segunda-feira, abril 07, 2008

Falidos …mas alegretes …

Sucedeu-me, finalmente (!),
ter em mãos, um relatório de contas da Câmara Municipal de Ílhavo (referente a 2007).

Espantoso, como tudo bate certo com o que pensámos e várias vezes denunciámos neste Blog. Espantoso como um parlapatão, utilizando todos os artifícios de como devem ser utilizados os órgãos de comunicação social para fazer crer o que não é, baralha, confunde, atordoa, apregoando falsas verdades, que passam por verdades de lei

E a verdade é só uma: a dívida -o calote! - Evidenciado sem qualquer tipo de acanhamento, escancarado na dimensão dos números que constam no relatório, atinge os 28 Milhões de Euros. Esta dívida excede, já (!), a receita corrente da Câmara.

Mas escondida, surge uma outra dívida. É que para lá da escancaradamente exibida,ficámos também a saberque se venderam também os anéis, e já só restam os dedos: venderam-se créditos a médio prazo para regularizar dívidas a terceiros. Embolsou-se dinheiro, adiantadamente, e quem vier a seguir que vá pedir pelas portas.
É fácil perceber que a divida da Câmara Municipal de Ílhavo, na realidade, nua e crua ultrapassa os QUARENTA MILHÕES DE EUROS. Brutal, só…


E até já serve de gabarolice, o dizer-se que se cumpriu o serviço da divida (relatório de contas de 2007). Era só o que faltava!

O PASSIVO da Câmara Municipal de Ílhavo cresceu SETE vezes, de 2002 a 2008!Já vai em 44 MILHÕES DE EUROS….

E agora? Quarenta e quatro milhões!....

Investiram-se Sessenta Milhões de euros entre 2002 e 2006, em activos corpóreos. Só que se ficaram a dever Quarenta Milhões.


Mas o mais grave é responder,a :- investiram-se em quê?
Em mudanças profundas no sentido de dar resposta às novas realidades sociais com que nos defrontamos? Dinamizámos um processo de mudança de atitude? Fomentámos uma participação empenhada para resolução de causas comuns?

Socialmente o que foi feito? Em solidariedade o que foi gasto? Em apoio aos mais carenciados o que investimos?

Foi um gastar por gastar. Onde as obras não se justificam por serem válidas, mas tão só «porque foram as mais caras …»

Em definitivo, nestes anos comprometemos todo o modelo de desenvolvimento iniciando o nosso processo de decadência. Devíamos fazê-lo com indignação.Ao contrário, fazemo-lo com um encolher dos ombros. Para muitos um bem-estar.

Todos sussurram a podridão do regime local; mas quase todos se dão bem vivendo numa sonolência, no desprezo pela ideia que poderia ajudar a mudar.
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MMI ,ENRIQUECE-SE


No passado sábado, tivemos o gosto de visitar a exposição da Colecção do Cap. Marques da Silva, no Museu.

No Cap. Marques da Silva confluem predicados que o enformam como uma das figuras interessantes dos saberes náuticos; e se o saber já é de elogiar, porque é real e provindo de experiência feita, em Marques da Silva é, ainda, de elogiar o singular mérito posto na transmissão desses saberes, Quer nos livros, onde com uma qualidade muito apreciável e de uma forma profundamente didáctica foi registando -e ensinando – os segredos da arte do velejar nos barcos de então, quer na sua inquestionável habilidade manual, onde umas mãos de ouro servem o rigor de quem pretende reproduzir com absoluta fidedignidade. Respeitando planos e regras, baixando aos pormenores, às minudências, quase parecendo um profissional da maqueta, Marques da Silva assume um permanente exercício de pedagogia aplicada.

O Museu Marítimo consegue, assim, um notável acervo; que integrado no restante, pode ter a projecção que merece.

A exposição contou com um catálogo que a nosso ver pecou apenas pelo desajustado preço, face ao que certamente se pretendia: a divulgação. No resto, perfeito, graficamente muito bem conseguido, anotado com rigor.
O catálogo foi certamente um justo prémio para o Cap. Marques da Silva e para a sua elogiosa atitude. Contudo, julgamos, que tal não deveria inviabilizar a feitura de um mais simples catálogo (?) de divulgação da sua obra, gratuito e de acesso universal a todos os que visitem a exposição, para lá daquele grupo de amigos (e admiradores) que ali compareceram.

Enfim uma boa jornada. De parabéns o Cap. Marques da Silva e, também, o Museu.

ALADINO

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