Amigos,Senhoras
e Senhores:
Encontrei de
imediato resposta para a minha questão: é das normas começar-se pelo mais fraco,
e em crescendo, apresentar aqueles de mais significativa dimensão e
notoriedade. Assim sendo, aqui estou humildemente, na tarefa de dar o pontapé
de saída para este recuperar do tempo perdido. Que bem pode desenhar, se tiver
a continuidade previsível, o àgora .O fim do período mais negro da história
cultural das gentes de ílhavo.
Desde logo o
meu agradecimento: e com ele o meu abraço aos mentores desta relevante instituição:
o Chio PóPó, instituição de tão
velhas e largas tradições. Desde a irreverência que levou á sua aparição, já lá
vão mais de uma centena de anos ,até ás acções (Carnaval e outras)num passado
ainda presente na memória de todos nós. A
minha gratidão e a minha inteira
disponibilidade para o que entendam possa ser útil á Instituição .De igual modo
o muito obrigado a todos quanto colaboraram neste esforço de, na verdade,
consertar algo que vai mal.
Aqui estou
amigos, nos minutos qua a «régie» destinou, para me apresentar (?!) e responder
á momentosa questão: o que tenho feito
pela Cultura Ilhavense e Suas Gentes?
Ao que tenho feito (?), respondo: – vou
fazendo! Pouco. Será
certo. Mas que força tem um homem na caneta para lutar com o mostrengo de onde
sopraram os ventos apocalípticos que foram vergando o embondeiro da cultura dos
«ílhavos», até o colocar de rastos? Tenho-o feito, pois, modestamente. Mais por
apego afectivo que por mestria de artesão da escrita. Mas já Torga o dizia: escrever é o maior risco, pois se constitui
réu no Tribunal em que serão juízes os
leitores futuros das gerações vindouras. Serão pois, a esses, que deixo a
tarefa de me avaliar.
Nasci há 74 Anos.
Naquela histórica casa da Arcebispo Bilhano: – não porque lá tenha nascido, mas
pelos painéis monumentais de azulejaria que
exibe na frontaria, os mais belos que conheço retratando as minhas gentes.
Nascer então, aqui, em Ílhavo, não era bem o mesmo que ir ali ao S.Pedro, de
Aveiro, e vir depois a assumir a alforria de ser «um ílhavo nado e criado» na
terrinha da lâmpada. Criado, ainda vá. Mas não, «nado». Desculpem lá, mas os
ílhavos de hoje são cagaréus diluídos Eu não, sou de Ílhavo de corpo inteiro. Nado para ir de mar em mar, a sonhar.
Contaram-me
que acabada a ocorrência – feliz para os meus,
já que a mim ninguém me perguntou (?!) – abri os olhos desmesuradamente ao
meu Pai a quem a «Alicinha» tinha passado o puto loiraço. Já gordinho e anafado
logo à nascença. Como a perguntar: e
agora pá? O meu Pai, que sempre me falou, só e apenas verdade,
ter-me-à olhado e dito: Oh rapaz
prepara-te; olha que a vida traz muitos trambolhões. Promitentes
estas palavras. Ainda eu gatinhava e dei um trambolhão que bem poderia ter sido
o primeiro e o ultimo. A «Ana Padeira», que me idolatrou até ao seu
desaparecimento, deixou-me cair pelas escadas abaixo, e vim parar ao passeio. E
conta-se o milagre (os milagres, é bem certo, acontecem sempre aos que neles
não acreditam). Quando pensavam o pior, o puto não chorou. Estava, era, como
que distraído. A olhar, espantado, para os azulejos. Como que absorto, interiorizando
aquelas gentes .Apaixonado. E lá veio outra profecia: o rapaz vai ser homem de paixões mudas, interiores.E hoje revejo: todas as afeições guardo-as bem no interior. Só finjo o que
de facto não amei. E só não amei o que me não valia a pena amar.
