quinta-feira, dezembro 17, 2020

 

As ligações de Ílhavo ao Marquês de Pombal.

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É sem duvida interessante, embora cansativa, esta atitude de procurar entrelaçar os factos na história e conseguir perceber o que existe por detrás de simples acontecimentos. Mesmo que por vezes eles não tenham muita importância como facto histórico, mas apenas recompensem a curiosidade de quem trabalha embrenhado na procura documental.


No livro com que andei às voltas – uma biografia desse notável aveirense João Sousa Ribeiro da Sylveira, capitão mor de Ílhavo ,«pai da pátria» como publicamente foi reconhecido, uma personalidade de enorme grandeza moral, ética, magnânima na solidariedade com todos, e em especial, com os mais desprotegido. Figura que esteve na decisão Pombalina de elevação de Aveiro a cidade, e no perdão conseguido, afastando  o temor, tido na altura, de  represálias sobre a população, como consequência do atentado de lesa majestade, perpetrado pelo Duque de Aveiro, sobre o rei D. José. O dono da casa Ducal de Aveiro, que era a segunda maior do País ,logo atrás da de Bragança, nunca teria vindo a Aveiro, e muito menos aqui residido. E claro não haveria qualquer ligação de gentes de Aveiro ao regicídio. Mas João Sousa Ribeiro teve de ir a Lisboa prová-lo. E assim evitou o massacre de muita gente.


Sousa Ribeiro não só trouxe com ele a carta de elevação a cidade,a limpeza do nome das populações, como ainda trouxe a boa nova da isenção das habituais taxas de elevação hierárquica na orgânica administrativa, dos agregados populacionais, como era habitual suceder nessas situações.


Ora tenho andado embrenhado na documentação da época para explicar o que até hoje ninguém terá ainda explicado. Deixemos os pormenores da minha tese para quando da apresentação do Livro, já contratado com a Editora para ser editado no fim do ano ,data em que me comprometi a tê-lo pronto.


Ora neste arrumo final tenho «catado» ,e tentado imaginar, como não é possível encontrar uma gravura com figura de tanta importância(Arquivos históricos, Torre de Tombo ,Alfandega ,etc etc) .Claro que o fogo que consumiu o palacete da Familia (nessa altura na posse de seu bisneto Visconde Almeidinha), o palacete do Terreiro (onde hoje esteve o edifício do Governo Civil de Aveiro) que era ao tempo verdadeiro «museu», onde se encontrava um espólio de arte notável, incomparável, poderá explicar o facto.Com o fogo que transformou tudo em cinzas teriam desaparecido todos os retratos (pinturas) familiares. É possível.


É-me fundamental –para a tese que defendo – explicar a proximidade de João Sousa Ribeiro com o Marquês de Pombal. E julgo poder justificar a mesma. Ora há tempos  estava eu embrenhado no Arquivo Histórico da Universidade de Coimbra,na tarefa de encontrar os registos dos alunos da Universidade nas décadas de 1720 a 40,e, por um acaso, verifiquei que o Sebastião José tinha casado, ainda com apenas 23 anos, com a D.Teresa de Noronha e Bourbon(35 anos), filha de Bernardo d’Almada Castro Noronha e de D Maria Antónia de Almada,donatária de ílhavo.. Estremeci!!!!


Quereriam lá ver.O que a ninguém poderia interessar, a mim despertou-me total interesse.


Este senhor – D. Bernardo d’Almada  Noronha – eu sabia-o quando estudei os Donatários de Ílhavo( Ílhavo ¬- Ensaio Monográfico pp 58 e 505) era marido  de uma tal D. Maria Antónia de Almada , donatária de Ílhavo, senhora que até se pensava teria passeado por aqui, pela vila,(1721)quando dela tomou posse. Recebendo as chaves na Igreja e visitado o Pelourinho ali na Praça (leitura atenta levou-me, na altura, a concluir que, a  D.Antónia, afinal, nunca cá pôs os pés, e quem teria andado a fazer de figurante (por ela) terá sido o Prior ).


Por esta é que eu não esperava.


A primeira  mulher do Marquês de Pombal, filha da Donatária desta Ílhavo(cujo capitão mor era o próprio João Sousa Ribeiro..


Parece esclarecido o porquê, nunca bem entendido ,na altura, da forte influência de João Sousa Ribeiro ,sobre o Marquês, e tudo quanto dele obteve. Está pois explicado.


E esta heim?!!!


Registo o facto que teria passado a todos despercebido, até hoje.



Senos da Fonseca



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