Hoje a Ria vestiu-se a
primor: a embarcação «Costa-Nova», pediu-lhe licença para um passo de dança, no
seu majestoso tablado.
Um tango?
Nem por isso: vento de
25 nós, vaga forte, marés vivas, vaga empolada: a «catraia» atrevida,
entrou...e... mostrou-se: elegante, de linhas tão suaves que não se sabe onde
começam as redondezas e...se vão esconder as «entradas»... (de águas, seus
malandros viciosos !!!!).
A «catraia» é
atrevida. Gaiata e gosta de fandango, saracoteando-se ao mais leve afago que
lhe indica o rumo.
Parece querer fugir, e
logo volta, rosa encravada nos lábios, ancas bamboleantes, olhar guloso, sem
pedir «amuras» só a pedir:
– Dança comigo: as
coisas vão e não voltam mais... não.. não te queixes que não há vento. Há vento
sempre que um homem e uma mulher quiserem...
Gira …gira...coração...
Que já não sabes tocar
A tua deusa...é a mulher ausente
Vestida no meu corpo
presente
Não… não a quero trair
Nenhum beijo traduz
Ou atenua
A fome desse corpo imaginado.
SF.
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