E vai mais um …
Diluo-me na
corrente da vida
Que vai, passo a passo,Levando o que resta de mim.
Uma coisa por certa
faço:
Vou indo …mas vou de frente.
Nunca virando costas
Ao desafio que é viver.
[Assim quero ir até morrer.
Tenho como emblema,
Ninguém o pode negar,Que fui apodrecendo
Virando cada página sem desalento.
Nunca cantei por ser poeta,Nunca fui pomba em procura da paz;
Lírico ou cobarde na hora de dizer não…
[ isso não!
Continuo a sonhar, amor (!)
Só que os sonhos me vão,Dia a dia, fugindo por entre mãos.
Seguro nelas, enfeitiçado
A rosa rubra que num dia
De amor nosso, inventado,
Colhi de Ti, era já madrugada.
Se eu morresse hoje, amor
A ria continuaria o seu fadário.As gaivotas viriam livres, esvoaçantes,
Ver o mar enorme,
infindo (!)
Morrer na praia ao entardecer.
E eu deixaria de estar à tua espera,
Aqui, decentemente a apodrecer.
[a mim próprio me iludindo
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