sábado, outubro 01, 2022

 

Ciúmes da Ria


 



Surpreendes-me sempre que te visito...
Nunca pareces cansada de andar de um lado para o outro.
Serena,
Calma na tua frieza de hoje
Eras a mais bonita neste entardecer
Onde só a ausência do sol dava pena.

E eu parado
Cansado de tanto correr
Em mim ausente o prazer de viver
Olho para ti extasiado.
Que pena!..

Não encontrando semente para semear,
D.Quixote, atiro-me aos moinhos
Ergo o braço e ferro o punho,
Num desbaratar,até, de ilusões.
Apenas e só a desbaratar
Pois já nada, nem eu me ergo do chão.

Quem me quer nesta idade sonolenta?
Quem me leva a recriar desejos despidos(?)
A fazer-me lembrar pecados já esquecidos.

Parado enciúmo-me de ti
Desse amor que vens fazer à praia
A horas repetidas, não te cansando de amar,
Envolvida com o areal ainda estremunhado
A deixá-lo beber do teu ventre salgado.


Senos da Fonseca

(foto M.Bernardo Balseiro) 



1 comentário:

Fernando Martins disse...

Belo poema para uma bela fotografia. Abraço. Fernando Martins

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