando abandonou
«o lameiro» da política à portuguesa compreendi-o perfeitamente. Aquele não era
o seu modo de estar….E dito o que disse, retirou-se sem mais interferir na vida
partidária. Sem ressaibos…
Hoje o País
contrai com Guterres uma enorme divida. Portugal passará, tenho a certeza, a
ter uma outra imagem. Guterres é garantidamente um político ,um melhor entre os
melhores.ortugal sairá dignificado e apontado pela sua acção.
Parabéns a
Guterres. Um individuo superior. Superioridade que resistiu a umas manobras
provocatórias de uma Europa dirigida por mentecaptos. E onde um dito
compatriota se vendeu ao inimigo para o derrotar.E assim derrotar o seu País. Claro: um militante do PSD.
A superioridade
de Guterres evitou que a política mundial caísse num lameiro de jogadas que
envergonhariam uma Europa rendida a uma novo reich dominador.Disposto a
espezinhar os mais fracos e ou os distraídos.
2- Gostei
da palestra do Prof.Romero, que evocou figuras grandes da 1ª República.
Ao encontrar na
assistência o único resistente do antes do 25 de Abril, o republicano indefectível,
J.Silveira ,lembrei-me dos muitos 5 de Outubro que evocámos
por esse distrito fora (Albergaria, Estarreja, Aveiro ,Ílhavo),antes da
Revolução dos cravos. E veio-me á cabeça a similitude com aquela geração de «novos»
que fala hoje do 25 de Abril, sem terem uma visão vivida da revolução de Abril.
Como nós não tínhamos, nesse tempo, da implantação de 5 de Outubro, ou do 31 de
Janeiro, as únicas datas em que Salazar nos deixava piar. Recordei com Silveira o busto da República que a D.
Dadinha Lé tinha em casa, uma réplica notável da libertária República, busto desnudo que levávamos connosco para toda a parte, para
simbolizar ao que íamos.
Éramos então a
geração dos mais novos: Silveira, Sardo,Candal, eu e Neto Brandão.Que julgo
será mesmo o mais novo.
Hoje estávamos
lá só dois…..Até quando ?....
SF
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