segunda-feira, dezembro 20, 2010

Noite de ausência….





Nestes dias sem noite

Sento-me à lareira

A olhar, indiferente,

As rabanadas na mesa,

Os pinhões e ovos moles

Queijo e iguarias tais,

Café, bacalhau e grão

Cardápio de todos os Natais

Em casas onde não falta o pão.

(Por onde andarão os comensais?)



Mesa cheia, e eu, vazio.



Mato com whisky a solidão.

Volto-me entre dois suspiros

Retiro a mão que me suporta a cabeça

Fixo o olhar em algures, distante,

E vou por aí aos tropeções dentro de mim

Em claro desatino

À procura de mim, menino.

(Por onde andarão «aqueles» tais?)



A felicidade não está no que temos;


Vai «naquilo» que perdemos.


SF (Natal 2010)

1 comentário:

João disse...

Um grande momento de inspiração.... que nos faz pensar, na vida... nos "nossos" presentes e ausentes e em todos os outros que nem sempre sabemos se, presentes ou se, ausentes.

Bom Natel e feliz 2011

João Bernardo

  67.   Poemas de Abril Abril: síntese inalcançável Já não há palavras  Que floresçam Abril,  Nem já há lágrima...