sexta-feira, janeiro 22, 2016


E vai mais um

 

 Diluo-me na corrente  da vida
Que vai, passo a passo,

Levando o que resta de mim.

Uma coisa  por certa faço:
Vou indo …mas vou de frente.

Nunca virando costas
Ao desafio que é viver.

                       [Assim quero ir  até morrer.

 

Tenho como emblema,
 Ninguém o pode negar,

Que fui apodrecendo

Virando cada página sem desalento.
Nunca cantei por ser poeta,

Nunca fui pomba em procura da paz;

Lírico ou cobarde na hora de dizer não…

                                                         [ isso não!

 

Continuo a sonhar, amor (!)
Só que os sonhos me vão,

Dia a dia, fugindo por entre mãos.

Seguro  nelas, enfeitiçado
A rosa  rubra  que num dia

De amor nosso, inventado,
Colhi de Ti, era já madrugada.

 

Se eu morresse hoje, amor
A ria continuaria o seu fadário.

As gaivotas viriam livres, esvoaçantes,

Ver  o mar enorme, infindo (!)
Morrer na praia ao entardecer.

E eu deixaria de estar à tua espera,
Aqui, decentemente a apodrecer.

                                 [a mim próprio me iludindo

 
sf  22-01.2016

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