segunda-feira, maio 08, 2023

 FILINTO ELÍSEO 


Uma grande parte dos ilhavenses ( senão mesmo a maior...) desconhece Filinto Elíseo.

E contudo, Filinto é uma das maiores figuras da cultura portuguesa do Séc.XVIII E só o não terá sido maior, por ter sido, por vingança por um Pai que com o desterro de Filinto quis limpar a honra de uma. sua filha (D. Maria de Alorna que protagonizou um conturbado e proibido romance amoroso, tido com   Filinto), conseguindo o exílio do poeta para  França, onde acabaria os seus dias.

Filinto Elísio (na ortografia antiga: Filinto Elysio) ,era filho de “ílhavos”.Da pescadeira Maria Manuel e do  arrais Manuel Simões que, por razões da gravidez inesperada, saltaram para Lisboa onde aí se fixaram. Filinto nasceu naquela cidade em 23 de Dezembro de 1734 (vindo a falecer em Paris em 1819) .Foi um poeta, e tradutor,  notável   do Neoclassicismo. O seu verdadeiro nome é Francisco Manuel do Nascimento, que enveredou pelo sacerdócio,  assumindo então,   o  pseudónimo “Filinto Elísio”.Ou também “Niceno”. (que lhe foi atribuído por uma das suas alunas ,a Marquesa de Alorna ,irmã da D.Maria ).

Filinto pretendeu na sua extensa produção literária, recuperar o sonho de Camões :”um povo mais do que um Pov,;uma nação mais do que uma nação,,um território mais que um território.  Filinto anunciou “que um dia chegará a hora do Quinto Império se os portugueses , assim o “quiserem”, como profetizou  P.Ant. Vieira: “então nascerá um novo Portugal ,uma pátria gloriosa(superior ás demais)”,

Difusor entusiasta  das palavras de Rosseau (da igualdade entre os homens),Filinto denunciou  todos ”os malandrins” que alienavam as mentes dos povos ,impedindo-os de ser m livres. Para isso fustigando sem piedade  a” canalha “ fradesca.


Garret reconhece que, nenhum poeta desde Camões , terá feito tantos serviços á língua portuguesa”. Camilo considera ,Filinto  o “opulentador notabilíssimo da língua renovadora “ que alimentou a poesia de Garret e Castilho. E já Eça, descobre Filinto  como o perfeito purista do Séc.XVIII : severo ,rezingão, escabuchador truculento”...”.Hernani Cidade  assume que,“jamais alguém o fizera com tão vigoroso e brutal intensidade”

Um dia desafiei-me a abordar o “meu Filinto”. Li toda a sua obra (duas edições conseguidas),atirei-me  e deliciei-me com as suas cáusticas tiradas(em verso ou prosa).Senti a mágoa do seu desterro, do seu exilio pátrio. E a desdita da separação de seus Pais que viveram um fim amargurado.

Irredutível como sou, tentei numa pequena peça teatral, fazer uma abordagem de Filinto. E porque a editei, aqui a ofereço aos que a quiserem abordar, aos que não tiveram a oportunidade de vê-la representada pelo grupo cénico “ RIBALTA” ) ,ensaiada magistralmente por JJ Fino.


Para ler picar sobre

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Senos da Fonseca


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