terça-feira, novembro 16, 2010

Ó de labaró…..

Andam espíritos malignos -fontes bem informadas assim o afirmaram publicamente – a vadiar pelos esconsos recantos citadinos, requalificados.É chato...porque a terra já não é terriola de bitesgas zarolhas.

Eu não acredito em bruxas …mas lá que as «hay…hay…». E se orixá o diz, quem sou pobre crente da desdita, para delas duvidar. Que duvido... duvido…mas à cautela mais vale prevenir.

Cuidado, pois. Que a terra se tinha transformado num lamaçal, já aqui o afirmámos exaustivamente. Agora que se terá transformado numa eira de chocalhice, por onde a horas escusas vagueiam espíritos biocos, malignos, à procura de vitimas, benignos pacientes, não poupando mesmo os homens poderosos da «cidade da nocha», virando-os  num ápice, em lobisomens malvados, isso fiquei a sabê-lo. Esta terra está perigosa.

Vos esconjuro.Vá de retro Satanás…Sabeis lá vocês, homens de bem, o que é ser atacado pela malsinação?

Um paciente possuído pela malignidade sente- se ocupado.Vagueia na vida, desconfiado e temeroso, pressentindo em cada cidadão um inimigo – um picador das varas -que pode ser tentado a escorraçar-lhe o mal por métodos pouco dignos: tipo pregar um par de bandarilhas no possuído (para os desconhecedores da matéria vidè

Esses espíritos malignos vagueiam disfarçados. Às vezes, até, de directores de jornais, fazedores de blogs conspícuos e libertinos, ou até de «comunistas». Livremo-nos pois, em missão patriótica (local) de tais perversos e malsofridos inimigos.

Na botica aviava-se, no meu tempo de rapaz, o receituário do «bruxo da Pedricosa». Eram garrafões cheios de adequado remédio para o malezinho, que eu ia de bicicleta levar num serviço inovador de entrega personalizada, porta a porta. Ou não fosse o «bruxo» um velhote bué de simpático- que até me dava gorjeta -um dos grandes clientes da  botica «Cunha». Que me lembre – e conhecer o passado é exercício que só homem não possuído pode fazer - a poção milagrosa (que dava tanto para malfeliz como para besta) era mais ou menos assim:

«200 g de «posas» de galo branco, misturados com 200gr de outros ditos de galinha preta, tudo dissolvido numa mandinga de coração de pomba diluído em suor e lágrimas e água da fonte santa da Pedricosa»

A posologia deveria assim ser respeitada:

«Evocar os espíritos em todas as sessões públicas. Gritar três vezes : Vos arrenego! Saí .... De seguida tomar um banho em água de cú lavado, com cheiro de pitanga, misturado com rabo-de-bacalhau- seco, mel, pimenta e alho, e com ela lavar a cabeça de «pai do mundo». Se doer é aguentar. O paciente verá em breve cair por terra os seus inimigos (como imagina os ditos serem mais que muitos, o resultado pode ser lento, e demorar até quatro anos.)

Chato …chato…é que um homem possuído, definha. Escanzela. Seca-lhe o peito, e a alma. Esbadana-se. O olhar passa a um esgar iroso,fanático e febril. E o seu discurso torna-se patético. Da sua boca saem estrovengas delirantes, tipo inchaço e longitude ridículos, não pelo deleite nem pela formosura,e muito menos por arreitação. Só por patético arrenego.

Cuidem –se. Eles andam por aí….à solta.

Aladino

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