quarta-feira, setembro 02, 2020




TEMPO QUE FOI NOSSO





Nenhuma ausência

Apagará o gosto dos beijos

Que demos por dentro das casas, vielas, ou ruas de cantos apagados

Por onde deambulámos sedentos de amor.

De nós inteiros,

A desejar viver a vida numa sofreguidão

Avassaladora

A percorrer as dunas do teu corpo, até de madrugada.



Dá-me a tua mão, amor

E vamos de novo percorrer as ruas onde nos beijámos

As dunas onde nos amámos

Eterna e sofregamente apaixonados.

Livres.

Vem de novo misturar

Os teus lábios nas minhas mãos

A entregar-me o rio violento que era o teu corpo.



Vem prolongar cada minuto,

Vem de novo para Te amar loucamente

Como se o tempo nosso

Já não tivesse tempo

E fosse pouco,

Ou já nem houvesse tempo

Para com tempo

Te amar de nessa madrugada




Senos da Fonseca 02.09.2020

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