terça-feira, novembro 24, 2015



                                  

Ao fundo á esq pode ver-se o mirante do Prédio

O Palácio dos «CARTAXOS» ardeu. 

 Noticia chegada de Ílhavo, dava-me conta  que,  pela madrugada, a Rua Arcebispo Bilhano(Rua Direita) terá vivido em  sobressalto, causado pelas labaredas que deflagraram do prédio dos «Cartaxos», nela situado,pedaço material da história da urbe.               .

E assim lá se vai mais um marco histórico que marcou uma época, quando Ílhavo era uma próspera Vila em  procura de afirmação urbana.

Este prédio dava para o Largo do «Rossio» (também na gíria conhecido por largo da Capela),pois  assim se chamava o espaçoso (?) largo que o ladeava pelo poente.Largo que,curiosamente, tinha a norte, o edíficio onde se albergou no Sec XIX a Philarmónica Ilhavense.No Largo  deu  a 1ª Banda de ílhavo, alguns concertos,muito apreciados pela população, que vivamente interessada, ali acorria em alvoroço.
O Palacete terá sido mandado construir no ínicio do séc.XIX, por um tal João António Cartaxo, emigrante no Brasil. Terá pasado para sua irmã Maria Gonçalves de jesus,casada com  Manuel Teles, progenitor da família Teles.

O palacete dos «Cartaxos»,assim lhe ouvi muitas vezes chamar,foi  sede do Tribunal  dos Orfãos e, mais tarde, ali esteve instalado o Centro Republicano.

E ainda, posteriormente,  lá terá estado instalado o Sindicato dos Mareantes(assim creio ter sido designado)

No primeiro decénio de novecentos,  a Câmara Municipal de Ílhavo terá entrado  em contacto com os proprietários(já então, como regista a acta  da CMI, a Familia Teles ) com a pretensão de adquirir o prédio, e aí instalar a CMI (até ali  instalada  no Largo do Oitão).Admitia, a Câmara, disponibilizar o R/C para a Associação dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, que ali teve guardada a bomba braçal, após 1894. 


Ao fundo o prédio e o seu mirante(foto de JA Ramalheira)

Chegou a acertar-se  um valor, mas certo é que a Câmara desistiu da ideia, e iria fazer obras no  Convento  das Irmãs de Calais, que entretanto, teriam, pela calada da noite, fugido  e tudo abandonando, em 1910.

No Palacete nasceu o poeta Quintino Teles.

Até hoje, creio,o prédio encontrava-se desabitado..

SF

Nota. João Teles e Maria Gonçalves terão,em 1873, comprado o prédio em frente á Farmácia Senos (então Cunha) ,obra notável de azulejaria .Ora neste prédio nasci eu.

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A « magana » que espere....  Há dias que  ainda me conseguem trazer interesse renovado, em por cá estar  por mais uns tempos. Ao abrir logo ...