A BANALIDADE OFENDE
Estamos transformados num país de gloriosa, assumida e praticada banalidade. É-se banal.Só se dizem banalidades.
Abrem-se os jornais e rara -muito raramente – se encontra algo que nos faça ou requeira o exercício de meditar; ouvem-se os órgãos de comunicação falados, e os convivas da verborreia são sempre os mesmos. E se disparates ousam dizer, então é certo que os teremos lá de novo num dia muito próximo. Parece que a ser banal é que o português se entende e assume português de pleno direito.
Estamos transformados num país de gloriosa, assumida e praticada banalidade. É-se banal.Só se dizem banalidades.
Abrem-se os jornais e rara -muito raramente – se encontra algo que nos faça ou requeira o exercício de meditar; ouvem-se os órgãos de comunicação falados, e os convivas da verborreia são sempre os mesmos. E se disparates ousam dizer, então é certo que os teremos lá de novo num dia muito próximo. Parece que a ser banal é que o português se entende e assume português de pleno direito.
Assisto religiosamente – ou assistia, melhor dizendo – aos embates quinzenais entre o Governo e Oposição. Perfeito campo para repetida e monocordicamente se dizerem banalidades. Os farsantes das ditas são sempre os mesmos: os líderes das bancadas. Ou quase sempre, pois nunca somos surpreendidos pelo levantar inesperado de um outro qualquer assistente da farsa, que nos ouse encantar pelo ineditismo de fugir á mediocridade. Todos se sentem bem no seu papel :- uns(meia -dúzia) a palrar o mesmo, sempre do mesmo modo e com o mesmo verbo (muito fraco de um modo geral ); outros destilando opróbrio por ali terem de estar a fazer de conta que fazem parte do número, quando apenas, ao fim e ao cabo, são como os ajudantes de pista do circo: no fim de cada numero, vêm mostrar-se, recolhendo o material.
Porque é que Sócrates e Cavaco não resolvem a coisa desste modo?
Que diabo(?!) : não estamos a pretender que o Parlamento fosse constituído por parlamentares como Demostenes em que mesmo os discursos espontâneos pareciam cuidadosamente compostos; nem que ali morasse a justeza e o empolgamento de um Abraão Lincoln; nem já sequer que lá voltassem os admiráveis improvisos das orações de José Estevão.Mas assistindo ao que por lá se passa, fácil é constatar que está lá carne a mais, e vergonha a menos.É inegável.
Eu já só queria, que pelo menos cada um daqueles cidadãos, fosse, de certeza, digno,decente e integro.Acredito que muitos o sejam.Por isso não entendo como podem aceitar deixar de ter voz, hoje como ontem, e amanhã,trocando-a pelo gesto das palmas, concedendo-a apenas e só ao chefe de fila?
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De entre os habituès da banalidade há três que distingo, ultimamente.
PACHECO PEREIRA: auto proclamado detentor de toda a verdade, diz sobre tudo e sobre o nada, o trivial, parecendo enfadado com tudo (e todos) os que á sua volta pensam (ou agem) de maneira diferente.Para ele o óbvio é aquilo que proclama. E parece nem entender como é possível que todos não gralhem como ele. Assume-se intelectual – de quê(?!) não sei- talvez do Blog.Um intelectual versátil, pois abrange todas e as mais diversas áreas.
VASCO PULIDO VALENTE: cronista encartado da corte, lembro-me dele quando nos tempos da Revolução aparecia num programa de TV ,com copo de whisky com que matava a sede durante as suas arengas.Ora como é um individuo de fala(e raciocínio) presos, os intervalos eram tantos que a meio do programa já não se distinguia bem se o que dizia era efeito do seu cogito, se do whisky. É um indivíduo de mal com a vida, nota-se logo. Parece-dizem as más línguas- que até o nome- que faz evocar figuras maiores deste Portugal – o assumiu por vias sinuosas, que não genito-urinárias . Em cada croniqueta sua PORTUGAL MORREU …ou Vai Morrer…EM BREVE, porque é feito de uma massa de pobres de espírito.
E agora pivotado por aquela plastificada figura – Manuela Moura Guedes-que apenas deveria ser permitida aparecer nos écrans lá para depois das onze, em que já não metesse medo às criancinhas, VPV, atinge momentos de paroxismo execrável.
E agora muito em voga anda o ex-ministro, MEDINA CARREIRA. Exactamente aquele que no tempo da austeridade propôs que os ministros fossem para o Terreiro do Paço, montados em jericos em vez de Mercedes. Era caso para os lisboetas passarem a dizer: olha ali vai um burro ao quadrado.
Ora o ex-ministro, habitual cliente de um outro pivôt por vezes (muitas vezes!) patético -Mário Crespo - debita uma série de banalidades daquelas que, se são próprias à mesa do café, não fazem sentido em conversa para milhões pois o autor da verborreia confunde permanentemente a árvore com a floresta. E tal prática não conduz a nada, pois não resolve nenhum problema. Voltar a um passado de elegia da pobreza orgulhosa, como se fosse possível voltar ao tempo do orgulhosamente sós, é conversa que não dá para iluminar um candeeiro, quanto mais para ser farol.
Ora eu que me obstino a ver o mundo pelos meus olhos, o que não exclui a azáfama de descortinar como os outros o vêm - vejo-me em palpos de aranha para pactuar com esta miserável exposição de lugares comuns.E o escolher diariamente que jornal (ou jornais) ler, ou que canal ver e ouvir,começa a ser tormento que me irrita, a mim e parece àqueles que estão comigo ,e depressa me retiram o comando do zapping, da mão.
Porque mais pareço um daqueles velhos capitães, sempre a levantar ferro, de emposta em emposta, a ver se encontro peixe que se veja, em vez de sanapaios. Encher um navio com sanapaios até o TI-ÈSSE. Mas com bacalhaus prenhudos , esses só alguns.
ALADINO
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