terça-feira, julho 18, 2023

 Por congostas a requererem muita atenção....


A minha intrusão pelos meandros da considerada “Primeira Gramática Portuguesa” de Fernão de Oliveira, tem sido difícil mas curiosa.Sinto-me perdido naquele emaranhado de explicações de uma língua “nova” que desejava ser imperial,para isso desligando-se da paternidade do latim.

No fundo  subscrevo inteiramente de não estarmos perante uma Gramática, mas um trabalho sobre “A Linguagem  Portuguesa”.



Tem partes (para mim, pobre gramático) rebarbativas. Tem de se andar ,voltar atrás ,decifrar e tentar perceber a ideia (explosiva ) do autor.

Só um pequeno exemplo (poderiam ser muitos...muitos...)

Sobre dicções (Cap XXXIV)

(....). As dicções apartadas (simples ou singelas) são aquelas cujas partes não podem ser dicções inteiras, mas dividem-se somente em sílabas e letras(....) Dividem-se ,pois,as dicções singelas ou apartadas ,como dou, dás, dar  e como és e em sílabas se dividem como damos, somos e andamos, e não se podem dividir em dicções ,como fazer, porque  fa. por si não diz nada e zer tampouco(....)

Vá lá um engenhocas meter-se nesta molhada....

Bem;  adiante...

Às tantas dou com esta pérola - Cap XXXI

(....)porque foram feitas em Aveiro ,nome de lugar porque dantes nesta terra,morava um caçador de aves,ao qual,como de alcunha ,chamaram aveiro....

Ora tomem lá. Andaram tantos filólogos a pregar sobre a origem de Aveiro, e Fernão Oliveira já no Séc XVI o tinha explicado.....

Há sempre tempo de aprender (?---)

Como diz Fde O:

A Linguagem é figura do entendimento,e assim é verdade que a boca diz qunto lhe manda o coração e não outra coisa:antes não devia  a Natureza criar outro mais disforme monstro do que são aqueles que falam o que não têm na vontade(.....).Como dizia Laércio: os bons falam virtudes, e os ,maliciosos ,maldades (...)

Senos da Fonseca


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