Esta casa onde nunca morou
A indiferença,
Nem sequer o fazer de conta
Das vezes sem conta
Em que houve os dias maus,
Em que as rosas pareciam
Nascer ao revés….
É, hoje ainda, a casa do olhar
E espelho pousado
Sobre o cristal azul da ria
Não
virás, eu sei.
Nunca mais voltarás.
Mas eu pressinto
No crepúsculo
das tardes
O marulhar de um corpo
Vindo da finas areias
Misturar- se nas letras
Dos meus livros,
Parecendo ali ficar em vigília
Perpétua.
Descubro-te neles
Elevo as tuas mãos
Com que me acaricio
Cinjo o teu corpo
No sonho da sua violência
A provocar a lembrança
Dos amantes que fomos.
A morte não
consegue
Apagar os sinais densos
Que gravámos, vida fora.
Olha : não
sei dar o nome
À vida na tua ausência.
Sei apenas
Que somo as horas perdidas
À procura do chão do teu corpo.
Para a seu lado me deitar.
O inverno vai chegar.
Ai quem me dera
Amar sem te magoar
A prolongar a primavera.
Sabes amor ?
Queria morrer amanhã ..amanhã de amanhã...
Desde que fosse ontem..
SF (1 Nov 2014 )
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