quarta-feira, setembro 02, 2015


 
MAR DE SAUDADE
 

Olho fixamente
Aquela luzinha, postada,
Parada
Num céu tão límpido, azul
Imenso!
Mais parece donzela
Em sono   aguardando a luz do dia,
Indiferente  à  angústia
Chorada no convés  da minha barca
Neste mar da saudade  naufragada.

 

Não levo bussola,
Nem carta de marear;
O brilho dos teus olhos,
Sinais que  nunca esqueci,
Serão os  faróis por onde me vou  guiar
Nesse  mar sideral sem fim.
Em cada galáxia onde não te encontrar
Deixarei  pedaços,  avisos de mim,
Sem ti, minha barca não voltará ao porto,
Sem ti, nenhuma ave encontrará em mim, o ninho.


 Irei à tua  procura, nem  eu sei  por onde.
Em todos os jardins do paraíso
Para te trazer  de novo .
E contigo a paixão com que te amei
Agora prometo,   te dar  o tempo...
Todo o tempo! ,que outrora te neguei
Tempo de amor, tempo esquecido
De  todas as encruzilhadas
Em que  antes me demorei.
Seremos aves  libertas  enlouquecidas.

 
Quero   me perder  nos teus beijos
Fazer deles novas estrelas
Para iluminar esta  sombra que me rodeia;
Com elas fazer um leito de rosas
Para  aí sorver  a maresia do teu corpo
 Ao meu aconchegado, sem horas, em silêncio.
Amaciar  de novo  com  as minha mãos 
A pele afogueada das tuas nádegas
Prólogo de um caminho num campo perfumado
A dar  a ilusão de que a primavera  vai continuar.

 
SF  2 Setembro 2015
 

 

 

Sem comentários:

A « magana » que espere....  Há dias que  ainda me conseguem trazer interesse renovado, em por cá estar  por mais uns tempos. Ao abrir logo ...