A partir
desse dia, os trambolhões sucederam-se. Começava então a minha vida que seria,
bonita mas insólita, coquette q.b., desafiadora, plena de aventura. Nela convergiram
e se misturaram desafios que hoje, olhando para trás, me arrepiam. Mas sempre
nos maus momentos me lembrei do aviso: as
guerras só terminam no fim. As batalhas ganham-se e perdem-se. E só no fim se
faz a contabilidade.
Claro que os
grandes desafios estiveram intimamente ligados á vida profissional. Tenho a
consciência absoluta de que pouco ou mais nada, havia, aí, para fazer. Foi lindo
e preenchido demais o sonho de quem achava que nem no céu há limites. E como
não os encontrei, houve tempo para me ensaiar de outras maneiras.
Enche-me de orgulho
o tempo que dei de mim à vida cívica. Quis o desafio, sempre e só o desafia – e
nunca porque me ofereci ou promovi – conduzir-me ao epicentro de várias e
decisivas batalhas nas mais significativas Instituições de Ílhavo. Trinta anos,
com algo de comum: com elas ultrapassar momentos de crise profunda. Todas as
Instituições que me vieram para à mão, curiosamente ou talvez não!,
encontravam-se à beira do precipício. Nunca me convidaram para um passeio de
facilidades. Nelas não fui – longe disso!- um presidente visitante, mas um
presidente próximo, presente. Nos trinta anos em que me dei às Associações da
minha terra, em cada uma delas, a minha presença e actividade, toda a gente o
sabe, foi diária. Em cada uma delas houve uma guerra a vencer. General que
se preze não deixa a linha da frente a cabo raso para se esconder na
trincheira. Por isso foi sempre a mim – e só a mim! – que me coube lutar contra
o desinteressado, ignoto e despeitado poder. Começou em 68 e só acabou em 2012.
No desempenho
dessa actividade estiveram sempre presentes as minhas gentes.Com o
passar dos anos esse deslumbramento pela cultura dos «ílhavos» (não se confunda
nem restrinja, mas inclua-se, a actual saga histórica bacalhoeira) seduziu-me pela
sua dimensão e grandeza. E pela sua singularidade.
Começou essa
paixão, quando aluno da minha Tia Vicência, na Gafanha de Aquém, percebi logo
que aquelas eram outras gentes. Mas elas também singulares e autónomas. No
Colégio, a minha pesporrência literária
cedo se desenhou com o Prémio Dinis Gomes. Dizem os livros (o prémio) que
guardo, e leio religiosamente vezes sem conta, os «Costumes e Gente de Ílhavo»
: ao Joãozinho Fonseca pela sua precoce
admiração e exaltação dos valores de ílhavo»
A vida não me
deu tréguas mas eu sempre lhe roubei tempo para alinhavar ideias no papel. Que
ia, anarquicamente, arquivando. Lia tudo quanto fosse livro para me amanhar com
essas grandes figuras do ílhavo de um outro tempo.
Nas
Instituições, paralelamente ao seu engrandecimento e afirmação, procurei que os
aspectos culturais estivessem sempre – mas sempre em todas elas,- em paralelo
com a sua afirmação. Quis sempre levar as Instituições às gentes, porque não há
Instituições vazias de pessoas. Não é este o momento para revisitar esses
tempos e essas lutas. Apenas dizer que no tempo da outra senhora (a actual não
me parece nada melhor) o Illiabum enriqueceu-se com a presença das mais
eminentes figuras da cultura lusa. E até as marchas S Joaninas, então iniciadas,
visavam uma iniciativa de recolha de trajos. Orientada pelo Arq Quininha para
criar o Museu do Trajo de Ílhavo. Que seria grandioso. Trajo que em nenhuma
parte vi melhor, nem vislumbrei maior identificação entre a fatiota e quem a
enverga. Adiante...quer na AHBVI, quer no CVCN, quer no Casci, todas viveram
tempos para, de um ou outro modo, promover a cultura e a solidariedade entre as
nossas gentes.
E os trambolhões …continuaram.
