quarta-feira, outubro 31, 2012


 

 O complexo problema da Fé

 Com a  morte a rondar-me  a porta, num ciclo cujo timing alterou as minhas perspectivas de vida, remeto-me, nestas horas pateticamente dolorosas, porque nos sentimos perfeita e irremediavelmente vencidos.IMPOTENTES.
E claro  há pequenos (grandes!) problemas com que inesperadamente  nos deparamos, depois de uma vida em comum, pacífica, onde nunca houve  a mais pequena divergência  no que  concerne às convicções religiosas de cada um. Respeito integral de cada um, pelo outro.
Ambos fomos educados  dentro do maior respeito e prática  cristã. Cedo, de minha parte ,tal praxis foi conscientemente abandonada. Mas sem nunca colocar em causa o caminho que o outro queria seguir. Nunca falámos ,minimamente desta divergência.
E por isso neste momento transcendente do fim ,vi-me confuso de como proceder em relação ao possível desejo de reconforto cristão, que acredito desejado.
E dei comigo a reflectir:
Aceito que uma das razões, a ultima, do cristianismo será o de dar ao homem ,uma indicação substantiva de uma regra moral a seguir, certamente porque é admissivel que o homem o não conseguiria fazer por si só, ao não ser capaz  de atingir tal desiderato pela própria razão.

Se assim fosse a a religião confinava-se á moral.
Creio que sim.
E se assim for,e tal como me posiciono, aceito um «deus», não à minha imagem ou semelhança mas ,sei lá!, um simples(ou complexo) programa evolutivo que se auto programa onde reside um princípio  racional  supremo. Nada de qualquer apropriação religiosa.

Senos Fonseca

1 comentário:

Avô João disse...

Quando a Nazaré era menina e moça e estudava em Ílhavo, chumbou um ano no liceu. Nessa data, um chumbo, era uma coisa dolorosa, que nos envorganhava. Desse episódio, recordou sempre com ternura a Isilda, que a chamou para a sua casa, pôs musica, e que fez tudo para a consolar. A Nazaré nunca esqueceu esse episódio, e recordava-o amiúde.
Um beijo para a Isilda, e um grande abraço para o João Fonseca e o João José.

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...