- E porque amanhã fazias anos…lembro-Te
- Olha amor!
- Anda! … junta as tuas mãos
- Mete-as aqui aconchegadas nas minhas
- E vem fazer o que tantas vezes fizemos, sós:
- Vamos falar aqui baixinho
- Como que a rezar (o que eu nunca soube fazer)
- Mas baixinho ouves melhor a minha voz.
- Partiste há uma imensidão de tempo.
- E nesse tempo turbulento e desesperante
- Nunca soube ao certo de onde soprava o vento.
- No recanto dos teus encantos, procuro-te a cada momento.
- Olho para a ria, onde vejo cintilar os teus olhos verdes
- E neles o reflexo das estrelas, estilhaços do coração
- Então o nada será tudo…serão farrapos da emoção(?)
- Tenho trabalhado, mas sem ter a tua crítica
- Não consigo distinguir o bom do mau.
- Ai daqueles que como eu perdem o ajuste!
- Nunca mais o seu trabalho será alegria.
- Nem o sono, acredita, disfarce de doçura
- Não há mais noites de ternura,
- Exprimir-me mesmo, para quê?
- O muito que tinha ainda para te dizer
- Melhor será nunca ficar dito.
- Olha amor:
- A renúncia por vezes é bela!
- Mesmo que por vezes seja dolorosamente fria
- Porque aqueles que me ouvirão
- Não amarão o que eu digo
- Com os ouvidos com que tu me ouvias.
- Se era erro: – lixo!
- Se era fantasia, amor, loucura paixão
- Iam para o álbum.
- Tu foste sempre a decisora das minhas grandes decisões
- Tu foste a doçura de um longo passado
- E se o recordo é porque Tu estás sempre presente.
segunda-feira, outubro 31, 2022
terça-feira, outubro 18, 2022
Num cravo ruivo para Ti
domingo, outubro 09, 2022
E nos papéis encontrei este discurso louco,ininteligivel(?) ...ou talvez não....
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Anfiguri …
Carapau/bacalhau/ e pitáu
O dique foi a pique
O farfalho foi ao alho.
O asno corou de pasmo
O corifeu fez-se ateu.
Comeu o bacalhau
Deu espinhas ao marau.
Falou com cagança
De uma grande vingança
Ninguém o atrapalha
Vai daí,puxou da navalha.
Falou com vigor
De tudo que for.
Empenhou-se a fundo
A prometer meio mundo.
Abanou o chocalho
A um certo bandalho
Que cheio de riso
Mostrou pouco siso.
E disse a debique
Metendo-o a pique,
Cruel vadiagem
Fartai vilanagem.
Tão mau é o termo
Como este Governo.
Mostrando a dentuça
E o pelo na fuça
Prosápia balofa
Em orelha mouca.
Brilhante o dixote
De tão vazio pote.
Imbecil gargalhada
No meio d’ alhada
Plena de manha
Em soez artimanha.
Vazia de tino
Tamanho o cretino
Tão larga é a lauda
Como curta é a cauda
Do infeliz menino
Em feroz desatino,
Cuspindo borrões
Em vãos borbotões
Num tolo escarcéu,
De lhe tirar o chapéu.
Tão tolo e tão mau
Ó grande ribau !
C’a g’ande pitáu
Dá cá bacalhau!
Senos da Fonseca
sábado, outubro 01, 2022
Ciúmes da Ria
Surpreendes-me sempre que te visito...Nunca pareces cansada de andar de um lado para o outro.Serena,Calma na tua frieza de hojeEras a mais bonita neste entardecerOnde só a ausência do sol dava pena.E eu paradoCansado de tanto correrEm mim ausente o prazer de viverOlho para ti extasiado.Que pena!..Não encontrando semente para semear,D.Quixote, atiro-me aos moinhosErgo o braço e ferro o punho,Num desbaratar,até, de ilusões.Apenas e só a desbaratarPois já nada, nem eu me ergo do chão.Quem me quer nesta idade sonolenta?Quem me leva a recriar desejos despidos(?)A fazer-me lembrar pecados já esquecidos.Parado enciúmo-me de tiDesse amor que vens fazer à praiaA horas repetidas, não te cansando de amar,Envolvida com o areal ainda estremunhadoA deixá-lo beber do teu ventre salgado.Senos da Fonseca
(foto M.Bernardo Balseiro)
(Do livro « Filinto Elíseo-O POETA AMARGURADO) -------------------------------------------------------------------------------------------...
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