Homem avisado vale por dez. A cada um deles seguia-se a raiva
de fazer mais e melhor. Guardado estava – com
data marcada se as asneiras da vida o não obviassem – começar a verter para
o papel, em definitivo, o «saber» (o meu,
por isso utilizável para o fim que entendesse). Dei início a essa nova
etapa, um ano depois do programado. Mas com ganas de pelo menos chegar à minha «Monografia de Ílhavo». Nunca trabalho
num só livro. Por vezes interrompo para deixar acamar as palavras e as ideias.
Certo de que um dia ali voltarei. Os meus livros são as amantes de nunca me
consegui afastar. Olho para eles com um misto de orgulho e admiração. Como
olhei para o primeiro corpo nu de mulher amada, de um modo apaixonado, sabendo
que um dia qualquer me iria dele (e deles!) separar. Dou-lhes toques e
retoques, carinhos. Conto-lhe segredos todos os dias. Por isso, antes da
Monografia, trabalho de evidente fôlego, fruto de anos de conquistas de
saberes, interpretação e interiorizações, foi surgindo ao público «Nas Rotas dos Bacalhaus». Sei o pecado
original deste livro. O desafio empolgou-me. Creio ser este, um livro
completamente diferente de tudo quanto foi editado na matéria. Tem uma Parte II.
Não sei se haverá tempo para lhe dar corpo e fim.
Entretanto havia que cumprir a promessa dada,
em jovem, ao Prof Guilhermino. Feita em um dia em que organizávamos a
Biblioteca daquele seu aluno que o deslumbrara ainda no banco da sua Escola:- Mário
Sacramento. Foi aí, então, que prometi cumprir o seu pedido (ou sugestão),de um
dia relembrar esse grande «ílhavo»
Alexandre da Conceição. Sublinhando aquilo que considerava um anátema no
historial de Ílhavo: – referir o pecado
original desta terrinha, hoje mais do que nunca reafirmado em toda a sua
dimensão, de Ílhavo ser melhor madrasta que mãe. E fiz, ainda, outra e maior, porque bem mais difícil promessa a
cumprir: repor a verdade sobre Filinto Elíseo (outro «ílhavo», poeta maior
entres os maiores, pátrios). Ando com ele há sete anos. Das minhas mãos está (praticamente)
acabado.
Mas no
entretanto, prestei modesta, mas sentida e verdadeira homenagem a esse
«grande….grande» mestre de civismo e «ilhavismo», o Prof. Guilhermino
Ramalheira, meu particular inspirador.
Foi aí que o arraias «Labareda » me saltou ao
caminho : o tipo e as gentes que rodopiaram á sua volta, e a recuperação dos
«ilhavismos», todo este enleio,toldou-me a programação.
E como fugir
a retratar a minha «Costa Nova», luxuria desavergonhada para os meus sentidos?
E fi-lo dum folego. Um mês creio. Pouco mais. A Costa Nova tem um papel
preponderante de pousio benfazejo para as maleitas da alma. Um céu esplendoroso,
um mar azul infinito onde só o farfalho da onda destoa. A Ria vaporosa e fresca
cativa-me. Gosto de a espreitar. Sou um empedernido «voyeur» seu. Ali cumpri
o meu destino. Não aquele que as ciganas leem na palma da mão, mas aquele que
nos está gravado na profundeza do ser. Determinado apenas pelo modo como
deixamos os sentidos reagir ao mundo que nos envolve. A Costa-Nova envolveu-me.
