Só o vento é eterno....
E enquanto nesta noite enevoada
As estrelas descansam
Dormindo sobre a frescura da ria,
Meu coração
Volta a estar longe
Como a perguntar:
Porquê meu Deus?
Que deus seria este, o meu (?!)
Esquecido, desinteressado, ausente...
Outro Outono em que estarás ausente?
E eu (?) -o que fico aqui fazer, folha no álamo
Que teima resistir ao vento
A olhar sonolento a ria a adormecer comigo,
Feita leito de prata velha
Onde as gaivotas mergulham sonolentas
Nas suas funduras frias.
Olho as formas, os lugares, os recantos,
Que incendiámos com o nosso amor, um dia,
há tanto tempo que já nem eu o sei,
Só sei : foi neste dia!...
Deixo-me dissolver no tempo.
Sem dor
Sigo a jornada feito peregrino do destino,
À espera que a candeia que me ilumina o caminho
Cansada, deixe o vento apagá-la.
Só vento é eterno, amor.
SF (1.11.2017)
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