TEMPO QUE FOI NOSSO
Nenhuma ausência
Apagará o gosto dos beijos
Que demos por dentro das casas, vielas, ou ruas de cantos apagados
Por onde deambulámos sedentos de amor.
De nós inteiros,
A desejar viver a vida numa sofreguidão
Avassaladora
A percorrer as dunas do teu corpo, até de madrugada.
Dá-me a tua mão, amor
E vamos de novo percorrer as ruas onde nos beijámos
As dunas onde nos amámos
Eterna e sofregamente apaixonados.
Livres.
Vem de novo misturar
Os teus lábios nas minhas mãos
A entregar-me o rio violento que era o teu corpo.
Vem prolongar cada minuto,
Vem de novo para Te amar loucamente
Como se o tempo nosso
Já não tivesse tempo
E fosse pouco,
Ou já nem houvesse tempo
Para com tempo
Te amar de nessa madrugada
Senos da Fonseca 02.09.2020
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