E deixei o Filinto em conserva, à espera. Deixei-me envolver, e perder a cabeça,
pela «amada». O que é raro. Mas a Costa-Nova, e em especial a ria, foram o regaço que sempre encontrei disponível,
acolhedor e terno, em todas as horas. Regaço onde lavei as chagas que o surrar
da vida me foi abrindo. Aprecio-a tanto na pujança da prenhez da preia-mar, como
desperto para a resistência dos lenhos de água sobrantes que o seu choro,
despejado diariamente no mar, deixa a descoberto. Gosto tanta de a ver toda
vestida de um azul fulgurante,como de a desnudar para lhe deixar aparecer a
intimidade das suas linhas que parecem desenhadas a compasso, tal a harmonia
das suas curvas e contra curvas. Gosto de apreciar a sinfonia do nascer do dia:
vislumbrar aquele barbazanas a
espenujar-se dos restos do algodão da neblina matinal, que a serrania lhe impõe
para melhor o esconder. Para logo aparecer por cima do espelho da ria, disco de
zarcão iluminado a ouro, a projectar-se no
palheiral riscado a rigor, encharcando-o de luz. Gosto de recordar a lomba
dos meus tempos. Dessa lomba de segredos de amor jurados para a eternidade, a
não durarem mais do que um escasso verão; dessa lomba de um areal alourado,
semeado de «carneirinhos» perfumados, testemunha de tantos beijos roubados, num
depenicar de avezinhas a sair do ninho. E tantas vezes, aconchego nupcial para
atrevidamente se ir mais longe, influenciados pela maresia que funcionava
lascivamente como afrodisíaco provocador. Mas gosto sobretudo do seu luar. Quando
o sol se apaga no poente, e a ria é um banho prateado que nos tolhe e amarra. Inebria.
Sinto-a como um descrente que entra na capela Sistina, olha o «céu», e fica
absorto, alma em oração titubeante, sentidos perturbado pela grandeza, em
silêncio interrogando-se. E se ????
Demorou-me um Verão a retratá-la. Foi o livro mais fácil de
escrever. Pois se eu a conhecia de cor e salteado (!). Já lá vão quatro
edições. Como todos os outros livros, esgotadas. Sou pois um autor feliz. Por
as minhas gentes, afinal, interessarem a tantos outros.
Senti por
essa altura o desespero de quase não ter tempo para clarificar e registar para
os vindouros, essa grande aventura das gentes lagunares (onde os «ílhavos» foram cartaz de proa).E a sua genialidade em
criar embarcações únicas. Desfazer mitos e asneiras ditos pelos maiorais da
história pátria, nesse caso errados, foi tarefa que me não entibiou. Na vida sempre o afirmei: ou sabe-se, ou se
está calado. E tive a rara felicidade de dar à estampa as embarcações
sublimes, na sua forma e na finalidade. Qual delas a mais bonita e elegante. Um
engenheiro que sempre privilegiou a forma e a adequação á finalidade, não
poderia deixar de se galvanizar com a descoberta. Por isso, saiu o livro «Embarcações que tiveram o seu berço na
Laguna». A vida esperou e houve tempo. E até tempo de ganhar um prémio da
Academia de Marinha, enfileirando na saga de Sarmento Rodrigues.
E quando este
prémio me honrou – eu que nunca esperei por outros prémios que não o meu gozo
pessoal! – já então alinhavava a figura
desse «ilhavense/aveirense», João Sousa
Ribeiro que me empolgara com o seu portentoso altruísmo. Homem de uma grandeza
épica, de um saber antológico, e de uma afirmação ímpia de cidadão, S.R. conquistou-me a vontade e atenção.
Vesti o gabão, e num ápice, fui buscá-lo ás profundezas do esquecimento. Todos
o citavam. Poucos ou nenhuns, sabiam o seu historial, a sua grandeza humana. Enorme!
Ora e pronto. Tinha de acontecer. Virgoleira que vai á guerra, volta mulher
feita e experimentada. Senhora de todas as artes e manhas.
Não, não esqueci
quem profissionalmente me deslumbrou. Quem me levou a saber coisas que me
justificaram o aceitar, sem corar- muito pelo contrário! – Chamarem-me de
engenheiro. É intolerável, inacreditável, e vergonhoso que Ílhavo não faça perdurar para os vindouros um dos dois maiores engenheiros civis do seu
tempo: o eng Ângelo Ramalheira.
Prestei-lhe preito, homenagem e sincera amizade.
Amigos:
A minha
estadia na Casa da Costa Nova permitiu-me (e permite-me) noites de regalada beleza.
