domingo, setembro 09, 2012


 

Ílhavo: Terra de túmulos vazios….

E depois de uns tempos – curtos, muito curtos,e este ano muito amargos – eis que volto á terrinha da  Nôcha.
Desinteressante, a terrinha arrasta-se neste lamaçal onde ninguém parece interessar-se pelo  estado de espirito que a corrói.
Indignados (cá) não existem.
Existe apenas um  jornal (Ilhavense) que, sozinho, vai lucidamente registando para a história, como um peralvilho( gigânteo serôdio populista) se apossou  dos destinos desta terra de pachorrentos  e  acomodados indígenas,  esbanjando –lhe o património material (foi á falência a «tasca» do Senhor da Maluca), cultural ( afogado no tanque dos bacalhaus que lhe deu volta à tontinha farófia que nele substitui o  miolo pensante do erectus); e social (dividindo os indígenas em «meus e os outros»).E a dita que outrora era excelente, se viva fôra,é hoje carcaça de navio  encalhado: apodrecida(moral e materialmente)cheia de carepas, de musgos ,decrépita, sem cordame, mastreação carcomida e história pálida e obscura. Sem tripulação, espera para ser desmantelada como foi o  «avé maria».
A Oposição (?)  aos costumes (e por costume) nada diz. Meteu o fole entre pernas e foi a banhos(maria & comp).Tão lestos quanto puderam. Palrarão sim, mas lá para o ano: a chinfrineira habitual de que «agora é que vai ser». Hão-de charilo, os cachopos! Serão os putativos e eternos candidatos, a candidatos. E nunca serão mais do que «petit patapons». Debalde passeiam. Debalde falam. Debalde se mostram (escondidos).  Finaram-se. Isto de ter opinião, cansa. É necessário inteligência, imaginação e vontade para o trabalho. Eles tomam o seu tempo por um tempo de capitulação. e por isso desertam. Estão mortos embalsamados,prontos para ressuscitarem. Não ao terceiro dia,mas para o ano, para as calendas eleitorais. Por ora mudos, inertes,  apodrecem entediados. Mortos.
Ninguém hoje na terrinha da nocha, tem  espirito e muito menos vontade. E  nem sequer consciência. Aqui não se escreve ,não se lê, nem se conversa.E qualquer dia já nem se fala.
Hoje em ílhavo não se pensa e muito menos ninguém se interroga (salvo o J.A no FaceBook).Há um silêncio terrível que cobre o burgo. Silêncio dos cemitérios, onde se não pensa e apenas se está.
Ou falando ilhavês:-um porão carregado de bacalhau, contaminado de «rouge alaranjado».Podre e mal cheiroso.
Ílhavo é, isso não se duvide, uma terra de túmulos vazios. Os «ocupantes» vagueiam por aí.
   SF

1 comentário:

Unknown disse...

Permite-me que publique este seu texto (devidamente identificado) no meu mural do FB?

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