domingo, janeiro 28, 2024
sábado, janeiro 27, 2024
Há dias em que “elas” acontecem....
Ontem, o Grupo dos Amigos do Caldo de Feijão (eu gosto mais de lhe chamar Caldo Gafanhão),surpreendeu-me com uma “distinção” que ,naturalmente, me tocou. Porque inesperada, e porque, imerecida(a meu ver).Talvez, justificada por ser o mais velhote presente(na idade,note-se!!!) fazendo-me oferta de duas relíquias que aqui mostro.
A primeira, um “diploma” a que chamaram “Tributo”, por coisas que, amavelmente dizem que fiz ( que eu acho que poderia fazer muito mais. E melhor!!!). E no dito englobam um desafio. Continuar a fazer.... fazendo...
Vou continuar ,mesmo que o vento sopre forte( eu sei lá o que aí vem) ,habituado desde sempre a contrariar as marés ,contrárias. Só sei dizer: não era preciso tanto:– bastava permitirem, desde há anos, gozar da Vossa companhia.
Et pour cause...
O excelente caldo, a excelente companhia, o reencontro depois de quatro anos de abstinência, e ainda por cima, tanto mimo dado ao velho (mas não trôpego de emoções), mais habituado aos mimos da “chancada” do que ao doce dos elogios, fez com que a noite fosse inquieta, por me saber imerecidamente afiligranado.
Obrigado, caros
Senos da Fonseca( Jan 2024)
sexta-feira, janeiro 19, 2024
Recordando Alexandre da Conceição
Quantos ilhavenses (porque “ílhavos” foi raça em colapso de extinção) saberão quem foi Alexandre da Conceição?
Muitos poucos, admito.
Pois bem: em 2004(já lá vão vinte anos!!!) trouxe -o à boca de cena, e recordei um dos mais brilhantes intelectuais da nossa Terra ;poeta e escritor com quem ílhavo. (Terrra Madrasta) tem uma grande(uma enorme ) dívida a saldar.
Recordei-o no célebre e épico confronto com o “monstro” da literatura portuguesa ,Camilo. Admitem os estudiosos que foi a única polémica onde Camilo se sentiu vencido. Para se desenvencilhar da afronta da derrota percepcionada, usou meios e métodos altamente reprováveis.
No final da polémica, e quase em simultâneo, da vida de Alexandro da Conceição, Camilo confessa:
(....) “Creio hoje ninguém se lembra hoje de Alexandre da Conceição, faleido há quinze dias . Recordo-o com saudade porque a sinto desse tempo em que, ele e eu, para gáudio das galeria, esgrimimos algumas frases insensatas ou talvez aleivosas, e de todo o ponto inúteis...”.
E rematou.
Se o bondoso riso era apagado
Restava-lhe este honroso predicado
Pregando Socialismo era sincero
Alexandre da Conceição, um amigo indefectível do seu colega dos bancos da escola, o arrais Ançã (a quem sempre dedicou profunda amizade e que o elege como a figura heróica o “Tomé Ronca”),foi um notável e excelente engenheiro. Director do Porto da Figueira ,é dele o projecto arquitectural da Câmara Municipal de Coimbra ( que mostro abaixo).
Em 2004 sugeri, então, à Câmara Municipal de Ílhavo a atribuição do seu nome, à Biblioteca Municipal de Ílhavo.
Inútil proposta.Eles nem sabiam...nem queriam saber.....quem foi Alexandre da Conceição
Senos da Fonseca
VINHO NOVO VERSUS VINHO VELHO
Coisas talvez sem importância para o leitor, mas que me acodem frequentemente ao espírito, são os inolvidáveis momentos passados com meu Pai, camarada de eleição, cúmplice de mil e uma aventuras - foram tantas… tantas.! - numa vivência onde tudo servia para reforçar a aprendizagem do saber que se transmite, e que fizeram de mim homem.Estranhava eu que, meu Pai, um apreciador nato de vinho, com clara e inequívoca queda para um sábio saber de o bem apreciar, desse a sua preferência aos VINHOS NOVOS. Eu na altura elogiava o contrário, e dava comigo a explicar as virtudes de uns e de outros, aos amigos, que confiavam em mim para a escolha do vinho que anualmente engarrafávamos.--------------------------------------------------------------------------------Hoje, depois de ter apreciado de todas as qualidades um pouco, julgo poder fazer um balanço, ou até ser opinativo, a aconselhar. Apesar de, desde os trinta anos me ter sido proibido de o degustar, desobedeci às ordens e levei - por vezes em excesso (relativo, entenda-se) o copo à boca, ou vice versa.