Deixa
ficar um pouco mais de Ti
Olha amor!
As coisas esta noite
Não têm de acabar desta forma,
Nem desta maneira.
Vá (!)... deixa aqui ficar
Um pouco mais de ti.
E dá me as carícias
Abre-me o portal
Do teu palácio escondido
Sob a gramínea negra do teu púbis.
A noite dorme lá no alto;
Deixa correr o tempo
Que o sol acorda tarde.
Dá-me tempo para me perder
Na orgia dos teus jardins
de areia,
Onde o mar se vem consumir na pedra
para nela adormecer.
Nas conchas das minhas mãos
Deixa-me agasalhar os teus túmidos
Seios
Deixa que a noite adoce o arroxeado
Das suas pontas
Para eu saciar a minha guloseima,
Perdido por entre os vales
Inocentes do teu peito .
Por onde ao entardecer
A maresia parecia correr apressada
Trazendo-me o ar quente feminino
Do teu coração, pois tu e só tu
Podes ser a dadora
secreta
Do transplante dos teus sentidos
Para mim, que por julgar te perder
Quase morri.
Morrer de amor... não é morrer
É entardecer ao amanhecer
É sentir, descontente,
O contentamento da suavidade cristalina
Dos sentidos.
É um momento único
Onde até o ar, amiúde, dói
Das doridas despedidas.
..................
Ah! a tua mão
Nua, inquieta, nervosa,
Procura
Quase clandestina,
Algo onde se abraçar.....
Percebo que abri autoestradas
no teu coração.
Por elas vão os meus dedos
passear....
Vou-me imolar no fogo
Que corre do teu ventre
Quente.
SF. 15.7.2015
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