Deslumbramento com esse luar de feitiço em que um homem sonha intrometer-se, e
ir com o cheiro da maresia à procura do impossível. Na cadeira postada na
varanda que criei naquele absurdo paraíso, parecia-me (e parece) esquecer-me de
tudo. Mesmo o de tocar a vida com a mão. A minha liberdade está na minha
capacidade de isolamento. Deixo a vida e sinto que é possível viver o amor
primeiro, a glória, a derrota. Fico ali longe das asperezas e da insinceridade do
fingimento humano. Naquela cadeira estrategicamente posicionada na imensidão da
ria, esqueci sempre o que me oprime. Ali ganho forças. Liberto-me.
Fui (e sou!),
um ser desgarrado. Porque completamente livre: de tudo e de todos. Imagino-me um
escravo que à força do pulso ganhou a liberdade. O maior bem da vida. Tive nesta
uma posição estética. Não posso deixar de assim lhe chamar: os insultos ou até
impedimentos com que me tentaram ofender, não chegaram a ultrapassar mais do
que a soleira da minha indiferença.
Vivi (e
vivo!) ali, noites em que a vida vai, foge, vem, e me enlaça. Desejei sempre
ter artes para dar mão ao enlevo. Dar o
amor às palavras: o mesmo que minha mãe deu quando me teve. Quietinho no
sussurro dessas noites, chegam-me notícias de amores que não voltam; sonho que
me poderiam fazer crer, utopicamente, ainda ser possível. Embalado na quietude
dessas noites, parece-me ouvir tambores ao longe anunciando novos mundos. Onde
não se fosse feliz por querer, mas por ser. Tão só!
Perdi-me em
noites –e dias (!)- porque sol da Costa Nova traz com ele os orientes da
imaginação, a contar as indeléveis pegadas que fui deixando para trás.
Retratei-as. E intui o poeta quando nos diz da
íntima certeza/ de que tudo é verdade /o que de nós disser/ a mudez da saudade.
Fazia-me bem dizê-las, indiferente a ter ou não nascido para poeta. Sem
vergonha de me ensaiar. Doía-me mais não as ter dito.
E sem ter
propensão a estados poéticos delirantes – que fique claro!- arregimentei umas
palavras, catei-lhes o fel e vinagre, e botei-as ao papel. Primeiro
timidamente. Aquilo saía-me (e sai-me) num espasmo. Dava-as à Zida *uma
excelente declamadora que nunca se quis afirmar publicamente, senão uma ou duas
vezes, e pedia- lhe que mos lesse. E ou os rasgava ou os alinhavava no Blogue,
ouvida uma ou outra opinião. Um dia alguém os juntou, chamando-me a atenção para
a dimensão. Eram já centenas, sem que soubesse, um ao menos (!), de cor. Senti
que tenho uma imaginação perigosa, porque volátil. Perco-a, porque são tantas
as sensações que me deixo embaraçar pela quantidade.
Uma coisa
fique claro: mesmo nessas horas de sonho, nunca perdi o norte:-a vida vive-se vivendo-a. Não a abastardando.
Aqui chegado,
curvo-me perante a V/ amabilidade em terem vindo viver estes momentos comigo.
Atraso a vida
sabendo que a morte tem pressa. A magana já me levou o que de melhor tive. Que
espere.
Rotularam-me,
vai para meio século, de «homem polémico». Perseguiu-me este rótulo. Que
maneira porreira e simpática de me chamarem incómodo, ou até outras designações
menos sociáveis. Fui preso três vezes por «agressão e ou desrespeito à
autoridade. Julgado e ilibado. A Srª Pide distinguiu-me como «um elemento
perigoso para a nação». Assim o atesta o processo e a inquirição. Mandou que o Comando da unidade onde me encontrava,
exercesse sobre mim apertada vigilância. Era eu o Comandante. Respondi ao
ofício garantindo que o referido oficial, será
seguido dia e noite. Pudera!: eu até dormia com o referenciado e putativo
revolucionário de pacotilha.
Com todas
estes desvarios, não escrevi o livro que sempre quis –e quero !-escrever.
«PUTA DE VIDA»
SF – 2013
(CHIO PÓ PÓ )
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