quarta-feira, junho 11, 2008


PEDRAS FÉRTEIS


Desde longe, muito longe, que desisti de fazer a pergunta: - o que é que a cultura pode fazer por esta terra?.., e antes procurei interpelar-me: - o que consigo – eu – fazer por ela?...

No sábado vou – com os amigos – tentar dar mais uma resposta, à questão. Se ainda, a muitos, ela passar despercebida, pouco me importa. Pois que seja. Fazem que andam distraídos.

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A propósito de distraído:

É costume dizer-se que as respostas estão escritas nas estrelas.

Não sei se estão, ou não; nunca me preocupei com esses saberes.

Mas agora ao reler o Ábio de Lápara (José António Paradela), e a sua «Uma Ilha No Nome» sei que as respostas estão por aí, em frente aos nossos olhos, que parece, não sabem ler, nem cuidam de sabê-lo.

Interroga-se Ábio de Lápara:

Que ganhou a nossa terra quando fomos costa abaixo à procura de pão que aqui escasseava?
Que ganhou a nossa terra com a aventurado bacalhau?
E o que temos em troca?
Após a aventura o que sobrou?

Para nas pedras encontrar a resposta: -

Não faças sempre a mesma pergunta. Apenas luta por uma resposta diferente

Certamente se eu andasse atento encontraria a resposta para a minha pergunta:

" Porque apostei tudo o que tinha e saí a perder ?!"….

Ou estarei distraído, e o que deveria fazer, como mostra Ábio de Lápara, era

"Apenas lutar por uma resposta diferente!"

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«Uma Ilha no Nome»,
não precisa de palavras elogiosas…

Não!.., não precisa.Precisa, apenas, de ser lido. É indispensável que o seja, para continuarmos

a ter,

(…) Orgulho em pertencer a uma comunidade com gente desta estirpe

como nos diz o «João Bocanegra» da «Ilha No Nome».

E eu o confirmo, no José António Paradela

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ÁBIO DE LÁPARA (J.A.P.)


E lá está Ábio da Lápara:

Construímos durante muitos anos, talvez séculos, uma comunidade fechada em torno de uma luta que suplantou todas as outras e nos isolou, fechando os nossos corações num círculo apertado.

Saímos navio e chegávamos de navio, com longas ausências pelo meio.

Quisemos ser uma «ilha» e conseguimo-lo….
Porquê?...

E lá estava nas pedras, uma vez mais, a resposta:

Às vezes preciso de me evadir, deixar a razão de lado para poder sentir…fugir desta realidade que não me deixa sonhar”

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PONTES…PRECISAM-SE

E de resposta em resposta, lá veio a resposta final:

“Construamos as pontes para os que, vindos de longe, escrevam nas pedras…FIQUEMOS!!!”

Aladino

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