Espesso silêncio..
Nesta primavera
Que custa a nascer
O dia esvai-se
Entre o tédio
E o desejo aceso,
Num espasmo pardacento.
Fim triste
De um dia triste
Que se fecha
Numa luz que dói.
O teu corpo
Desnudado
Despojado,
Aqui deitado a meu lado,
É o único
sol
Que resta do dia.
Sedutor
Puxa- me para teu lado.
Apetece-me inclinar a boca
E entre beijos
Murmurar
As palavras
Que a mim prometi
Nunca tas dizer
Vá!.. deixa-me
penetrar
A tua cintura;
Eu prometo tudo te dizer
Tão
lentamente
Como te penetro
Lento...
Oh! Tão lento...
Para que o meu corpo
Fique gravado em ti.
Morto
De tanto ser
E ter.
E para que as
palavras
Mortas no espesso silêncio
Que envolve
O nosso amor
Restem
vivas....
SF (in tempo)
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