Novo apontamento…
Na procura documental, de vez em
quando,surgem-me casos que me vêm esclarecer duvidas antigas. Ou ao contrário, criar
novos motivos de procura.
Registo este ,como um daqueles, que, se tiver
tempo, hei-de esclarecer.
Um documento encontrado, fez-me
melhor perceber o que no livro «Rotas
dos Bacalhaus» então escrevi, já lá vão quase vinte anos. O documento,
encontrado na BN ,na altura mais ou menos inédito, contava um pouco da história da Companhia de
Pescarias Lisbonenses. Relatei ,então, seguindo um pouco desta história, os
factos que marcaram o início do regresso
à pesca do bacalhau.
Referi o caso das escunas(ou outras
embarcações) que vieram de Inglaterra(com dóris e mestres de pesca, o que se
revelou um desastre),e a encomenda, surpreendente,de doze escunas a uns Estaleiro doe Vieira de Leiria. De uma
assentada , 12 Escunas!.
Ora agora nesta investigação pelo
litoral, dei com o Estaleir ,que não fez as doze ,mas fez apenas cinco. E li a
trabalheira que foi, para as tirar do
Rio Lis ,sem barra suficiente para o efeito. Era o estaleiro do (eng.) Manuel
Luís dos Santos, um notável construtor de embarcações, de grande porte, em
madeira.
Mais espantoso foi aparecer aos
meus olhos uma clara evidência: para lá dos mestres de pesca açorianos ,que
vieram ,então ,substituir os ingleses, espantou-me que uma maioria dos Capitães
desses bacalhoeiros, fossem naturais da
Figueira da Foz.
Em 1839, Manuel Luís dos Santos ,da Figueira, depois de pilotar o Thetis, comandou a escuna Tartaruga,e depois, novamente, a Sereia.
José Joaquim Mesquita, em
1841, viria a comandar a escuna Delfim,
e logo depois a Tartaruga..
Manuel de Aguivar, viria a
comandar a escuna Tristão, para logo depois(1842) comandar a Thetis e ,mais tarde, o patacho Alvacora.
Em 1844, surge o figueirense Francisco de Lemos a comandar o brigue Vestal .
Em «Rotas dos Bacalhaus», na pg.
89 já referimos a maior parte destas embarcações.
«Nas Rotas dos Bacalhaus»
Só em 1837 nos aparece um Cap.Pena a comandar a comandar o patacho Neptuno. Refere-se ser de ílhavo. Levanta-se, pois, aqui e agora,
uma interrogação. Há qua apurar os dados.
Mas um novo dado surge a exigir
esclarecimento. Se sabemos quem foram os capitães, ao fazer uma leitura das
tripulações, logo salta, à vista, a predominância(quase extrema maioria) de
pescadores da TRAFARIA e CAPARICA.
Ora no final sec.XIX, na Trafaria
(e na Caparica) predominavam os «ílhavos».
Historicamente um facto.
E então concluiremos (para já) :
-nesta segunda etapa, os figueirenses comandaram, e «os ílhavos» pescaram. Curiosa
situação que anos mais tarde, se iria inverter.
Na próxima visita ao Arquivo Geral da Marinha iremos investigar.
SF
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