quarta-feira, janeiro 10, 2024

 



Todos prometem «o céu»  ....



Grande desatino

Percorre este tempo

Num turbilhão de emoções;

Crianças, velhos e novos,

Todos (!)

À espera que chegue o momento

Em que trazido na noite,

Enovelado no chaile do vento,

Chegue o adulado menino.


 Mas o menino não virá.

Para quê (?) regressar ao ponto de partida,

Se o Homem é negação de obra-prima,

Clamorosa imperfeição da obra divina.


Se o menino viesse

Encontraria de novo,

Na praça, os Vendilhões

A chorar “pela pobreza do Povo”.

Choram a pobreza mas não O servem.

Alarido de carpidores,

São os mesmos que em surdina

Nos púlpitos do templo

À uma se levantam, votam

E a decretam.

De novo (e sempre!) em nome do Povo traído

Prometem um mundo novo.



Eu por mim desiludido

Náufrago varado na praia afortunada

Procuro na rosa-dos-ventos

Orientes (ou ocidentes?)

Novo rumo para esta pátria ousada.

Nova epopeia iluminada,

Em demanda de outra Antília de novo amanhecida,

Bem lá nos longes do mar, ainda escondida.


Deus , Ó Deus: porque ficam assim tão longe,

Inacessíveis (!),

Os «céus» que todos prometem

e depois não cumprem?



Senos da Fonseca


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