--------------------------------------------------------------------------------Um VINHO NOVO, é alegre, presta-se a rápidos contactos, exala aromas de um modo muito ténue, e comporta-se com um desejo e pretensão de afirmação, que cativam. Pode ser servido sem requintes do corpete que o atavia : picheira, garrafa, ou até aparado do esguicho, retirado o espiche.Um VINHO VELHO é sereno, com perfume próprio intenso, muito mais macio aos pontos gustativos do apreciador, exigindo um body bem adaptado para lhe fazer sobressair as (suas ) virtudes, às vezes em inicio de desvanecimento.Um VINHO NOVO pode ser mal tratado, em voltas sobre voltas, empinanços vistosos, quase posto em shaker, que se não amofina. Aguenta caprichosamente e galhardamente, e até acompanha os volteios sucessivosAo contrário um VINHO VELHO, deve ser tratado com todo o jeito, suporta mal movimentos bruscos da mão ao levá-lo à boca, pelo que deve ser sorvido em movimentação doce e subtil, levada a cabo com extrema delicadeza, mas e também subtileza.O VINHO NOVO tem por vezes, ainda com ele, sabores esquisitos de tanino ; deve, no caso, permitir-se uma boa ventilação, um entretenimento para que repouse no copo e os mesmos se esvaiam. Com jeito, suportando a impaciência, desvanecer-se-ão rapidamente.Um VINHO NOVO pode beber-se de um só gole ; escorropichado, com sofreguidão, apetecendo no final da degustação, se ele não é novo demais, gritar um satisfeito:- Olé!......Um VINHO VELHO, ao contrário, deve ser sorvido, gole a gole, de um modo suave, deixando espaço entre os goles, para que ele se entretenha a saltar da língua para o palato, para assim se lhe retirar toda a grandiosidade do seu encorpado e licoroso, rubi. No final merecendo um sussurrado :- wonderful. Porque nisto de idade conta o requinte da língua.Um VINHO NOVO suporta melhor o acompanhamento de qualquer carne, desde que não seja muito gorda. Diz bem com saladas, misturas de várias qualidades, desde que frescas e tenras.Um VINHO VELHO adapta-se a carnes secas, não muito duras, mas também a carnes suculentas, desde que contida a sua gordura em limites aceitáveis e tolerados.Um VINHO NOVO corre forte perigo de «marteladas» que lhe retiram frescura e vivacidade. Depois, é mais martelada menos martelada, que nem se dá por tal ser o vinho que já foi, ou podia vir a ser.Um VINHO VELHO pode já ter dado a volta. Cuidado. Aí não há nada a fazer. Para o saber, deve se lhe tirar,cheirando-a por baixo. Pelo olfacto, saberás de imediato, se podes provar ou se não vale a pena o esforço do toque.Um VINHO NOVO, pode dar azias terríveis ; incómodas. De tirar o sono.O VINHO VELHO raramente o faz ; mas é sempre bom não abusar.Em resumo :Só se pode apreciar um vinho, comparando-o.Assim, mesmo que habitualmente só beba «Barca Velha», deverá uma vez por outra, provar diferente. Saberá se continua a beber o melhor - para se poder babar junto dos amigos - ou se há novas marcas, que justificam, elas também, meter o saca-rolhas.Em toda e qualquer altura, um Homem que se preze, e que saiba da poda, deve estar sempre pronto - e disposto - a provar do que quer que seja : desde que de boa qualidade.Todo o bom apreciador não poderá dizer, pois , em consciência e em definitivo, se um VINHO VELHO é melhor do que um VINHO NOVO, ou vice versa. Dirá que ambos são bons, se forem de boa qualidade.Por isso nunca se deve dizer que deste vinho nunca bebereiSf
Nota: qualquer interpretação deste texto, num outro sentido, é da inteira responsabilidade do leitor.
quarta-feira, janeiro 10, 2024
Todos prometem «o céu» ....
Grande desatino
Percorre este tempo
Num turbilhão de emoções;
Crianças, velhos e novos,
Todos (!)
À espera que chegue o momento
Em que trazido na noite,
Enovelado no chaile do vento,
Chegue o adulado menino.
Mas o menino não virá.
Para quê (?) regressar ao ponto de partida,
Se o Homem é negação de obra-prima,
Clamorosa imperfeição da obra divina.
Se o menino viesse
Encontraria de novo,
Na praça, os Vendilhões
A chorar “pela pobreza do Povo”.
Choram a pobreza mas não O servem.
Alarido de carpidores,
São os mesmos que em surdina
Nos púlpitos do templo
À uma se levantam, votam
E a decretam.
De novo (e sempre!) em nome do Povo traído
Prometem um mundo novo.
Eu por mim desiludido
Náufrago varado na praia afortunada
Procuro na rosa-dos-ventos
Orientes (ou ocidentes?)
Novo rumo para esta pátria ousada.
Nova epopeia iluminada,
Em demanda de outra Antília de novo amanhecida,
Bem lá nos longes do mar, ainda escondida.
Deus , Ó Deus: porque ficam assim tão longe,
Inacessíveis (!),
Os «céus» que todos prometem
e depois não cumprem?
Senos da Fonseca
(Do livro « Filinto Elíseo-O POETA AMARGURADO) -------------------------------------------------------------------------------------------...
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