quinta-feira, junho 05, 2008

Para me destruir basto eu.


Continuo a ser um impenitente compartilhante de vida.

Sempre senti uma necessidade, irreprimível, de o ser. Por isso, tive sempre à minha volta, muitos e variados amigos, com quem me esforcei por lhes dar o meu melhor.

E hoje, desaparecida a maior parte deles – eu sempre fui o mais novo de todos! o que parece não ter -mas tem... e muito! – significado - começo a não ter com quem compartilhar momentos (os ditos momments).

Talvez que esta montanha de palavras que vou despejando, se um dia olhada, exprima exactamente esse vício de dar de mim, em cada momento, o que de melhor – ou mais útil -tenho para dar.

Mas há angústias insuportáveis.
E vai daí: - precisava de um parceiro(a) de vida, daqueles(a) com quem estamos, sempre, em construção.

Porque é verdade:
Para me destruir basto eu.

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E para nós, não sobra nada?

Olho para o espectro da fome que está aí, mesmo em frente dos nossos olhos, e que pensamos estar ainda longe. E este sofrimento torna-se, pouco a pouco, uma verdadeira chaga. É um desconforto, uma desilusão, o deitar-me todas as noites a senti-la, a macerar-me.
E pior: acordar e ouvir com as primeiras noticias que era preciso produzir mais 50% do que produzimos para matar a fome, cria-me um sentimento de náusea. Brutaliza-me o estômago que se dispõe a ser lautamente servido com um pequeno-almoço que é mais do que, milhares e milhares de seres, não comerão, no dia inteiro.

E ver tantos a afivelarem uma crença …como se «Isto» fosse, como pensam, uma obra divina.
Então que fazer? Continuar nesta indiferença, como se tudo fosse culpa dos outros?
E para nós não sobra nada?


Aladino

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