Ora digam lá…..
Se a referida crise serviu ao menos para
reencontro com as preciosidades literárias –ricas e ajustadas
– dos nossos maiores ,então ironicamente,
poderemos dizer que nem tudo foi mau.
Depois :a barricada é lá em baixo na rua da
Bistega, indicava Eça.O
(des)governo está morto e embalsamado.
Ora o certo é que eu sempre me
deslumbrei –e por isso li e releio, assiduamente- aquele que para mim é,inquestionavelmente, o príncipe
das letras lusas ,o P. António Vieira(sendo eu um descrente absoluto,o que não me impede de o eleger,príncipe dos príncipes).Ler Ant.Vieira cria-me sempre fervor e amargura.A amargura advém de me sentir canhestro e desprezivel escrevinhador de horas (e matérias) vagas. O fervor está em em descobrir,permanentemente, um deslumbrante exercício de retórica humanista indestrutivel.Nem sequer confrontável.
Não é preciso ir muito longe na
sua leitura para encontrarmos quadros ,eles também, assustadoramente ,actuais.
Retiremos um ….
A primeira coisa que me
desedifica (…) é que vós vos comeis uns aos outros. Não só vos comeis uns aos outros
,senão que os grandes comem os pequenos .Se fora pelo contrário era menos mal. Se
os pequenos comerem os grandes bastará um grande para muitos pequenos; mas como
os grandes comem os pequenos, não bastam cem ,nem mil para um só grande.
(….) porque a a plebe e os
plebeus, que são os mais pequenos ,os que menos podem(…) são os comidos.(P .A.V.)
Oram digam lá,que não é actual.
SF
SF
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